Autores
Silva, A.N. (UEA) ; Costa, I.S. (UEA) ; Chagas, A.S. (UEA) ; Silva, R.T. (UEA) ; Oliveira, E.A. (UEA) ; Prestes, O.K. (SEDUC-AM) ; Freitas, O.B. (SEDUC-AM) ; Junior, P.C.A. (UEA) ; Barros, S.S. (UEA)
Resumo
A castanha de sapucaia são amêndoas comestíveis e seu sabor é semelhante com a castanha do brasil. Sua composição química é constituída principalmente de proteínas, carboidratos, minerais, ácidos graxos, lipídios, os quais contribuem para o bom funcionamento do corpo. Este trabalho teve como objetivo trabalhar com os alunos do ensino médio com o conteúdo de bioquímica, ou seja, as propriedades químicas, produzindo doces com bagaço e sem bagaço, provenientes da castanha de sapucaia. Também foi feita análise sensorial hedônica, avaliando o sabor, textura e aparência. Os resultados foram satisfatórios, pois os estudantes puderam entender que utilizando materiais presente no cotidiano, podemos trabalhar a química.
Palavras chaves
Castanha de sapucaia; Ensino de química; Experimentação
Introdução
Na Amazônia há grande variedade de espécies de frutos silvestres que são consumidos pela população indígena, cabocla, ribeirinha e urbana. Dentre esses frutos está a castanha de sapucaia (Lecythis pisonis Cambess.) ou sapucaia, sapucaia-vermelha, caçamba-do-mato, cumbuca-de-macaco, fruta sapucaia, marmita de macaco, entre outras denominações (SIMÕES, 2007). A sapucaia é uma arvore que alcança de 20 a 30 metros de altura, 50 a 100 cm de diâmetro, coloração de sua folhagem é marrom ou rosa, seu fruto possuem formato cilíndrico, tem aproximadamente 50 cm de diâmetro, seu peso pode variar até 2 kg (SIMÕES, 2007), quando maduro abre uma tampa liberando as amêndoas saborosas que são apreciadas por pessoas e animais silvestres como os macacos. Pode ser encontrada deste a mata pluvial atlântica, Ceará, Pernambuco, até o Rio de Janeiro e Amazônia (MORE e PRANCE, 1990; CAVALCANTE, 1996), é um fruto que tem seu tempo de colheita somente no período sazonal, em que os rios da Amazônia estão no seu nível máximo. A castanha de sapucaia pode ser ingerido cru, assado ou cozido, fonte natural de carboidrato, lipídios, proteínas podendo contribuir significativamente na dieta dos seres humanos e animais. O objetivo deste projeto foi utilizar as propriedades químicas: proteínas, carboidratos e lipídios de doces da castanha de sapucaia, desenvolvido na Escola Estadual de Tempo Integral Deputado Gláucio Gonçalves (CETI), como abordagem metodológica para o ensino de introdução a bioquímica no 3 ano do ensino médio, contextualizando a experimentação que se relaciona ao cotidiano dos estudantes para possibilitar melhor entendimento do conteúdo aplicado em sala de aula.
Material e métodos
Para realização deste trabalho, primeiro foram adquiridas as castanhas de sapucaia por meio de compras na feira do agricultor de Parintins. Em seguida as castanhas foram separadas, descascadas com utilização de facas de aço inox e higienizadas adequadamente em solução de hipoclorito de sódio por aproximadamente 20 minutos. Depois desses procedimentos as castanhas foram trituradas com adição de 200 mL de água em um liquidificador, consequentemente, uma parte da solução foi coada em um crivo, para retirada do leite sem o bagaço outra parte permaneceu com o bagaço. Seguiu-se para a fabricação dos doces, onde ouve apenas adição de açúcar no preparo. Foi realizado uma aula sobre proteínas lipídios e carboidratos juntamente com análise sensorial, que segundo Pimenta, Zambrano e Filho (2013), os principais atributos a serem avaliados são sabor, aparência, odor, consistência e avaliação geral, por meio de escala hedônica. Com base nesta metodologia, adaptamos uma escala onde 6 = gostei muitíssimo 4= gostei moderadamente e 1 não gostei. As etapas estão demonstradas nas imagens abaixo:
Resultado e discussão
Os resultados atenderam os objetivos que foram relacionar conhecimento do
cotidiano, ao conhecimento científico, englobando os conhecimento
interdisciplinar. Segundo Souza (2011) muitos experimentos podem ser desenvolvidos
nas escolas públicas para os educandos, utilizando materiais que estão presentes
no nosso dia-a-dia, que podem ser de grande utilidade didática. Sendo apropriado
utilizar materiais pertencentes ao cotidiano do aluno para fins de experimentação.
Assim, facilitando que o estudante perceba a presença da Química no meio em que
vivem, não sendo, portanto uma ciência hermética e inacessível. Com a utilização
de metodologias diferenciadas como as aulas práticas em contextualização com o
cotidiano ou aulas em que o educando responde perguntas que envolvem materiais que
existem no seu cotidiano, chamando atenção dos educandos, despertando a
curiosidade dos mesmos, facilitando o aprendizado. Para Pimenta, Zambrano e Filho
(2013), os atributos que foram avaliados foram sabor, textura e aparência,
seguindo uma escala hedônica adaptada. Em relação ao sabor os resultados foram 35%
das pessoas que responderam que gostaram muitíssimo dos doces sem bagaço e 14%
responderam que gostaram muitíssimo dos doces com bagaço. Dos que responderam que
gostaram moderadamente 10% gostaram de doces sem bagaço e 8% com bagaço. E dos que
responderam que não gostaram foram 1% sem bagaço e 4% com bagaço.Em relação as
perguntas sobre textura e aparência, os que gostaram muitíssimo fora 34% com
bagaço e 13% sem bagaço. Que gostaram moderadamente foram 14% sem bagaço e 7% com
bagaço. E os que responderam que não gostaram foram 1% sem bagaço e 1% com bagaço.
Conclusões
Na Amazônia encontramos variedades de espécies de frutos silvestres, que são consumidas pela população, dentre muitas encontra-se a castanha de sapucaia, tendo diversas aplicabilidades, nesse contexto utilizamos a castanha para fazer doces, trabalhando suas sua composição orgânica: proteínas, carboidratos, lipídios, fazendo uma análise sensorial. Portanto, concluímos que as aulas experimentais que são contextualizada ao cotidiano facilita a aprendizagem, chamando atenção dos estudantes, despertando a curiosidade dos mesmos.
Agradecimentos
Agradecemos aos alunos do 3º ano 2, aos professores supervisores e coordenadores do PIBID de Química.
Referências
Cavalcante, P.B. 1996. Frutas comestíveis da Amazônia. 6" ed. Belém, Museu Paraense Emílio Goeldi. p.82-84, 209-210. (Coleção Adolpho Ducke).
SACRAMENTO, M. J.S.; SANTOS, V. F.; SANTOS, A. C. A Importância da Instrumentação em Sala de Aula Com Materiais Simples do Cotidiano: VI Colóquio Internacional – “Educação e Contemporaneidade”. São Cristovão – SE, 2012.
SIMÕES, M. A. Relações Dendrometricas em sapucaia (Lecythis pisonis Cambess.), na Floresta Nacional Mario Xavier, Seropedica, RJ. Seropedica, Rio de Janeiro, 2007.
SOUZA, J. R. T, 1957- Instrumentação para o ensino de química / Jorge Raimundo da Trindade Souza. — Belém: Ed. da UFPA, 2011.
PIMENTA, S. M.; ZAMBRANO, F. M.; FILHO, W. G. V. Caracterização Físico-química e Sensorial de Suco Adoçado de Amora (MORUS NIGRA L.) Obtido por Prensagem e Despolpamento. Revista Brasileira de Tecnologia Agroindustrial. Paraná: Brasil, 2013.
MORE, S. A.; PRANCE, G.T. 1990 Lecythis deaceae-monograph 21(II). Flora neutropica, part II, 295-297.