Autores

Silva, A.M. (UFC) ; Lopes, A.V.V. (UFC)

Resumo

O objetivo desse estudo é conhecer as concepções e a importância atribuídos por professores e alunos para o uso desse tipo de recurso metodológico nas aulas de Química. Para alcançar esse objetivo foi realizado um levantamento da literatura que trata desse tema. Posteriormente, realizou-se uma pesquisa documental nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (DCNEM); nos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM) e nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para os Cursos de Graduação em Química. Analisados os documentos, procedeu-se à aplicação de um questionário semiaberto para professores e alunos do 3o. Ano do Ensino Médio, da Escola Estadual Fausto Arruda situada na cidade de Maracanaú-CE.

Palavras chaves

Ensino de Química; Experimentos de Química; Química no Ensino Médio

Introdução

Embora haja o consenso de que o uso da experimentação seja considerado como uma atividade essencial ao ensino das ciências; estudos e pesquisas realizados acerca dessa estratégia pedagógica apontam críticas sobre o uso das atividades experimentais no ensino da Química. De acordo com esses estudos o uso das experimentações no ensino das ciências ainda é percebido por grande parte dos professores como uma atividade transformadora, mas muito arraigada em concepções empiristas de se fazer ciência. As Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (BRASIL, 2006) apontam, na página 109, que “historicamente o conhecimento químico centrou-se em estudos de natureza empírica”; influenciando sobremaneira o ensino da Química e a prática pedagógica dos professores de Química. Por esse motivo, conhecer as concepções de alunos e professores acerca do uso de experimentos no ensino da Química poderá auxiliar os professores (ou futuros professores) a melhorarem o seu desempenho profissional. Academicamente, acredita-se que esse tipo de pesquisa possa influenciar os estudos sobre formação docente em Química. No entanto, é igualmente importante que o docente seja capaz de promover uma prática reflexiva em torno de sua atuação profissional, sendo um constante pesquisador de sua prática (THERRIEN, 2002). Schwahn e Oaigen (2007) em pesquisa realizada com alunos de um curso de Licenciatura em Química demonstraram que as justificativas descritas por esses futuros professores para o uso de experimentos no ensino da Química incluem o ensino dos métodos científicos; a comprovação e verificação de teorias vistas na sala de aula; complementaridade do processo de ensino- aprendizagem; formas lúdicas de ensinar a Química.

Material e métodos

Esse estudo se propôs a fazer um levantamento das concepções que professores e alunos têm do uso de experimentos como recurso metodológico no ensino da Química. O universo dessa pesquisa centrou-se em alunos da 3ª série do Ensino Médio da Escola Estadual de Ensino Médio Fausto Arruda situada na cidade de Maracanaú - CE. Os sujeitos desse estudo, em um total de 22 (vinte e dois) alunos, responderam a um questionário semiaberto, na qual foi indagada a finalidade do uso de experimentos e aulas de laboratório no ensino da Química; a frequência com que esse recurso didático é utilizado pelos professores; a importância desse recurso pedagógico para o aprendizado das teorias químicas e para o aprendizado como um todo, dentre outras. A partir dos resultados obtidos, analisou-se os significados atribuídos pelos alunos ao uso da experimentação no ensino da Química, traçando-se os elementos que lhe conferem mais importância dentre as demais estratégias pedagógicas, como por exemplo, as aulas expositivas.

Resultado e discussão

Quanto as respostas, 45% dos alunos afirmaram ter 4 aulas experimentais de química por ano e 55% dos alunos afirmaram ter 3 aulas experimentais por ano. Considerando que, em média, os alunos costumam ter no máximo duas aulas de Química por semana, e que em um ano existem aproximadamente 52 semanas; os alunos teriam em torno de 104 aulas de Química durante um ano inteiro. Assistir entre 3 a 4 aulas experimentais por ano parece muito pouco para que os alunos tenham a possibilidade de confrontar teoria e prática pela via da experimentação. 45% informaram que os experimentos de química servem para melhorar o aprendizado; 45% apontam que sua experiência com o laboratório irá melhorar e 10% se sentem mais motivados com esse tipo de recurso didático- metodológico, conforme se vê na figura 1. Para 80% dos alunos o experimento de química é importante para o aprendizado, enquanto que para 20% dos alunos o uso desse recurso talvez seja importante (figura 2). Percebe-se que embora essa resposta não tenha sido mais bem explorada, pode-se inferir que esse percentual que respondeu “talvez”, considere a possibilidade de haver outras formas de ensinar e aprender química, visto que, se considerassem que os experimentos não teriam importância, teriam respondidos “não”.


Opinião do alunos.




Conclusões

Este estudo acadêmico se propôs a identificar as concepções e visões dos alunos sobre o uso de experimentos nas aulas de Química e compreender a importância dada pelos alunos a esse tipo de recurso metodológico utilizado nas aulas de Química, elencados nos objetivos dessa pesquisa. Para atingir os objetivos propostos aplicou-se um questionário semiaberto, na qual foi indagada a finalidade do uso de experimentos e aulas de laboratório no ensino da Química; a frequência com que esse recurso didático é utilizado pelos professores e a importância desse recurso pedagógico para o aprendizado.

Agradecimentos

A Coordenação do Curso de Licenciatura Semipresencial em Química da UFC Virtual; a Direção do Polo de S.Gonçalo do Amarante; a EEEM Fausto Arruda, Maracanaú – CE.

Referências

BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília, DF. 2006. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf. Acesso em: 10 nov. 2015.

SCHWAHN, Maria Cristina Aguire; OIAGEN, Edson Roberto. Objetivos para o uso da experimentação no Ensino de Química; a visão de um grupo de licenciandos. In: VII Enpec (2007). Disponível em: http://posgrad.fae.ufmg.br/posgrad/viienpec/pdfs/933.pdf. Acesso em: 30 nov. 2015.

THERRIEN, Jacques – O saber do trabalho docente e a formação do professor. In: MACIEE, Lizete S. B. Reflexões sobre a formação de professores – Campinas, SP; Papirus, 2002 – (Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico).