Autores
Messias, J.R.L. (INSTITUTO FEDERAL DE SERGIPE) ; Carregosa, I.S.C. (INSTITUTO FEDERAL DE SERGIPE) ; Bonaparte Neta, H.R. (INSTITUTO FEDERAL DE SERGIPE) ; Melo, R.P.A. (INSTITUTO FEDERAL DE SERGIPE) ; Lopes, F.L.G. (INSTITUTO FEDERAL DE SERGIPE)
Resumo
Este trabalho foi produzido com a finalidade de transformar o ensino tradicional de nomenclatura orgânica em uma maneira inovadora, divertida e eficiente. Foi proposto jogo didático “NO LIMITE” como estratégia de ensino para a aquisição de conceitos químicos, motivação para o trabalho em equipe e o raciocínio rápido. O jogo oferece uma metodologia inovadora para ensinar de forma mais prazerosa e interessante, uma vez que a falta de estimulo é a principal causa do desinteresse dos alunos.O trabalho foi produzido no C.E.P. Costa e Silva, junto ao IFS, com o apoio PIBID/CAPES, mais de 90% dos alunos aprovaram a metodologia, aprenderam mais facilmente, diminuíram a resistência pela química, permanecendo mais ativos em sala de aula e na construção dos próprios conhecimentos.
Palavras chaves
jogo didático; nomenclatura; funções orgânicas
Introdução
O ensino de química requer metodologias pedagógicas que desperte nos alunos o interesse sobre a química, saindo do contexto de uma aula tradicional onde apenas é utilizado o quadro tornando-a monótona e nada atrativa. Uma proposta para a mudança desse ensino é a utilização das metodologias alternativas como experimentos, recursos digitais entre outros. Os jogos são caracterizados como um tipo de recurso didático educativo que podem ser utilizados em momentos distintos como na apresentação de um conteúdo, avaliação de conteúdos já desenvolvidos e como revisão ou síntese de conceitos importantes (CUNHA, 2004). No ensino de química, os jogos têm ganhado espaço nos últimos anos, mas é necessário que a utilização desse recurso seja e planejada dentro de uma proposta pedagógica mais consistente. É indispensável que professores e pesquisadores em Educação Química reconheçam o real significado da educação lúdica para que possam aplicar os jogos adequadamente em suas pesquisas e nas aulas de química (CUNHA, 2012). Segundo Freire (2002), ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção. A aplicação dos jogos tem como objetivos proporcionar um ensino de química de maneira prazerosa, incentivar a participação dos alunos nas aulas e proporcionar maior aproximação de professor/aluno. Em especial, o jogo didático “NO LIMITE”, tem como objetivo provocar o interesse do estudo da nomenclatura das funções orgânicas de maneira diferente. Além da integração do conteúdo químico com algo divertido, o jogo didático ainda contempla a prática do conhecimento, o raciocínio rápido, o trabalho em equipe, a atenção e a administração de tempo. Ao mesmo tempo em que quebra a ideia da química difícil e chata que os alunos possuem.
Material e métodos
O jogo é constituído por prefixos (et, met, prop, etc.), infixos ( an, en, in, etc.) e o sufixo (ol), confeccionados manualmente com material emborrachado de fácil acesso. Contém trinta cartões pergunta, uma janela indiscreta (cartolina com dois envelopes contendo os cartões perguntas para sorteio de questões), bolas de isopor de três tamanhos diferente e palitos de madeira. Para iniciar o jogo divide-se os alunos em grupos e os dispõem em duas chaves, mediante sorteio. Os grupos de cada chave se enfrentaram e o vencedor avançará na disputa, até a reta final do jogo. Cada grupo nomeia um líder, responsável por pegar os cartões pergunta na janela indiscreta e correr o mais rápido possível para a mesa do grupo para leitura das questões. Existem dois tipos de perguntas nos cartões, as que abordam a nomenclatura da estrutura molecular apresentada e as que abordam a construção da molécula a partir da nomenclatura apresentada. Cada líder pode pegar apenas um cartão por vez e deve avisar quando o grupo terminar de responder todas as questões, para que o jogo seja interrompido e o professor corrija as respostas. O jogo foi aplicado em uma turma do 3° ano do ensino médio do Colégio Estadual Presidente Costa e Silva, em Aracaju-SE, explorando a nomenclatura da função orgânica álcool.
Resultado e discussão
Antes do início do jogo, foram relembrados alguns conceitos básicos sobre
nomenclatura de compostos orgânicos, bem como construção de moléculas orgânicas.
Após o encerramento do jogo, que durou cerca de 35 minutos, foi realizada uma
discussão com os alunos participantes mediante a aplicação de três
questionamentos: “O que você achou do jogo?”, “Você conseguiu aprender com esta
alternativa de ensino?” e “Você gostaria de jogar novamente para aprender um
novo conteúdo?”. Com relação à primeira pergunta, 96% dos alunos participantes
afirmaram terem gostado do jogo, com alguns acrescentando que o mesmo é muito
divertido, fácil de jogar e rápido de ser executado. Sobre a segunda pergunta,
94% dos alunos afirmaram que conseguiram aprender o conteúdo aplicado, com
relatos de que o jogo intensificou o aprendizado, melhorou a fixação do conteúdo
e facilitou a compreensão das ligações entre as moléculas, o que não havia sido
efetivamente aprendido. Na terceira pergunta foi de 96% a vontade de jogar
novamente com nomenclaturas diferentes.
Figura 1. Diagrama de bloco da aplicação do “NO LIMITE” em uma turma do 3º ano do ensino médio.
Figura 2. Elementos pertencentes ao “No Limite” e simulação da resposta a uma pergunta.
Conclusões
O resultado foi muito gratificante, uma vez que os alunos aprovaram a utilização do jogo didático como meio facilitador de aprendizado, aprenderam e consolidaram conceitos sobre nomenclatura de compostos orgânicos, se divertiram, se entusiasmaram e ficaram motivados para aprender um pouco mais. A dinâmica do jogo ofereceu um maior envolvimento da turma, e esta perdeu a timidez, tornando assim a aula mais produtiva, com os discentes mais participativos, concluímos assim que o jogo NO LIMITE pode ser uma ótima alternativa metodológica ao ensino tradicional.
Agradecimentos
À CAPES por financiar o projeto através do PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à docência).
Referências
CUNHA, M. B. Jogos de Química: Desenvolvendo habilidades e socializando o grupo. Eneq 028- 2004.
CUNHA, M. B. Jogos no Ensino de Química: Considerações Teóricas para sua Utilização em Sala de Aula - Química nova na escola - Vol. 34, N° 2, p92-98, MAIO de 2012.
FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade e outros escritos. 10ª ed. São Paulo. Paz e Terra. 2002.