Autores

Imbiriba, I.A. (ISB-UFAM) ; Rocha, W.C. (ISB-UFAM) ; Yamaguchi, K.K.L. (ISB-UFAM)

Resumo

Esta pesquisa objetivou analisar o uso de atividades experimentais com materiais alternativos no Ensino de Química, como estratégia didática no processo ensino-aprendizagem. Para isso, foi realizada à observação in locus, aplicação de questionário antes e após a realização de atividade experimental, a fim de avaliar o aprendizado dos alunos. A atividade foi desenvolvida em uma turma da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Escola Dom Mário, no município de Coari-AM. De acordo com os resultados obtidos, demonstram que os alunos dessa modalidade de ensino, gostam deste tipo de aula e se sentem motivados, despertando o interesse dos alunos a participarem das aulas em sala, proporcionando uma maior compreensão dos conteúdos e a formulação de conceitos.

Palavras chaves

Ensino de Química; Atividade Experimental; EJA

Introdução

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino reconhecida na LDB 9.394/96, que no seu Art.37 destaca: “A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria” (BRASIL, 1996). De acordo com BUDEL & GUIMARÃES (2009) é um desafio ensinar Química para os alunos do Ensino Médio na modalidade EJA. Estudos voltados para a modalidade EJA mostram a necessidade na educação de estimular os alunos, para que o professor compreenda as percepções dos alunos, bem como, os alunos possam formar suaa própria interpretação das informações, cooperando para a formação de sua identidade. Assim os conteúdos de Química devem ser repensados para os cursos de Educação de Jovens e Adultos, valorizando a integração curricular. Privilegiar as questões cotidianas, práticas pedagógicas diferenciadas e introduzir aulas práticas são muito importantes para melhorar a qualidade do Ensino de Química aos alunos (NASCIMENTO, 2012). Diante das considerações, nesta pesquisa será analisado o uso de atividades experimentais como estratégia didática no Ensino de Química na EJA em uma escola estadual na cidade de Coari-AM. As aulas experimentais não só, possibilitam ao educando, despertar o interesse, curiosidade, produção de conhecimento e entender como se processa o conhecimento químico, como também, aproxima a Química do cotidiano destes alunos, demonstrando que existem diferentes maneiras de se efetivar um aprendizado significativo no Ensino de Química.

Material e métodos

Para a consolidação dessa pesquisa de intervenção, primou-se por uma pesquisa qualitativa pautada em uma pesquisa ação que se desenvolveu em quatro etapas. Na primeira etapa, o projeto foi apresentado aos alunos da Educação de Jovens e Adultos do turno noturno do ensino médio da Escola Estadual Dom Mário, concomitantemente, os alunos foram convidados a responder a um questionário prévio, contendo uma questão objetiva e quatro questões subjetivas direcionadas aos 29 alunos de uma turma da EJA. Na segunda etapa, foram realizadas duas aulas teóricas com aula expositiva e explicativa, sobre os conteúdos densidade e ácidos e bases respectivamente, que possibilitaram o conhecimento prévio dos alunos sobre os conteúdos ministrados, sendo que os mesmos nunca haviam estudados estes assuntos. Na terceira etapa, prosseguiu-se com demonstrações feitas em sala de aula de acordo com os conteúdos abordados, apoiando-se de práticas com a exposição de experimentos alternativos, com vistas à construção de conhecimentos de forma dialogada e contextualizada. Os experimentos realizados foram: “o ovo que afunda e o ovo que flutua”, “densidade com bolinha de naftalina”, “coluna do arco-íris” e “De olho no repolho”. Para a aplicação destas atividades, utilizaram-se duas aulas: a primeira foi sobre os experimentos de densidade e a segunda de ácidos e bases. Após o término das atividades experimentais de cada conteúdo, foram dispostas aos alunos três questões subjetivas sobre o experimento, com intuito de avaliar o ensino e aprendizagem. Na quarta etapa os alunos foram convidados novamente a responder outro questionário de sondagem com cinco questões, sendo constituído de três questões objetivas e duas questões subjetivas. No total foram realizadas 06 aulas de 40 (quarenta) minutos.

Resultado e discussão

A faixa etária dos alunos pesquisados variou entre 17 a 39 anos de idade, sendo dezoito do sexo feminino e onze do sexo masculino, estes foram escolhidos de forma aleatória e pela disponibilidade em responder individualmente os questionários, sendo 29 direcionados aos alunos, com o objetivo de avaliar a inserção de atividades experimentais como melhoria da qualidade do Ensino da Química para alunos do programa EJA. Quando questionados se saberiam dizer o que são aulas com atividades experimentais, a maioria dos alunos (75%) afirmou que sabem todavia a maioria dos alunos (69 %) não se lembram de ter dito alguma aula com atividade experimental. Na terceira questão 97% dos alunos acha que a Química está envolvida na sua vida. Em relação à quarta questão, todos alunos gostaria que o professor realizasse atividades experimentais nas aulas de Química. Quando questionados se acha que com aulas práticas, conseguiria assimilar melhor o conteúdo de Química, todos afirmaram que conseguiriam. Na segunda fase do projeto que se restringiu a realização de aulas teóricas sobre os conteúdos densidade e ácidos e bases, que possibilitaram o conhecimento prévio dos alunos sobre os conteúdos ministrados. Observou-se que durante as aulas, alguns alunos apresentaram dificuldades em apreender o conteúdo. Pois muitos desses alunos, diferentes das crianças e adolescentes, trabalham durante o dia e chegam, na maioria das vezes cansados na sala de aula. Mesmo sendo importante para o seu aprendizado, uma aula expositiva e explicativa, às vezes se torna desanimadora para os alunos. A Química é uma ciência experimental, assim, torna-se difícil aprender sem prática.

Conclusões

De acordo com os resultados obtidos nesta pesquisa, entendemos que a teoria associada à prática é promovedora de conhecimentos e desperta interesse dos alunos. Considerando as respostas obtidas junto aos discentes através da aplicação do questionário prévio e de sondagem, pode-se dizer que a utilização de atividades experimentais despertou nos alunos um maior prazer em estudar os conteúdos de Química, e ao mesmo tempo criou motivação e curiosidade em aprender, promovendo não só, aprendizagens significativas, como também inter- relações entre os conhecimentos teóricos e práticos.

Agradecimentos

Á gestora, professores e alunos da Escola Dom Mario e a Universidade Federal do Amazonas.

Referências

BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 1996.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: ensino médio: ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. Brasília: MEC/SEMTEC, 1999.
BUDEL, Geraldo José; GUIMARÃES, Orliney Maciel. Ensino de Química na EJA: uma proposta metodológica com abordagem do cotidiano. In: 1º CPEQUI – 1º Congresso Paranaense de Educação em Química, 2009, Londrina. Londrina, 2009. Disponível em:<http://www.uel.br/eventos/cpequi/Anais.pdf>. Acesso em: 22 de abril de 2016.
FARIAS, C. S; et al. (2009) A importância das atividades experimentais no Ensino de Química. 1º CPEQUI – 1º Congresso Paranaense de Educação Em Química, Nov. 2009.
NASCIMENTO, Rosimar Luca do. O Ensino de Química na Modalidade Educação Jovens e Adultos e o cotidiano como estratégia de ensino/aprendizagem. 2012. 32 f. Monografia (Licenciatura em Química) – Setor de Ciências Exatas, Faculdade Integrada da Grande Fortaleza, Peabiru, 2012. Disponível em:<http://www.nead.fgf.edu.br/novo/material/monografias química/rosimar luca do nascimento.pdf>. Acesso em: 15 de abril de 2016.
OLIVEIRA, C. A. L; SILVA, T. P. (2012) Aplicação de aulas experimentais de Química com materiais alternativos a partir de sucatas e materiais domésticos de Jovens e Adultos. Encontro Nacional de Educação, Ciências e Tecnologia UEPB, 2012. Disponível em:<http://www.editorarealize.com.br/revista/enect/resumo.php?idtrabalho=93>. Acesso em: 15 de abril de 2016.