Autores

Chelala, J. (UFPA) ; Pantoja, F. (UFPA) ; Fernandes, A. (UFPA)

Resumo

Atualmente, temos o ensino tradicional, com o exame como seu único instrumento de avaliação, sendo o método de ensino mais utilizado nas escolas. Contudo, tal metodologia não é funcional para que o processo de ensino-aprendizagem se desenvolva com a participação ativa de professores e alunos. Dito isto, utilizamos a Produção Textual como método alternativo de avaliação do ensino em alunos do 5º Semestre do curso de Licenciatura em Química da Universidade Federal do Pará. Utilizando uma abordagem qualitativa e quantitativa. Este método foi utilizado para a verificação do processo ensino-aprendizagem, utilizando de uma metodologia dialógica e aproximando a avaliação do aluno.

Palavras chaves

Produção Textutal; Avaliação; Ensino de Química

Introdução

A avaliação é o processo no qual se evidencia o quanto a relação ensino- aprendizagem foi efetiva durante as aulas. Contudo, o que seria esse processo de avaliação? Segundo Nuhs e Tomio (2011), a avaliação, em termos gerais, seria a atribuição de um juízo de valor, ou seja, atribuir valor e mérito, para medir a qualidade do resultado proposto. Podemos enfatizar também que, a avaliação é um processo intrínseco ao homem, de modo em que, desde os tempos antigos, o ser humano julga, através da observação, as atitudes humanas (VIANA, 2000). A avaliação na educação surge a partir do século XVI, inicialmente sendo utilizada através da prática do exame, ou seja, incentivando a desigualdade social (LUCKESI, 1994). Este processo dura até a década de 40, quando o termo avaliar era sinônimo de mensurar ou medir. Tornando a avaliação segregativa. A partir da década de 60, os olhares para os processos avaliativos começam a se modificar, devido a uma busca por novos programas educacionais (HAYDT, 2004). Neste trabalho, utilizamos a ferramenta de produção textual como instrumento avaliativo para evolução da aprendizagem dos alunos. Contudo, é importante a ideia de que a utilização deste método não pode ser considerada, apenas, uma simples redação. Conforme Cruz (2003), a produção textual é um processo em que professor e aluno estabelecem dialogo por meio da escrita, onde os mesmos explanam suas hipóteses e opiniões. A utilização da produção textual como instrumento avaliativo de acompanhamento do processo de ensino-aprendizagem, desenvolve o pensamento crítico e científico nos discentes. O presente trabalho atua dentro do conteúdo de Soluções, através de uma proposta de intervenção com o título: “A água como tema facilitador da aprendizagem em Química”, em alunos

Material e métodos

A pesquisa foi desenvolvida com os alunos do 5ª bloco do curso de química licenciatura da Universidade Federal do Pará (UFPA), na disciplina de Físico-química II, com um total de 25 alunos. Incialmente foi realizado uma sondagem com questões objetivos sobre o assunto de soluções. Posteriormente, foi apresentado o conteúdo através de leituras de artigos, vídeos e de conceitos acadêmicos. Durante esse processo de ensino do conteúdo, foram inseridos algumas atividades como mapas conceituais, resumos e produções textuais, esta última, escolhida como instrumento avaliativo. A produção textual foi solicitada com o tema – “ A água como tema facilitador de aprendizagem Química”. A solicitação da proposta continha coletânea para auxiliar no embasamento das produções e cerca de 1 hora e 40 minutos de duração. Os textos foram analisados quantitativamente e qualitativamente. De acordo com Chizzotti (1998), ambas devem se agregar para o complemento mútuo. Assim, os textos foram analisados de acordo com os critérios: correção gramatical, organização textual, adequação com a proposta, pensamento químico e contextualização sócio cultural. Com base nos critérios, avaliamos, principalmente, a objetividade, aplicabilidades, a linguagem química, os fenômenos químicos, a ciência ética e cidadã na produção textual dos alunos, assim atribuindo conceitos, como: insuficiente (INS), regular (REG), bom (BOM) e excelente (EXC) conforme médias, de valores 0 a 2 para cada critério, obtidas durante a correção, pois, essa atividade, assim com as outras apresentavam cunho avaliativo para a turma.

Resultado e discussão

A partir do que foi observado através dos textos produzidos pelos alunos, foi feita uma análise a partir dos critérios apontados e, a partir de tal avaliação, foram estabelecidas as notas para as produções textuais dos alunos. Os conceitos foram representados através do Gráfico 1, referente às respectivas redações científicas dos alunos. Como mostrado no Gráfico 1, observou-se que 56% dos alunos alcançaram o conceito de regular, seguidos de 24% com o conceito insuficiente. Isso nos mostra que, a maior parte da turma não está habituada com a utilização da produção textual como instrumento avaliativo, e também à temática que foi solicitada para os alunos escreverem. Quanto aos critérios avaliados, percebe-se que 68% dos alunos conseguiram notas boas (1,5) ou excelentes (2,0) dentro do critério de Adequação com a Proposta. Tal critério avaliava se os alunos seguiram um eixo temático referente ao requerido na produção textual. Mostrando que, 17 alunos dos 25, conseguiram, de maneira satisfatória, atender ao tema solicitado na proposta. Todavia, 64% dos alunos, obtiveram uma média regular (1,0) ou insuficiente (0,5), quanto ao critério de Contextualização Sócio-Cultural. Que avaliava questões como a relação entre o tema proposta e questões como: a história da ciência, a tecnologia e o caráter ético do conhecimento científico dentro do conteúdo de química. Tais competências são requisitadas através dos PCNs de ciências. Esta prática nos comprova a necessidade de exercitar cada vez mais a prática de leitura e produção textual entre os alunos de graduação em licenciatura em química. Como mostra Marques (1997), o ato da leitura possibilita a expansão dos horizontes dos alunos, de modo em que a criatividade de tais discentes consegue se elevar a grandes níveis.

Gráfico 1 – Conceitos finais referentes a produção textual dos alunos

A figura represente os conceitos finais dos alunos referentes às respectivas produções textuais elaboradas pelos mesmos.

Conclusões

De acordo com está pesquisa podemos inferir que a produção textual, é uma ferramenta importante no processo de avaliação, mas precisamos incentivar a leitura dos alunos, para obtenção de melhores resultado. Pois, a leitura e suporte para produção textual, conforme Quadros e Miranda (2009) com a leitura consegue-se fazer as decodificações de símbolos, junção de letras e signos e formação de palavras, que irá contribuir na produção textual. Assim, através da leitura e da produção textual auxiliam o ensino de química com novas concepções e metodologia.

Agradecimentos

Agradecemos a UFPA pela oportunidade de envio do respectivo trabalho Agradecemos ao GREQ pelo amparo e orientação para o trabalho.

Referências

CHIZZOTTI, A. Da pesquisa experimental. In A. Chizzotti, Pesquisa em ciências humanas e sociais (2ª ed., pp. 25-37). São Paulo: Cortez. 1998.

CRUZ, M. C. A produção textual no nível médio: uma análise das condições de produção. Dissertação. Maringá: UEM, 2003, 97 p.

HAYDT, R. C. Avaliação: Conceitos e Princípios. In: Avaliação do processo ensino aprendizagem. São Paulo: Ática, p.7-16. 2004.

LUCKESI, C. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 1994.

NUHS, A. C., TOMIO, D. A prova escrita como instrumento de avaliação da aprendizagem do aluno de Ciências. Estudos em Avaliação Educacional. São Paulo. v. 22, n. 49. p. 259-284. maio/ago 2011.

MARQUES, M. O. Escrever é preciso: o princípio da pesquisa. Ijuí: Editora Unijuí, 1997.

VIANNA, H. M. Avaliação: considerações teóricas e posicionamentos. In: Avaliação educacional: teoria, planejamento, modelos. São Paulo: IBRASA, p. 21-47. 2000.

QUADROS, A. L.; MIRANDA, L. C. A leitura dos estudantes do Curso de Licenciatura em Química: analisando o caso do curso a distância. Revista Química Nova na Escola, v. 31, n. 4, p. 235-240, 2009.