Autores

Machado, A.J. (SEDUC-AM) ; Silva, C.V.A.S. (UEA) ; Matos, E.S. (UEA) ; Alves, T.L. (UEA) ; Serrão Eleuterio, C.M. (UEA)

Resumo

Este trabalho foi desenvolvido na Escola Estadual Brandão de Amorim onde participaram bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), professor supervisor e alunos do 3° ano do Ensino Médio. O objetivo é buscar novos conhecimentos para o Ensino e Aprendizagem de Química, trabalhando as substâncias químicas no contexto real, e aplicando-as em sala de aula como método facilitador da aprendizagem. Os resultados mostraram-se satisfatórios vistos que houve a integração entre teoria e prática em uma aula com uma proposta diferenciada do contexto da sala de aula tradicional.

Palavras chaves

ensino de Química; substâncias químicas; aprendizagem de Química

Introdução

A construção de diferentes conhecimentos para o ensino da química é de extrema importância porque valoriza os saberes socioculturais, desta forma focamos como área de estudo o ritual da tucandeira, pois este utiliza substâncias que contribuirão para uma nova prática docente e o sucesso educativo dos estudantes. Segundo Vygotsky (1998), o ser humano pode ser entendido como um ser social e histórico, precisando ampliar sua consciência para concretizar sua participação na sociedade, utilizando para isso os conhecimentos construídos ao longo da história. Na medida em que se considera o homem como o único animal capaz de assimilar, transmitir e acompanhar historicamente as construção social e a evolução cultural, a aprendizagem torna-se um elemento chave para o desenvolvimento de sua humanização e da sua construção histórica. Segundo Carvalho (2004), “pode-se dizer que a aprendizagem de procedimentos e atitudes se torna, dentro do processo de aprendizagem, tão importante quanto à aprendizagem de conceitos e/ ou conteúdos”. É nesta perspectiva que conhecimentos químicos devem ser inseridos no Ensino Médio como processo de construção entre o aluno e o objeto de estudo dentro da realidade em que vive. Neste sentido, esta pesquisa sobre Identificação de Substâncias Químicas Presentes na Saaripé: relevância histórica e cultural do ritual da tucandeira foi desenvolvida na Escola Estadual Brandão de Amorim (Parintins/AM), como uma proposta mais integrada do aprendizado sobre a Química.

Material e métodos

O projeto foi realizado na Escola Estadual Brandão de Amorim (Parintins/AM), com turmas de 3°ano do Ensino Médio, no qual os alunos fizeram uma pesquisa de campo na comunidade indígena Vila Batista para obter informações a respeito do tema “Identificação de Substâncias Químicas presentes na Saaripé: relevância histórica e cultural do ritual da tucandeira”. Também desenvolveram–se pesquisas no laboratório de informática, livros, leitura de artigos e revistas. Com o apoio de ferramentas como notebook e projetor multimídia foi apresentado à parte teórica da pesquisa envolvendo os conteúdos como; ácidos, proteína, vitaminas, enzimas, fibras, sais, polímeros e aminoácidos por meio de slides e vídeos. A seguir realizou-se um debate relatando os resultados obtidos na coleta de dados, permitindo a discussão sobre cada pergunta a respeito das substâncias químicas usadas na celebração do ritual que os povos indígenas preservam ao longo da história, principalmente por nessa localidade residirem muitos alunos da escola.

Resultado e discussão

Por meio de uma entrevista, aplicada na comunidade Indígena Vila Batista por turmas de 3°ano, obteve-se um levantamento de dados sobre o tema “Identificação de Substâncias Químicas Presentes na Saaripé: relevância histórica e cultural do ritual da tucandeira” questionado os alunos relataram que os preparativos para o ritual da tucandeira (iniciação masculina) começa cedo. Os índios entram nas matas e capturaram as formigas. Para que elas não piquem ou fujam, preparam em um recipiente folhas de caju amassadas e água para “acalmá-las”. Com as tucandeiras anestesiadas, os índios vão “costurando-as” em uma luva de palha (Saaripé) com a parte traseira para dentro onde tem o ferrão. Quando elas acordam, ficam aflitas para se soltar. Assim podemos perceber que o cajueiro (Anacardium Occidentale) árvore nativa da Região Nordeste e Norte do Brasil que pertence às famílias Anacardiáceas possuem em toda sua composição (raiz, caule, folhas, flores e frutos) muitas substâncias químicas como: Lipídios, carboidratos, vitaminas C, B3 (chamada Niacina), enzimas, oligoelementos, aminoácidos (cisteína) que rebate danos da poluição, fibras, sais, proteínas, que sustentam as nossas células (alanina, serina, fenilanina, leucina, ácido glutâmico, ácido aspártico, prolina e tirosina), polímeros, ácidos anacárdico, tem grande valor medicinal principalmente nos antibióticos sintéticos, mais específicos e de ação mais rápida, indicados para doenças como a sífilis. Mas é a substância TANINO presente na folha do cajueiro que possui açúcar, que atrai as formigas e as faz ficarem anestesiadas devido o travo amargo do tanino também presente na folha.

Conclusões

Percebeu-se o interesse e a participação de nossos estudantes quando foram levados a pesquisar o ritual dos povos indígenas da região amazônica, que segundo (GEERTZ, Clifford, 1978) reflete sobre a “Interpretação das Culturas” e quando solicitados a relatarem o conceito e outras informações a respeito de ácidos, proteínas, vitaminas, enzimas, aminoácidos, fibras e valor medicinal da referida árvore, ficaram entusiasmados, principalmente quando comentaram a respeito do tanino que segundo pesquisas mostram que seu estudo vem se desenvolvendo com utilizações a cada momento em diversas áreas.

Agradecimentos

Primeiramente a Deus, aos alunos e professores da Escola Estadual Brandão de Amorim e a ajuda financeira da Capes.

Referências

Benefícios e Propriedades da Castanha de Caju e do Cajueiro. Disponível em: <HTTP: //WWW.cajunor.com.br. Acesso em: 29 dez.[2016]

Caju - Anacardium Occidentale. Disponível em: <HTTP://www.plantasmedicinaise fitoterapia.com. Acesso em: 29 dez. [2016]

Guimarães, L. R. Série professor em ação: atividade para aulas de ciências: ensino fundamental, 6° ao 9° ano. São Paulo. 1. Ed. Nova Espiral, 2009.

_______ Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Secretaria de educação Profissional e tecnológica. Conselho Nacional de Educação. Câmara Nacional de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica. Brasília: MEC/SEB/DICEI, 2013.

Nunes, A.O.; DANTAS, J.M. Ensinando Química: propostas a partir do enfoque CTSA. São Paulo: Ed. Livraria da Física, 2016.

Santos, J. Taninos. Disponível em: <HTTP://www.ebah.com.br/ABAAA2_wAJ/tanino. Acesso em: 01 de janeiro de 2017.

Vygotsky, L.S. A Formação Social da Mente. 6 ed. São Paulo: Martins Fontes.