Autores

Barroso, J. (UFPA) ; Araújo, M. (UFPA) ; Fernandes, A. (UFPA)

Resumo

O presente trabalho busca identificar por meio da elaboração de mapas conceituais a ocorrência de aprendizagem significativa, em relação ao conteúdo de química orgânica estudado na disciplina de química geral teórica, por alunos do segundo semestre do curso de licenciatura em química. Na avaliação dos mapas conceituais foram utilizados variados critérios, tais como: proposições válidas, hierarquia, diferenciação progressiva e reconciliação integrativa. Após a análise dos mapas elaborados pelos discentes, verifica-se que a ferramenta mapa conceitual atuou efetivamente como mediadora do processo aprendizagem dos discente.

Palavras chaves

Aprendizagem Significativ; Mapas Conceituais; Química Orgânica

Introdução

Hodiernamente, em algumas escolas é utilizada a aprendizagem mecânica, que segundo David Ausubel, é aquela memorística que serve apenas para resolução de provas, sendo apagada logo em seguida. Em sua teoria da aprendizagem significativa, Ausubel ressalta que a aprendizagem tem que fazer sentido para o aluno, bem como ser organizada e relacionada aos conceitos de forma hierárquica, para que assim possa construir uma aprendizagem significativa (MOREIRA, 2011). Isto posto, para se avaliar a aprendizagem dos estudantes participantes desta pesquisa, optou-se por utilizar as concepções de Luckesi, a qual explica sobre o porquê não se deve fazer exames (provas), uma vez que a transformação dessa quantidade (nota) em qualidade não poderá diagnosticar a real situação do aluno. Pois, Luckesi (2008) afirma que os exames são médias de notas e não conhecimento mínimo necessário e dessa forma transforma-se, indevidamente, qualidade em quantidade. Diante disso, este trabalho avalia a qualidade de um instrumento de aprendizagem que segundo a teoria de Ausubel e as ideias de Marco Antônio Moreira seja um meio facilitador da aprendizagem significativa. Desse modo, este trabalho apresenta o seguinte problema: O mapa conceitual pode ser utilizado como ferramenta facilitadora para uma aprendizagem significativa no conteúdo de Química Orgânica?

Material e métodos

A pesquisa foi desenvolvida com a turma do 2° semestre de 2016 do curso Licenciatura em Química da Universidade Federal do Pará, na disciplina de Química Geral Teórica II, com 22 discentes participantes. A principal ferramenta utilizada para a coleta de dados da pesquisa, foi a construção de mapas conceituais elaborado pelos discentes, sobre o conteúdo de Química Orgânica. A pesquisa foi executada em várias etapas, inicialmente realizou-se uma sondagem para que se identificassem os conhecimentos prévios dos discentes. Em seguida sucederam-se várias intervenções didáticas (vídeos,artigos,pesquisas) em busca de melhorar o conhecimento sobre química orgânica. Posteriormente foi solicitado a elaboração do mapa conceitual. Os critérios escolhidos e utilizados na análise dos mapas conceituais foram aqueles sugeridos por Ausubel e Novak (1984): i) Proposições válidas; ii) Hierarquia; iii) Diferenciação progressiva; iv) Reconciliação integrativa.

Resultado e discussão

A análise dos mapas conceituais de todos os alunos, apresentaram resultados satisfatórios, segundo os critérios qualitativos, pois, a maioria dos alunos apresentou hierarquicamente o conteúdo de Química Orgânica, respeitando a estrutura básica para a construção de um mapa conceitual. Durante a análise dos resultados obtidos da Equação 1, alguns alunos apresentaram um número total de proposições elevado em relação a outras, o que entende-se que isso possa influenciar para se obter a nota final. Porém, para que um mapa conceitual possa obter nota final alta não é suficiente ter elevado número de proposições, nem apenas um número elevado de proposições corretas. Pois, o importante é que durante a construção do mapa conceitual o elaborador se preocupe com a qualidade das proposições. A partir dos resultados dos mapas, foi selecionado no universo da pesquisa o mapa do aluno A7 para se avaliar o potencial significativo e acompanhar o desenvolvimento do aluno, a Figura 1 apresenta todos os critérios qualitativos estabelecidos. Na Figura 1, encontra-se a construção do aluno A7 que apresenta mapa conceitual, segundo Moreira (2011) do tipo “telha de aranha”, reconciliações integrativas e proposições aplicadas de forma coerente e válida, no geral, demonstrando que o aluno possui domínio da ferramenta e conteúdo.É possível notar que o aluno emprega adequadamente os conceitos com os conectivos, mostrando-se de forma significativa, pois, relaciona as ideias de forma organizada,pois segundo Martins (2016, p.32): "O aluno deve atentar para os termos de ligações, pois ele aumenta o significado da proposição", tornando o mapa conceitual mais coeso. O mapa do aluno A7 apresenta 59 proposições totais, e todas as proposições estão corretas (100%), obtendo um conceito EXCELENTE.

Figura 1 – Mapa conceitual construído pelo aluno A7



Conclusões

O instrumento foi considerado potencialmente significativo, pois foi possível perceber que a ferramenta ajudou os alunos a organizar o conhecimento, uma vez que estruturou o conteúdo estudado na sua estrutura cognitiva. Haja vista, que a partir da análise dos mapas obteve-se resultados satisfatórios deixando evidente que a ferramenta Mapa conceitual contribuiu no processo de ensino aprendizagem dos discentes. Além de, nos permitir o acompanhamento do desenvolvimento do aluno durante a disciplina e, não mais, saber somente o conceito final.

Agradecimentos

UFPA, GREQ

Referências

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 19°. ed. São Paulo: Cortez, 2008.
MARTINS, Aline Ferreira. Mapa conceitual como instrumento de avaliação no processo de ensino-aprendizagem de ácidos e bases no ensino superior. 2016, 52p. Dissertação (Graduação em Química). Universidade Federal do Pará, Belém, 2016.
MOREIRA, Marco Antonio. Aprendizagem Signicativa: a teoria e textos complementares. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2011.
NOVAK, Joseph D. Aprender a aprender. 1°ed, Paralelo, 1984.