Autores

Silva, I.C. (FAMETRO) ; Rebelo, M.C. (FAMETRO) ; Costa, K.B. (FAMETRO) ; Silva, P.C. (FAMETRO) ; Paixão de Oliveira, E. (FAMETRO)

Resumo

Este trabalho difunde o emprego da ciência forense, que é o ramo de estudo que emprega diversas técnicas, conhecimentos científicos na análise e na determinação da natureza de inúmeras substâncias, para decifrar crimes nas mais distintas questões associadas às áreas judiciais. Tendo por objetivo maior, incluir no ensino da disciplina de química essa técnica diferenciada de aprendizagem. A construção deste trabalho foi baseada em artigos científicos e livros relacionados com o processo de ensino-aprendizagem. Adotou-se a investigação como tema motivador de ensino a fim de apresentar conceitos de química orgânica através das estruturas básicas do carbono, bem como incorporá-la no cotidiano, tendo em vista a grande dificuldade dos discentes na compreensão dessa matéria.

Palavras chaves

Química forense; Experimentação; Investigação

Introdução

No transcorrer do processo da aprendizagem são inúmeros os impasses para o malogro escolar, incluindo estados físicos e psicológicos dos adolescentes, galgando pela precariedade estrutural escolar e a desmotivação dos profissionais que nela trabalham. A utilização da ciência forense interage com a apresentação de elementos reais. É desta forma que os vários meios de recursos didáticos vão servir para explicar de forma concreta e objetiva um conteúdo e ilustrar uma ideia, tornando mais efetivo o processo de aprendizagem. Os autores Rosa, Silva e Galvan (2014) retratam que a ciência forense é o campo que auxilia as áreas de física, biologia, medicina, química, matemática, entre outras e o seu principal objetivo é auxiliar e ajudar nas investigações relacionadas à justiça e a sociedade. A Química Forense é utilizada para problematizar o conteúdo da Química Orgânica fazendo uma ligação entre os conhecimentos químicos, em especial nas formas da utilização do carbono, objetivando fazer com que a realidade dos alunos seja mudada através desta metodologia. Buscando expor aos alunos uma reflexão sobre a contribuição da química na vida do ser humano, foi proposto vídeos com a importância do carbono, a história da química forense e um caso investigativo, aliado ao uso de técnicas e de recursos usados no laboratório químico. É notório que o Ensino de Química ultimamente vem passando por transformações. Oliveira (2010) cita que experimentos demonstrativos normalmente são mais fáceis de ser aplicado em sala de aula, empregado comumente para ilustrar os conteúdos abordados em sala de aula. O presente trabalho foi aplicado na Escola Estadual Angelo Ramazzotti, com alunos do 3º no ensino médio com a utilização de um experimento de química forense.

Material e métodos

A construção deste trabalho foi baseada em artigos científicos, livros, e projeto sendo aplicada aos alunos da terceira série do ensino médio na Escola Estadual Angelo Ramazzotti, Manaus/Am. Adotou-se a investigação como tema motivador de ensino a fim de apresentar conceitos de química orgânica através das estruturas básicas do carbono, bem como incorporá-la no cotidiano, tendo em vista a grande dificuldade dos discentes na compreensão dessa matéria. O presente projeto baseou-se no artigo de Cruz et al (2016) “A Ciência Forense no Ensino de Química por Meio da Experimentação Investigativa e Lúdica”. Contudo, foram feitas algumas modificações nessa metodologia como a inclusão de multimídia na aplicação do estudo de caso. Com a finalidade de expor o estudo de caso retratando um crime foi feito a exposição de vídeos. Foram aplicados dois vídeos em uma única aula, Vídeo 1: Contexto Histórico da Química Forense e estudo de caso e Vídeo 2: Carbono é vida. Na aula experimental foi solicitado que formassem 4 grupos e posicionou-se na bancada a folha em branco. Em seguida solicitou-se que escolhessem um da equipe para que o mesmo pressionasse o polegar na folha. Na sequência passamos com o pó do carvão e o pincel nas equipes, assim cada grupo teve a experiência de revelar a digital. E para instigar os alunos foi exposto que havia sobre a bancada a impressão digital de um assassino junto com a de um inocente. Observou-se que a turma ficou agitada e atenta com o método relacionado à química orgânica e ao meio ambiente. Para finalizar o projeto, realizou-se um experimento demonstrativo de sangue falso com a reação do tiocianato de potássio com cloreto férrico.

Resultado e discussão

Foram aplicados questionários como instrumentos de coleta de dados, e assim verificou-se o grau de conhecimento antes e depois da execução da atividade. Ministrou-se aulas expositivas, vídeos didáticos e experimentos com técnicas de investigação criminal por impressão digital e simulação do sangue humano (Figura 1). É importante salientar que do início ao final do projeto o conteúdo químico e a ciência forense estavam correlacionados, tornando possível observar a aceitação dos discentes e a importância da didática como agente licenciador na aprendizagem. Constatou-se que a interatividade desta estratégia de ensino, aliada ao fascínio da ciência forense, despertou grande interesse e permitiu uma mudança conceitual por parte dos estudantes, instigando-os a terem uma nova visão e um interesse maior pela disciplina. Os questionários foram voltados à opinião e conhecimento dos alunos. Questão 01 – Você já ouviu falar na ciência forense? Questão 02 – Você tem curiosidade sobre investigação criminal? Questão 03 - As atividades mudaram sua opinião quanto às aulas de química? Questão 04 – Com a metodologia usada, você conseguiu entender melhor o assunto? As questões partem do princípio de buscar solução para determinado caso criminal, em decorrência dessa perspectiva, incluir na vida escolar ou até mesmo externa do aluno, a pesquisa e a exploração, instigando-os a novas descobertas através do estudo profundo. Prodanov e Freitas (2013, p.14) “A Metodologia é o cumprimento de procedimentos e técnicas que devem ser observados para construção do conhecimento, com o propósito de comprovar sua validade e utilidade nos diversos âmbitos da sociedade”. O resultado mostrado nos Gráficos 1-4 evidenciam que o método foi eficiente como ferramenta didática no ensino.

A realização da aula experimental ocorreu no laboratório com muita participação e entusiasmo dos alunos.


Os resultados dessa pesquisa foram coletados por questionários de sondagem.

Conclusões

O projeto mostrou a interdisciplinaridade e a contextualização por meio de um instrumento potencializador, a ciência forense. Os alunos puderam visualizar a disciplina de uma maneira diferente e demonstraram maior interesse por ela. Constatou-se que, com embasamento que lhes foi ministrado na etapa teórica e na prática, os discentes assimilaram tanto o conteúdo sobre as estruturas do carbono, quanto ao despertar de uma nova ciência. Foi comprovado que os alunos se sentiram determinados a buscar o conhecimento e a valorizá-lo de forma mais atuante por meio desta metodologia.

Agradecimentos

Agradecemos o apoio disponibilizado pela FAMETRO para o desenvolvimento da pesquisa.

Referências

CRUZ, A. A. C., RIBEIRO, V. G. P.; LONGHINOTTI, E.; MAZZETTO, S. E. A Ciência Forense no Ensino de Química por Meio da Experimentação Investigativa e Lúdica. Revista Química Nova Escola, São Paulo, vol. 38, N° 2, p. 167-172, maio, 2016.

OLIVEIRA, Jane R. S. Contribuições e abordagens das atividades experimentais no ensino de ciências: reunindo elementos para a prática docente. Alexandria – Acta Scientiae, v.12, n.1, p.139-153, jan./jun, 2010. 

PRODANOV, C. C; FREITAS, E. C. de. Metodologia do Trabalho Científico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico. 2ª ed. Rio Grande do Sul: Feevale, 2013.

ROSA, M. F; SILVA, P.S; GALVAN, F.B. Ciência Forense no Ensino de Química por Meio da Experimentação. Revista Química Nova Escola, São Paulo, Vol. 00, n. 0, p. 9-1, dez. 2014.