Autores

Francisco de Carvalho, R. (IFTO - CAMPUS PARAÍSO) ; da Silva Luz, P. (IFTO - CAMPUS PARAÍSO) ; Pereira Alexandre, G. (IFTO - CAMPUS PARAÍSO) ; de Jesus Souza, K. (IFTO - CAMPUS PARAÍSO) ; Ferreira Rosa, A.C. (IFTO - CAMPUS PARAÍSO) ; Porto Barros, M.M. (IFTO - CAMPUS PARAÍSO)

Resumo

O ensino de Química ao decorrer dos tempos vem passando por transformações devido ao cenário de acomodação da prática, principalmente em escolas públicas. Pensando nesse cenário atual foi feito uma prática com alunos do 2º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Bartolomeu Bueno, situado na cidade de Pium, interior do Estado do Tocantins. O principal objetivo da prática foi apresentar de forma simples conceitos importantes para o entendimento do funcionamento de Pilhas e Baterias. A metodologia adotada foi com questionário diagnóstico, aula prática, aula teórica, apresentação e uma avaliação final. Ao decorrer do processo foi possível perceber o desenvolvimento dos estudantes e ao final concluir que atividades práticas ajudam os alunos a desenvolverem o pensamento e o trabalho em grupo.

Palavras chaves

Ensino de química; atividades prática; pilhas e baterias

Introdução

A Química no ensino é uma das disciplinas onde mais se pode contextualizar e apresentar práticas do cotidiano de forma a atingir os objetivos da educação. A Lei 9.394/96 no Art. 1º parágrafo 2º diz que a educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social. Ainda falando sobre educação Paulo Freire (2000) vincula a educação com a prática: “A educação é sempre uma certa teoria do conhecimento posta em prática, é naturalmente política, tem que ver com a pureza, jamais com o puritanismo e é em si uma experiência de boniteza”. Porém essas práticas estão sendo pouco utilizadas em sala tornando o ensino pouco interessante, monótono e arcaico. Com o objetivo de apresentar uma prática fácil e de vivência no cotidiano foi proposta a confecção de pilhas a partir da batata doce para aulas de Pilhas e Baterias a qual está em sua componente conteúdos como oxidação, redução, cátodo, ânodo, eletrodo, solução eletrolítica, diferença de potencial, agente redutor, agente oxidante. Esta prática foi importante para que os alunos compreendessem os componente, como funcionam as baterias de celulares e em geral. Além de temas pertinentes a sociedade atual como a poluição causada por essa forma energia.

Material e métodos

O trabalho foi realizado no Colégio Estadual Bartolomeu Bueno, situado no município de Pium/TO com alunos de duas turmas do 2º ano do Ensino Médio (EM). No primeiro momento foi aplicada uma avaliação diagnóstica para mensurar o conhecimento sobre pilhas e baterias. Ajudar a identificar as dificuldades e as causas dos estudantes na assimilação de conteúdos é uma função da avaliação diagnóstica. No segundo momento a prática com a confecção da pilha de batata doce. Foram utilizados os pedaços de batata doce, garras tipo jacarés, fios de cobre 2,5 mm, fios de Cobre 4,5 mm, multímetro, clips de metal banhado com zinco e LED. Foram colocados em cada polo do pedaço da batata doce o fio de cobre de 4,5 mm e o clip de metal banhado com zinco, isso foi feito em até quatro pedaços de batata, em seguida foram ligados a parte do zinco de um dos pedaços da batata com a parte do cobre de outra Batata até formar uma bateria com 4 pilhas de batata doce. Depois de montado foi medido com o Multímetro a voltagem alcançada com as quatro batatas. Foram anotados os valores de voltagem a em seguida foi feito o teste para acender o LED. No terceiro momento foram apresentados alguns conceitos desconhecidos dos alunos sobre, cátodo, ânodo, diferença de potencial, eletrólito entre outros pertinentes a este conteúdo. No quarto momento foram apresentados os modelos de pilhas ao decorrer da história, os riscos de poluição, tempo de decomposição e formas adequadas de descarte. No quinto momento houve avaliação escrita a fim de comparar os dados coletados no início da proposta com os dados após o processo. No sexto momento foram esclarecidas as dúvidas dos estudantes finalizando assim as atividades.

Resultado e discussão

De acordo com Luca (2015) o ensino deve ser pautado na contextualização, fonte importantíssima para formação de cidadãos habilitados a resolverem os problemas sociais: “Um dos aspectos que deve ser considerado é a contextualização do conhecimento científico, que se traduz na vinculação dos conteúdos à dimensão social, política, econômica, cultural e ambiental, através de uma abordagem de temas sociais e de situações reais no cotidiano dos alunos (LUCA, 2015). Percebeu-se de início que os alunos não tinham muita intimidade com atividades práticas. No questionário diagnóstico foi possível perceber que alguns alunos conseguiam identificar os polos da Pilha: positivo e negativa, porém não faziam o uso da linguagem científica. Quando perguntados o que era uma pilha, alguns responderam “pilha é uma bateria” percebendo assim que ainda não estava clara a diferença entre as duas. Durante a prática foi interessante observar que os alunos não tinham intimidade em seguir um roteiro de aula prática, o que prejudicou um pouco a confecção das pilhas, levando a alguns alunos a colocarem em um mesmo pedaço de batata dois fios de cobre 4,5 mm no lugar de um fio de cobre e o clip banhado a zinco. Os resultados obtidos através dessa prática mostram que a maioria dos alunos conseguiu compreender conceitos importantes sobre pilhas e baterias. Identificaram com segurança o cátodo, ânodo, solução eletrolítica, agente redutor, agente oxidante. Além de conceitos de oxidação, redução e diferença de potencial. Para alguns alunos não ficou claro a identificação dos agentes oxidantes e redutores, o que é compreensível levando em conta que esses conceitos quando estudados com conceitos de oxidação e redução se tornam confusos.

Conclusões

Com a análise dos resultados e da observação durante todo o processo foi possível perceber o empenho e empolgação dos estudantes ao fazer cada atividade. Os conceitos de oxidação e redução se tornaram mais evidentes com o experimento. A identificação do cátodo, ânodo, eletrólito e cálculos de diferença de potencial ficaram mais fáceis depois da prática. Podemos concluir que a prática em sala de aula é de suma importância para o desenvolvimento do aluno tanto social como cognitivamente, além de as relações interpessoais se estreitarem e criarem um ambiente de cooperação e trabalho em grupo.

Agradecimentos

Referências

BRASIL. Decreto-Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm > Acesso em 27 de jun. 2017.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. Editora UNESP: São Paulo, 2000.

LUCA, Anelise Grünfeld de. Ensino de Química nas leituras de embalagens/rótulos. São Paulo: Livraria de Física, 2015.