Autores

Fonseca Filho, S.C. (UFAM) ; Rocha, W.C. (ISB/UFAM) ; Yamaguchi, K.K.L. (UFAM)

Resumo

Os mapas conceituais constituem uma estratégia pedagógica de grande relevância para a construção de conceitos científicos. Caracteriza-se por ser uma maneira agradável de aprender e ensinar. Este artigo tem como objetivo a implantação desta ferramenta para contribuição do processo ensino-aprendizagem dos estudantes nas aulas de química de uma escola pública no município de Coari, Amazonas, Brasil. A aplicação do uso de mapa conceitual foi realizado na Escola Municipal Domingos Agenor Smith, em uma turma de 9ª ano com 30 alunos. Foi realizado uma aula teórica seguida da construção dos mapas por parte dos estudantes.O resultado foi mensurado por meio de questionários. Houve a participação discente e verificou-se que o uso dos mapas conceituais favoreceu a aprendizagem dos alunos.

Palavras chaves

Química; Coari; Mapa conceitual

Introdução

A busca de novas metodologias para ser utilizada como complemento dos conteúdos é de suma importância para a aprendizagem dos alunos e cabe aos professores procurarem meios que facilitem os aprendizados. Dessa forma, é sempre bom que o educador procure métodos alternativos (OLIVEIRA, 2014; RIBEIRO, 2015). O mapa conceitual encontra-se inserido nesse contexto e pode ajudar para que os estudantes possam vim ganhar novos conhecimentos e até mesmo facilitar no aprendizado de ambos (MOREIRA, 2010; NEVES,1996). Os mapas conceituais foram criados por Joseph Novak como forma de instrumentalizar a teoria de aprendizagem significativa de Ausubel. Essa teoria procura explicar os mecanismos internos da mente humana, com relação ao aprendizado e à estruturação do conhecimento. Para ele, a aprendizagem é significativa quando novos conceitos ou ideias se relacionam de forma não arbitrária e substantiva com os conceitos ou ideias pré-existentes do indivíduo em uma estrutura específica do conhecimento denominado conceito subsunção. Neste contexto Moreira e Masini (2009) diz: “organizadores prévios são materiais introdutórios que se destinam a servir como pontes cognitivas entre aquilo que o aprendiz já sabe e o que ele deve saber para que possa aprender significativamente o novo conteúdo”. De modo geral, mapas conceituais, ou mapas de conceitos, são diagramas indicando relações entre conceitos ou entre palavras que usamos para representar conceitos. De acordo com Araújo et al. (2007) mapa conceitual é uma técnica pedagógica de representação gráfica das relações entre conceitos ligados por palavras de modo a formar proposições. Esses conceitos ou ideias-chave normalmente são apresentados de forma hierárquica, sendo os mais abrangentes localizados no topo do mapa e os mais específicos na parte inferior, porém, isso não se constitui uma regra. Esse artigo descreve a construção de mapas conceituais como ferramenta desenvolvida com alunos do 9º ano do Ensino Fundamental para auxiliar na aprendizagem de conteúdos químicos. A dificuldade no primeiro contato dos alunos com a química é sempre descrita na literatura, onde a interpretação dos textos e consequentemente na construção dos mapas vem sendo descrita como alternativa didática para a percepção do que e para quer estudar química. Pensado sempre sanar as dificuldades, ou ao pelo menos diminuindo à medida que eles refaziam seus mapas.

Material e métodos

Este artigo trata-se de uma pesquisa de caráter quantitativa, sobre o tema Mapa conceitual, pois terá uma análise de dados obtidos através dos questionários. Os questionários foram aplicados em sala de aula para os alunos da Escola Municipal Domingo Agenor Smith, na série do 9º ano com 30 alunos devidamente matriculados. Inicialmente foi explicado aos alunos a proposta do estudo, apresentando os conceitos de mapa conceitual e como o mesmo pode se enfatizado no ensino. Após a apresentação aos estudantes, foi aplicado o 1º questionário, com 4 (quatro) perguntas fechadas e objetivas, onde 30 alunos participaram efetivamente das atividades. A próxima etapa foi a aplicação das aulas com o tema "estrutura atômica". O tempo proposto para a realização da leitura dos textos e de atividades relacionadas a eles foram de 3 (três) aulas de 50 minutos destinadas à apresentação da metodologia, da técnica de construção e exemplificação de modelos dos mapas antes da confecção e treinamento dos estudantes. Para melhor desenvolvimento da etapa de construção do mapa foi utilizado texto o “Estrutura atômica” com os alunos, explicando conteúdos de Química, mostrando passo a passo, e aplicação dos textos. Após a etapa das leituras de textos e aulas ministradas, os estudantes puderam produzir seus mapas conceituais. Para facilitar, foi dado o esquema do mapa em papel impresso, com dois assuntos: o 1º esquema “Átomo” e o 2º "elemento da tabela periódica H (Hidrogênio)". Após a realização das atividades propostas, aplicou-se o questionário avaliativo do conteúdo para analisar se os alunos tinham alcançados o objetivo proposto pelo estudo.

Resultado e discussão

O uso de mapas conceituais vêm se difundindo pela eficiência que apresenta no processo de ensino e aprendizagem. Os resultados obtidos neste trabalho são apresentados em percentuais representativos, aplicados durante o desenvolvimento do projeto na escola. Durante a construção dos mapas, houve o envolvimento dos alunos, com troca de ideias sobre como começar a construção e como seria a estrutura do mapa. O foco deste artigo foi de mostrar uma metodologia que é pouquíssimo utilizado pelos educadores e que ajudará no aprendizado dos alunos, portanto foi aplicado um questionário 1 (um) voltado a área da Química, e foi tabulado. Pode-se observar que a maioria dos alunos não sabiam o que era um átomo, portanto notou-se uma grande evasão de conhecimento. A busca de se obter novos conhecimentos neste assunto é de suma importância, pois é necessário ter uma convivência em comunidade e ferramentas que auxiliem a busca de conhecimentos são essenciais. Foi avaliado até onde os alunos apresentavam conhecimento nesta área, foi perguntado sobre a tabela periódica, e obteve os seguintes resultados: 97% não conheciam como eram organizados os elementos presentes na tabela e nem como eram formados. A mesma situação aconteceu na segunda pergunta, onde pode-se observar as dificuldades de aprendizagem em química, caracterizando assim um ensino defasado. Os alunos não souberam responder como poderia ser dividido um átomo. A questão de número 3 do questionário foi aberta, na qual foi pedido para citar um elemento químico da tabela periódica. Foi analisado que de 30 alunos, apenas 4 pessoas souberam responder. Foi observado que certa de 80% dos alunos tinham nenhuma noção do que é um elemento. Por outro lado é muito compreensivo que os estudantes não tenham conhecimento abrangente na área da Química, pelo fato de ainda estarem no 9º ano, e conforme os conteúdos programáticos, ainda estão estudando a introdução a química. Já a 4º e última questão atenta sobre o tema principal da intervenção, sobre o Mapa conceitual, onde 100% dos alunos nunca ouviram falar deste tema (modelo atômico). Observou-se que os alunos não têm nenhum conhecimento sobre mapa conceitual, portanto, pode-se observar um elevado interesse neste assunto. Os estudos sobre Mapa Conceitual versam que mapas conceituais são ferramentas de trabalho que visam a organizar e representar a inteligência. São estruturados a partir de conceitos fundamentais e suas relações. Usualmente, os conceitos são destacados em caixa de texto. A relação entre dois conceitos é representada por uma linha ou seta, contudo uma “palavra de ligação” ou “frase de ligações”. Sendo assim mapas conceituais têm por objetivo reduzir, de forma analítica, a estrutura cognitiva subjacente a um dado conhecimento, aos seus elementos básicos. A próxima etapa foi o trabalho de leitura com os estudantes tendo o texto “Átomo”. Pode-se notar o grande esforço que os alunos tiveram. Verificou-se que os discentes estavam prestando bastante atenção tendo em vista que o assunto explanado despertou a curiosidade por meio de muitas perguntas. Os estudantes participaram efetivamente da aula de leitura, na qual foram respondidas todas as perguntas dos alunos. Após a etapa da intervenção com os alunos, foi colocada em prática tudo o que eles aprenderam. Os alunos estavam bastante entusiasmados com o assunto e a criatividade em pôr em pratica seu mapa conceitual fluíram. Foi dado o mapa aos alunos já com um esquema pronto, no papel A4. A figura 1 (um) ilustra a confecção dos mapas que os alunos produziram durante o tempo de aula. No segundo mapa foi dado o tema “Átomo” para a construção do mapa, tendo sido selecionado pelos próprios alunos. Estes escolherem um elemento da tabela periódica. Após foi passado o questionário 2 afim de avaliar se os alunos obtiveram algum conhecimento sobre toda a intervenção. Os seguintes dados foram tabulados da seguinte maneira: foi-se comparado o questionário inicial e o final. Verificou-se que as questões que os alunos não sabiam puderam ser respondidas no segundo questionário, demostrando que os alunos compreenderam melhor a disciplina utilizando métodos diferenciados, como os que foram desenvolvidos na intervenção, facilitando assim a contextualização do conteúdo. Observou-se o resultado obtido durante a intervenção pois foram obtidos novos resultados. Uma demanda que no 1º questionário não foi alcançada devido os alunos não saberem alguns conceitos de química foi suprido pelas respostas do 2º, com resultados diferentes, pois os mesmos conseguiram responder com exito as questões. Na metodologia utilizada durante a intervenção foi concluída com êxito. Verificou-se por meio das 4 perguntas finais que os alunos estavam sabendo mais sobre química. Foi solicitado que eles descrevessem o que é um átomo e obteve-se resultado positivo pois todos os alunos conseguiram responder a pergunta sem a ajuda dos livros didáticos. Questionou-se o papel do mapa conceitual na compreensão e obteve-se um resultado de 100% de aproveitamentos dos alunos. Todos mencionaram que o mapa conceitual ajudou a compreender os assuntos, e que os alunos passaram a gostar mais da disciplina depois da aplicação do mapa conceitual, tornando assim as aulas mais interessante e eficaz. O mapa conceitual, ao trabalhar os conteúdos ministrados em sala de aula, criou condições para que o ensino de Química não ficasse restrito apenas na construção de conhecimentos científicos, mas permitindo ao professor contextualizar melhor suas aulas, trazendo benefícios para o conhecimento e aprendizado do aluno. Questionou-se se após o uso do mapa conceitual eles saberiam diferenciar os elementos da tabela periódica. Obteve-se um resultado gratificante pois os estudantes souberam diferenciar os elementos químicos. Os resultados dos percentuais referente à pergunta possibilitou analisar o que os discentes acharam do projeto desenvolvido na escola. Conforme Ataíde e Silva (2011) as “atividades experimentais no ensino de Ciências, a interpretação de dados ou fenômenos, elaboração de hipóteses, manuseio e instrumentação de equipamentos, resolução de problemas, analises de dados e as argumentações favorecem relação entre teoria e prática”. A ferramenta utilizada nesse trabalho contribuiu de maneira significativa no processo ensino-aprendizagem dos estudantes. Verificou-se que os mesmos puderam aprofundar e ampliar os significados e noções dos conteúdos. Desta maneira possibilitou exercitar o aprendizado do conteúdo, pois contemplou várias dificuldades, com diferentes características, onde são exigidos condutas e comportamentos capazes de influenciar positivamente ou negativamente rumo ao objetivo final.

Figura 1

Mapa conceitual A) Átomo e B) Elemento químico

Conclusões

A utilização dos mapas conceituais foi motivada pela necessidade de se buscar estratégias didáticas que promovessem a aprendizagem de temas fundamentais para o desenvolvimento cultural e científico de alunos. Verificou-se que os objetivos propostos foram alcançados, ou seja, o mapa conceitual mostrou ser uma ferramenta que auxilia e facilita a compreensão e interpretação de conceitos e desenvolve no aluno sua capacidade de organização e estruturação do conhecimento. Portanto o mapa conceitual mostrou-se ser eficaz no aprendizado do aluno não só na área da Química, como também pode ser em outras áreas acadêmicas.

Agradecimentos

A SEDUC e ao ISB por todo o apoio.

Referências

ARAÚJO, N. R. S. D.; BUENO, E. A. S.; ALMEIDA, F. A. S.; BORSATO, D. Mapas conceituais como estratégia de avaliação. Semina: Ciências Exatas e Tecnológicas, v. 28, n. 1, p. 47-54, jan/jun 2007.
ATAIDE, M.C.S.; SILVA. B.V.C. As Metodologias de Ensino de Ciências: Contribuições da Experimentação e da História e Filosofia da Ciência. HOLOS, Ano 27, V. 4. Piauí: 2011.
MOREIRA, M. A. Mapas conceituais e aprendizagem significativa. São Paulo: Centauro Editora, 2010.
MOREIRA, M.A. e MASINI, E.F.S. Aprendizagem significativa: a teoria de aprendizagem de David Ausubel. 2. ed. São Paulo: Centauro Editora, 2009
NEVES, J. L; Pesquisa qualitativa: características, usos e possibilidades. São Paulo, 1996.
OLIVEIRA, B. Mapas conceituais como estratégia para desenvolver a competência leitora no ensino de química, Aprendizagem Significativa em Revista/Meaningful Learning Review. – 4(3),11-25, Universidade Cruzeiro do Sul São Paulo, 2014.
RIBEIRO, A. M. Utilização de mapas conceituais no ensino de ciências como método de ensino-aprendizagem e de avaliação. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano – Campus Iporá-GO, 2015.