Autores
Ramos, G.C. (UFPA) ; Palheta Junior, A.R. (UEPA) ; Barros, D.J.P. (UEPA) ; Nascimento, L.T. (UEPA) ; Silva, A.S. (UEPA) ; Barros, D.M.B. (UEPA)
Resumo
A pesquisa aborda o lúdico como estratégia facilitadora no ensino e aprendizagem de funções orgânicas oxigenadas. Neste contexto, fez-se uso do jogo “Batalha Naval”, para auxiliar e minimizar as dificuldades demostrada pelos alunos em relacionar os grupos funcionais ao nome dos compostos. Partindo do pressuposto, objetivou-se despertar o interesse do aluno em aprender identificar e nomear as principais funções oxigenadas vistas no ensino médio. O trabalho foi executado com alunos de uma turma de pré- vestibular da cidade de Salvaterra/PA. Adotou-se como procedimentos: aula revisória do conteúdo abordado, atividade envolvendo o jogo e aplicação de um questionário. Verificou-se interesse, participação e aceitabilidade, comprovando a utilidade do jogo para o ensino.
Palavras chaves
Compostos Oxigênados; Lúdico; Batalha Naval
Introdução
A Química Orgânica possui um tópico relacionado as funções orgânicas oxigenadas, que têm como característica principal a presença do átomo oxigênio em meio as estruturas hidrocarbônicas. Tal conteúdo é abordado em turmas de 3º ano do Ensino Médio, sendo muitas vezes pouco assimilado pelos estudantes (LAPA; SILVA, 2016). A diversidade dos grupos funcionais, as regras de nomenclatura e a determinação das suas fórmulas estruturais, provavelmente sejam indícios das dificuldades de compreensão (LAPA; SILVA, 2016). Souza e Silva (2012) e Zanon, Guerreiro e Oliveira (2008) afirmam que os alunos não apresentam a habilidade de associar facilmente a estrutura ao nome correspondente à Função Orgânica. Para reverter tal situação, é importante estimular e resgatar o interesse dos alunos pelas aulas. Para isso, é fundamental que o professor utilize metodologias diferenciadas que o auxilie no processo de ensino e aprendizagem (SOARES; OKUMURA; CAVALHEIRO, 2003). Neste contexto, o desenvolvimento de ferramentas lúdicas, tornam-se válidas no ensino, principalmente as que envolvem jogos, uma vez que estratégias desse tipo permitem que o aluno atue ativamente no processo de ensino-aprendizagem, deixado de lado o ser que apenas recebe informações sem nenhum tipo de questionamento, algo que há tempos atrás foi tido como um paradigma (CASTRO; TREDEZINI, 2014). Silva, Cordeiro e Kiill (2015) afirmam que a utilização de jogos didáticos, favorecem a interação dos alunos com os colegas e com o professor, resultando assim, na expansão de seus conhecimentos. Diante do exposto, objetivou-se desenvolver o jogo didático Batalha Naval das Funções Orgânicas Oxigenadas, afim de despertar o interesse do aluno em aprender identificar e nomear as principais funções vistas no ensino médio.
Material e métodos
O trabalho foi dividido em três momentos, sendo o primeiro correspondente a elaboração da ferramenta didática Batalha Naval. Para sua montagem necessitou-se de: 4 ripas de 1m; 10 hastes de cobre de 1m; 100 pedaços de papelão com dimensões de 8cm x 8cm e 100 pedaços de papel A4 com as mesmas dimensões. Com as ripas formou-se um quadrado, onde fixou-se as hastes de cobre a distância de 10cm entre si e 5cm da borda. Em cada haste fixada foi adicionado 10 pedaços de papelão, obtendo-se desta forma uma estrutura a qual puderam ser adicionados compostos de funções orgânicas oxigenadas e/ou grupos funcionais que as representam. Para adicionar um composto e/ou um grupo funcional, este foi escrito nos pedaços de papel A4, de forma que cada um contivesse uma parte do composto/grupo funcional. Pode ser dado como exemplo a colocação do composto etanol (CH3 — CH2 — OH) na estrutura, para isso, transcreveu-se o composto para 5 pedaços de papel, o 1º para o CH3, o 2º para a —, 3º para o CH2, 4º para a — e o 5º para a OH. Em seguida, os papéis foram afixados nos pedaços de papelão da estrutura. O segundo momento representou a aplicação do jogo para 13 alunos de uma turma de pré- vestibular da cidade de Salvaterra/PA. Para testar a relevância da ferramenta no ensino, primeiro ministrou-se uma revisão do conteúdo referente a funções orgânicas oxigenadas. Em seguida, dividiu-se a turma em 4 grupos, que tiveram como objetivo encontrar e identificar os compostos ou grupos funcionais que estavam contidos na estrutura. O terceiro momento correspondeu a aplicação de um questionário com perguntas fechadas a respeito da ferramenta didática.
Resultado e discussão
A aplicação do jogo “Batalha Naval” mostrou-se uma alternativa válida para o
ensino de funções orgânicas oxigenadas, visto que a turma demostrou
interesse e participação no decorrer na dinâmica como pode ser observado na
figura 1, e ao encontrar os compostos os alunos conseguiram nomeá-los sem
apresentar grandes dificuldades. Neste contexto, Fialho (2008) afirma que é
importante haver uma relação entre o jogo e a aprendizagem, sendo este uma
ferramenta facilitadora na elaboração de conceitos e no reforço de
conteúdos. Segundo Santana (2008), o jogo também contribui para o trabalho
em grupo, mediante o exercício da cooperação, além de propiciar atitudes de
crítica e desenvolver a criatividade nos alunos. A aceitabilidade da
ferramenta didática pelos alunos, também pode ser constatada com base no
resultado do questionário aplicado.
Analisando a tabela é possível verificar que os alunos consideram a
utilização de ferramentas didáticas no ensino importante , uma vez que
facilitam a compreensão do que está sendo estudado, por este motivo o jogo
Batalha Naval como estratégia de ensino de funções orgânicas oxigenadas
obteve alta aprovação dos alunos, visto que baseado nas perguntas referentes
a essa metodologia, todos os alunos consideraram ser uma iniciativa “ótima”
ou “boa”. Neste sentido, Cabrera (2007) descreve que o uso do lúdico na sala
de aula motiva o aluno, criando um ambiente de descontração que torna
favorável a aprendizagem, pois o aprendiz coloca em ação seus processos
mentais iniciais, transformando-os em processos mais elaborados e
consequentemente, constrói seu próprio conhecimento.
Conclusões
Diante dos resultados obtidos, é possível concluir que as ferramentas didáticas no ensino devem ser mais utilizadas, pois a utilização do jogo Batalha Naval possibilitou que o aluno encontrasse e nomeasse diferentes funções/compostos oxigenados, facilitando desta forma a compreensão do conteúdo abordado. O jogo “Batalha Naval” apresenta baixo custo e pode ser facilmente confeccionado, tornando-se uma alternativa viável para ser utilizado em sala de aula.
Agradecimentos
Referências
CABRERA, W. B.. A ludicidade para o ensino médio na disciplina de biologia: Contribuições ao processo de aprendizagem em conformidade com os pressupostos teóricos da Aprendizagem Significativa. 2007. 158 f. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências e Educação Matemática) – Universidade Estadual de Londrina – UEL. Londrina (PR), 2007.
CASTRO, D. F.; TREDEZINI, A. L. de M.. A importância do jogo/lúdico no processo de ensino-aprendizagem. Revista Perquirere, v. 11, n. 1, p. 166-181, 2014.
FIALHO, Neusa Nogueira. Os jogos pedagógicos como ferramentas de ensino. In: Congresso Nacional de Educação. 2008. v.6, p. 12298-12306.
LAPA, W. P. F. M.; SILVA, J. C. S.. Revisando as Funções Orgânicas Oxigenadas com um Jogo Didático. Revista Debates em Ensino de Química, v. 2, n. 2, p. 104-111, 2016.
SANTANA, E. M.. A Influência de atividades lúdicas na aprendizagem de conceitos químicos. Anais do 1º Seminário Nacional de Educação profissional e tecnologia – SENEPT. Belo Horizonte (MG), 2008. Disponível em: < http://www.senept.cefetmg.br/galerias/Arquivos_senept/anais/terca_tema1/TerxaTema1Artigo4.pdf>. Acessado em: 20 de junho de 2017.
SILVA, B.; CORDEIRO, M; R.; KIILL, K. B.. Jogo Didático Investigativo: uma ferramenta para o ensino de Química Inorgânica. Química Nova na Escola, v. 37, n. 1, p. 27-34, 2015.
SOARES, M. H. F. B.; OKUMURA, F.; CAVALHEIRO, T. G.. Proposta de um jogo didático para ensino do conceito de equilíbrio químico. Química Nova na Escola, v. 18, p. 13-17, 2003.
SOUZA, H. Y. S.; SILVA, C. K. O.. Dados Orgânicos: um Jogo Didático no Ensino de Química. HOLOS, v. 3, n. 28, p. 107-121, 2012.
ZANON, D. A. V.; GUERREIRO, M. A. S.; OLIVEIRA, R. C.. Jogo didático Ludo Químico para o ensino de nomenclatura dos compostos orgânicos: projeto, produção, aplicação e avaliação. Ciênc. cogn. vol.13 n.1, p. 72-81, 2008.