Autores

Santos, V.S. (UFAM) ; Brandão, E.G. (UFAM) ; Alves, L.C. (UFAM) ; Lima, T.N. (UFAM) ; Patrício, A.S. (UFAM)

Resumo

Desenhos e quadrinhos estão cada vez mais presentes no cotidiano de estudantes, por isso, objetivou-se construir GIBIS sobre o tema Propriedades Periódicas, no intuito de proporcionar uma aprendizagem significativa. O trabalho foi desenvolvido com alunos do 2º período do Curso de Licenciatura em Ciências: Biologia e Química, do Instituto de Natureza e Cultura – INC/UFAM. Utilizou-se a pesquisa-ação do tipo prática e bibliográfica, com a abordagem qualitativa. Uma das dificuldades dos estudantes foi a construção do roteiro devido aos problemas em dominar e utilizar os conceitos de forma apropriada. O trabalho oportunizou despertar o interesse dos alunos através da associação da teoria à prática.

Palavras chaves

Ensino; Aprendizagem; Didática

Introdução

Gibis e Mangás estão cada vez mais presentes no cotidiano de jovens estudantes que estão ingressando em cursos superiores nas universidades. Desta forma, torna-se imprescindível associar estes aspectos culturais, que os jovens universitários trazem consigo, com o processo de ensino e de aprendizagem de Química nas disciplinas ministradas em períodos iniciais dos cursos de Licenciatura, tais como a disciplina de Química Geral. Os conceitos abordados nas disciplinas introdutórias dos cursos de Química comumente causam certo espanto aos jovens, além de desespero e por que não dizer, certa aversão a essa ciência tão importante para o homem. Alia-se a estes entraves o fato de que a Química é uma ciência abstrata, que requer certo grau de imaginação e interpretação mental de diversos conceitos e temas abordados; fator este que acaba somando-se as dificuldades dos acadêmicos em interpretar cálculos, fórmulas, símbolos e equações inerentes à própria Química. Com isso, cada vez mais os professores precisam buscar novas formas de abordar conceitos de Química em cursos de licenciatura; além do fato de que, são estes cursos que formarão futuros docentes na área. Por esse motivo, os universitários precisam conhecer, diferentes formas de abordagens de conceitos de Química para que, ao trabalharem como docentes, possam colocar em prática o que vivenciam na universidade. Visando a melhoria na qualidade das aulas de Química Geral em um curso de Licenciatura no interior do Estado do Amazonas, pensou-se em construir GIBIS sobre o tema “Propriedades Periódicas”, no intuito de proporcionar uma aprendizagem significativa dos conceitos de tamanho dos átomos e dos íons, afinidade eletrônica, energia de ionização e eletronegatividade, para estudantes do 2º período do Curso de Licenciatura em Ciências: Biologia e Química, do Instituto de Natureza e Cultura – INC, da Universidade Federal do Amazonas – UFAM.

Material e métodos

O trabalho desenvolvido com uma turma de 2º período, da disciplina de Química Geral I, do Curso de Licenciatura em Ciências: Biologia e Química, do Instituto de Natureza e Cultura – INC, da Universidade Federal do Amazonas – UFAM. O instituto está situado no Município de Benjamin Constant, interior do Estado do Amazonas, na microrregião do Alto Solimões, mesorregião do Sudoeste Amazonense. Sua população é de 40 417 habitantes, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2016. Utilizou-se elementos da pesquisa-ação do tipo prática ao longo de todo o percurso metodológico, pois, de acordo com Tripp (2005, p. 457), nesse tipo de pesquisa, “o pesquisador tem em mira contribuir para o desenvolvimento [dos estudantes], o que significa que serão feitas mudanças para melhorar a aprendizagem e a auto estima de seus alunos, para aumentar interesse, autonomia ou cooperação e assim por diante”. Para a produção dos gibis, utilizou-se além da imaginação e criatividade para a idealização das personagens, materiais alternativos como: papel A4, giz de cera, hidrocores, cola, lápis, papel emborrachado, entre outros. A criatividade e o roteiro ficaram a critério de cada um dos grupos. A turma foi dividida em cinco grupos diferentes e, após a criação dos roteiros e personagens, bem como da confecção do gibi; os discentes realizaram uma socialização para todos os colegas, momento no qual todos puderam ter conhecimento das histórias criadas pelos colegas. Também foi necessária a pesquisa bibliográfica, que está presente desde a elaboração do projeto e prosseguiu até o término do trabalho e da escrita. De acordo com Gil (2002, p. 44), “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. A abordagem utilizada neste trabalho foi uma abordagem qualitativa, na qual o foco principal foi o de entrar em contato com o ambiente e com as pessoas que nele se encontravam. Segundo Neves (1996, p. 01), “nas pesquisas qualitativas, é frequente que o pesquisador procure entender os fenômenos, segundo a perspectiva dos participantes da situação estudada e, a partir daí situe sua interpretação dos fenômenos estudados”.

Resultado e discussão

Como os estudantes foram divididos em cinco grupos, cada um com dez participantes, foram elaborados cinco gibis. Uma das primeiras dificuldades dos estudantes foi a construção do roteiro e das personagens representadas nas histórias. Tal dificuldade é compreendida pelo fato de os estudantes apresentarem problemas em dominar e utilizar os conceitos de forma considerada apropriada pela ciência e representar tais conceitos através de uma história. Para minimizar tal dificuldade, os estudantes tiveram que realizar leituras, interpretações e discussões dos conceitos científicos a serem abordados em suas histórias. Sobre este fato, Santos, Silva e Oliveira (2016), ressaltam que:[...] as HQs possibilitam, acima de tudo, a prática da leitura nas aulas de Química, o que é essencial para melhor entendimento dos conteúdos. Uma das grandes dificuldades dos alunos, nessa disciplina, se dá, muitas vezes, pela falta do hábito da leitura, o que se torna um dificultador de todo o processo de aprendizagem, pois aprender química, como em qualquer disciplina, envolve o ato de ler, bem como compreender e interpretar aquilo que se lê. Em relação à apropriação conceitual, ao analisar os quadrinhos produzidos, nota-se que os alunos, além de exercerem a criatividade, também conseguiram expressar em suas histórias seus entendimentos a respeito dos conceitos abordados. Esse fato é de grande relevância pois, através de suas histórias construídas nos gibis, o professor é capaz de identificar possíveis erros conceituais e/ou dificuldades de compreensão sobre determinados conceitos científicos. Os estudantes demonstraram apropriar-se dos conceitos estudados em sala de aula de forma consciente.

Conclusões

Por meio das experiências vivenciadas em sala de aula na disciplina de Química Geral I, os acadêmicos, em sua maioria, recém concludentes do Ensino Médio, possuíam baixo rendimento devido à dificuldade de percepção dos temas abordados, além de não compreenderem a importância do estudo da disciplina e sua aplicação no dia a dia.No entanto, acredita-se que a proposta da construção de material didático por meio dos GIBIS, oportunizou despertar o interesse dos alunos em desenvolver um método de ensino que associasse teoria à prática, atrelados aos conhecimentos científicos estudados.

Agradecimentos

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM.

Referências

GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4ed. São Paulo: Atlas, 2002.

NEVES, José Luis. Pesquisa Qualitativa – Características, Usos e Possibilidades. Caderno de Pesquisas em Administração, v.1, n.3, São Paulo, 1996.

SANTOS, Jucilene Santana; SILVA, Adjane da Costa Tourinho e; OLIVEIRA, Filipe Silva de. Histórias em Quadrinhos no ensino de Química: o que tem sido produzido em revistas e eventos da área na última década. Anais do Encontro Nacional de Ensino de Química - ENEQ, 2016. Disponível em: <http://www.eneq2016.ufsc.br/anais/resumos/R2109-1.pdf> Acesso em: 28 Junho, 2017.

TRIPP, David. Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. Educação e Pesquisa, v. 31, n. 3, p. 443-466, São Paulo, 2005.