Autores
Silva, I.M. (IFPB) ; Pontes, M.L.F.C. (IFPB) ; Santos, K.D. (IFPB)
Resumo
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) tratam de um elemento de apoio as escolas e aos docentes durante a elaboração do seu projeto educativo, sugerindo procedimentos e ações no cotidiano escolar, tal como a necessidade de tratar de alguns temas sociais urgentes, denominados como temas transversais, entre eles: meio ambiente. Os professores no processo de ensinoaprendizagem dos discentes possuem um papel inestimável, por se tratarem de facilitadores de conhecimento e devem orientar suas práticas pedagógicas no sentido da viabilização da discussão construtiva dos conteúdos. Este trabalho analisa como ensino de química ambiental é abordado no planejamento dos professores do componente curricular Química do IFPB - campus João Pessoa.
Palavras chaves
Contextualização; Química ambiental; Análise de conteudo
Introdução
A Educação Ambiental (EA) é tratada como tema transversal e deve ser trabalhada ressaltando os aspectos sociais, econômicos, políticos e ecológicos. Por essa razão, a escola devido ao seu processo histórico e social possui função complexa no que diz respeito à formação de cidadãos críticos e protagonistas na sociedade em que vivem por se tratar de um espaço sociável que possibilita o desenvolvimento humanístico atrelado ao conhecimento disciplinar. Uma das linhas de estudos da Química é a “Química Ambiental”, que estuda fenômenos químicos naturais e também aqueles provocados diretamente por ações do ser humano, como por exemplo, poluição de rios, desmatamento, queimadas, uso inadequado do solo, entre outros. Para Menegolla e Sant’anna (2008, p.10), o planejamento dos docentes é de grande importância, pois “a educação, o ensino e toda ação pedagógica devem ser pensadas e planejadas de modo que possam propiciar melhores condições de vida à pessoa”. Ao analisarmos criticamente é possível denotar a existência ou não de uma postura reflexiva de acordo com o docente em suas ações pedagógicas. Pois no planejamento consta como os conteúdos específicos serão abordados, qual o objetivo deste docente e suas estratégicas para o êxito das suas ações pedagógicas. Visto o exposto, esta pesquisa objetiva analisar a abordagem do ensino da Química Ambiental no planejamento dos professores do componente curricular Química que lecionam no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba – Campus João Pessoa, no Curso Integrado de Controle Ambiental.
Material e métodos
A pesquisa foi realizada por meio da análise do planejamento referente ao 1º ano do ensino médio integrado do componente curricular Química do Curso Integrado de Controle Ambiental. A técnica utilizada foi a Análise de Conteúdo, seguindo o referencial teórico de Bardin que se trata de um “conjunto de técnicas de análise de comunicações”, constituída por 3 etapas que são: “pré-análise, inferência e interpretação”. (BARDIN, s.d. apud DOMINGUINI e ORTIGARA, 2010, p.5). A pesquisa, portanto, tem caráter qualitativo e exploratório, visto que se refere à interpretação e compreensão das informações apresentadas no documento em questão. A pré-análise se trata da etapa em que organizamos as ideias quanto aos documentos que iremos analisar, elaboramos um plano de análise, no qual estarão as categorias e os indicadores determinados para análise. As categorias contempladas foram: linguagem, contextualização, interdisciplinaridade, experimentação e tecnologia da informação. Quanto a determinação do indicador, é possível recorrer ou não a um ordenador. Os ordenadores selecionados para esta foram: Atende totalmente (AT) indicando se os dados obtidos se enquadram totalmente ao indicador em questão de forma clara; Atende parcialmente (AP) quando apresenta um conjunto de informações simplória e não as descreve e Não atende (NA) quando o documento analisado não fornecer as informações fundamentais para o indicador. A Exploração do Material trata-se da etapa mais extensa, consiste na leitura, análise e administração sistemática dos procedimentos estipulados na pré-análise (Bardin, 1977). Por fim, o Tratamento dos Resultados que denota as conclusões quanto às informações analisadas.
Resultado e discussão
Linguagem: O planejamento não atendeu a nenhum dos indicadores em questão,
pois o mesmo não apresenta nenhuma informação clara sobre a química
ambiental, tampouco sugere a discussão de problemas ambientais e seus
impactos.
Ao analisar os conteúdos que serão lecionados é necessário que o
professor responda as perguntas a respeito de “o por que ensinar” e “o que
ensinar” e que devem estar relacionadas ao contexto em que os discentes
vivem (Faria e Silva, 2009).
Contextualização: O planejamento não atendeu a nenhum dos indicadores em
questão, visto que não apresenta nenhuma proposta sobre a contextualização
da química com o cotidiano dos discentes, como também entre a química e o
meio ambiente.
Interdisciplinaridade: A interdisciplinaridade também não está presente no
planejamento, visto que nenhum dos indicadores atendeu a categoria. O
desenvolvimento de projetos ou propostas interdisciplinares articula formas
de ação pedagógica que propiciem as competências estimadas, particularmente
as que estão relacionadas à contextualização sócio-cultural.
Experimentação: O planejamento não atende ao indicador que se refere às
sugestões de práticas de laboratórios voltadas para a temática ambiental.
Atividades com esse propósito propiciam aos estudantes a percepção de como a
química está presente no meio ambiente e como influencia diretamente no
desenvolvimento da sociedade e sua qualidade de vida.
Tecnologia da informação: Mais uma vez o planejamento não atendeu a
categoria em questão, sequer menciona o uso de mídias interativas ou o uso
de computador ou qualquer outro recurso tecnológico.
O uso de computador, tablets, smartphones, entre outros, favorecem a
constituição de diferentes saberes, motivam e instigam o debate sobre
temáticas do mundo contemporâneo.
Conclusões
O planejamento analisado mostrou adequação à apenas um indicador dentre os dez analisados. Não versa sobre contextualização do ensino de química, nem sobre interdisciplinaridade. Como também, não apresenta os meios viáveis e disponíveis pela instituição de ensino, que possam contribuir para a ação pedagógica e seus objetivos claros e significativos. Em suma, o planejamento se delimita em conteúdo programático, resolução de exercícios e provas, neste caso, trata apenas de uma planificação dos conteúdos e atividades em sala.
Agradecimentos
Referências
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DIAS, G. F. Educação Ambiental: princípios e práticas. São Paulo, Gaia, 1992.
DOMINGUINI, L; ORTIGARA, V. Análise de conteúdo como metodologia de livros didáticos de química. In: XV ENCONTRO NACIONAL DE ENSINO DE QUÍMICA, 7., 2010 – Brasília. (Anais). Disponível em: http://www.sbq.org.br/eneq/xv/resumos/R0434-2.pdf. Acesso em: 22 de junho de 2016.
SILVA, M. G. L.; FARIA, T. C. L. Ensino de ciências: relatos de pesquisa e materiais didáticos. Natal, RN: EDUFRN, 2009.