Autores

Barros, T.M.M. (IFAM) ; Pimentel, S.J.O. (IFAM) ; Costa, K.M.G. (IFAM)

Resumo

Este trabalho relata as atividades desenvolvidas do PIBID por meio do subprojeto da área de Química do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas – IFAM e tem como objetivo analisar a aprendizagem dos estudantes durante as aulas Química sobre as forças intermoleculares, em uma turma com 35 estudantes do 1º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Ruy Araújo na cidade de Manaus-AM, a partir de um percurso metodológico utilizando as estratégias de ensino: aula expositiva dialogada, estudo de texto e aula experimental.

Palavras chaves

PIBID; Ensino de Química; Estratégias de Ensino

Introdução

São vários os obstáculos que vão resultar nas dificuldades de aprendizagem por parte dos estudantes, ainda hoje a disciplina de química é vista no ensino médio com desinteresse pelos estudantes, e pode estar relacionada a diversos fatores. Dentre os elementos integrantes do processo de ensino- aprendizagem, o estudante é considerado o principal alvo, uma vez que o atendimento ao objetivo deste processo somente se concretiza com a efetiva aprendizagem deste agente. Nessa perspectiva o professor se torna o condutor dialético de ensino e aprendizado, utilizando estratégias que desafiem os estudantes a dialogar com seus saberes tradicionais e o saber científico ministrado em sala. O termo “estratégias de ensino” refere-se aos meios utilizados pelos docentes na articulação do processo de ensino - aprendizagem, de acordo com cada atividade e os resultados esperados. Anastasiou e Alves (2009) advertem que as estratégias visam à consecução de objetivos, portanto, há que ter clareza sobre aonde se pretende chegar naquele momento com o processo de ensinagem. Ao se buscar um novo foco para o ensino, é necessário também que se revejam as metodologias empregadas. O uso de metodologia representa um apoio pedagógico que o professor dispõe para tornar o processo-aprendizagem mais eficiente (Orientações Curriculares para o Ensino Médio, 2006). Bordenave e Pereira (1998) consideram “estratégias de ensino” como sendo um caminho escolhido ou criado pelo professor para direcionar o aluno. Nessa perspectiva, foram utilizadas no decorrer da pesquisa três estratégias de ensino para analisar a construção da aprendizagem dos estudantes sobre as forças intermoleculares e o conhecimento da importância de estudar este assunto que está presente no seu cotidiano.

Material e métodos

A pesquisa é de caráter qualitativo e os procedimentos foram divididos em dois momentos: Primeiro momento – Identificação das estratégias: Nesta turma de 1º ano pôde-se constatar que os conteúdos ministrados de química em sala de aula, ainda eram abstratos e complexos para os discentes, os quais durante as aulas ministradas mostraram-se desmotivados para a realização dos exercícios sugeridos pelo professor. A partir das situações de estudo da escola e da turma, indicou-se as estratégias de ensino-aprendizagem percebidas pelos estudantes como mais significativas ao seu aprendizado: Aula expositiva dialogada, estudo do texto e aula experimental. Segundo momento – Percurso metodológico: Na primeira aula explicou-se sobre forças intermoleculares e a diferença entre as mesmas, através de slides e utilizando a estratégia de ensino aula expositiva dialogada, avaliou-se pela produção oral, com comentários dos estudantes, tendo em vista a compreensão dos mesmos pelo assunto abordado. A segunda a aula foi dividida em dois momentos: no primeiro utilizou-se a estratégia estudo de texto, para identificar as forças intermoleculares na adesão entre a pata da lagartixa e uma superfície, porém solicitou-se que os estudantes escrevessem antes da leitura do texto o conhecimento prévio que possuíam respondendo à pergunta “Porque as lagartixas conseguem andar pelas superfícies?”, após ler o texto responderam novamente a pergunta com a interpretação dos conteúdos fundamentais apresentados. No segundo momento da aula aplicou-se a estratégia aula experimental fazendo o “Teste da gasolina adulterada”, observando as propriedades de cada elemento, se são polares ou apolares e como suas forças intermoleculares atuam, a avaliação foi escrita, através de um resumo informativo.

Resultado e discussão

Na primeira aula com a estratégia aula expositiva dialogada os estudantes participaram fazendo comentários sobre a compreensão do assunto abordado e as conclusões que chegaram. No primeiro momento da segunda aula, antes da leitura do texto, os estudantes tinham que responder com o conhecimento prévio a pergunta “Porque as lagartixas conseguem andar pelas superfícies? ”, 60% disseram que nunca pensaram sobre isso, mas sempre ficavam preocupados se em algum momento ela cairia sobre eles e outros 40% diziam que elas possuem algum tipo de cola nas patas, após a leitura e o diálogo em sala eles responderam que agora entendiam a atuação de forças intermoleculares para que houvesse a adesão entre a pata da lagartixa e uma superfície, pôde-se assim demonstrar a Química que está presente no cotidiano do estudante. No último momento da aula aplicou- se a estratégia aula experimental fazendo o “Teste da gasolina adulterada”. Foi feito um único experimento em uma mesa centralizada na sala, alguns alunos desenvolveram o experimento e todos observavam o que ocorria e anotavam os resultados para fazer o relatório do experimento e responder algumas perguntas. Os alunos participaram bastante, em alguns momentos falavam demais pela empolgação de estarem, alguns realizando e outros observando, um experimento em sala. A disciplina de química por ser caracterizada como ciência natural, é riquíssima em conteúdos relacionados com a vida cotidiana, logo conhecer a importância de estudar o assunto sobre as forças intermoleculares no ensino médio aproximou a sala de aula com o dia a dia do estudante, que o conduziu para uma melhor apreensão dos conceitos teóricos abordados e seus saberes adquiridos no cotidiano.

Figura 1

Percurso metodológico na aplicação das estratégias de ensino.

Conclusões

No cotidiano nos deparamos com situações em que a química está envolvida, e com base nesta constatação buscou-se conhecer a importância de estudar o assunto sobre as forças intermoleculares no ensino médio, visto que os estudantes têm tanta dificuldade em aprender Química, observou-se que ao utilizar as estratégias de ensino e os recursos tecnológicos como aulas em Power point, estes estavam mais atentos e interessados no decorrer das aulas, o que contribuiu para o despertar destes para o conhecimento do que ocorre no seu dia a dia juntamente com a aprendizagem da sala de aula.

Agradecimentos

Aos alunos da E. E. Ruy Araújo, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas – IFAM e ao financiamento pela CAPES através do Projeto PIBID.

Referências


ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos; ALVES, L P. Estratégias de ensinagem. Processos de ensinagem na universidade; pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. 5.ed. Joenville-SC. Univille, Cap. 3, 2009.
BORDENAVE, J. D.; PEREIRA, A. M. Estratégias de ensino-aprendizagem. Petrópolis: Vozes, 1998.
BRASIL. Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. (Orientações curriculares para o ensino médio, volume 2). Secretaria de Educação Básica. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006. 135p.