Autores
Albuquerque, L.L. (IFPE) ; Perdigão, C.H.A. (IFPE) ; Silva, L.S. (IFPE) ; Santiago, D.F. (IFPE)
Resumo
Esse artigo relata os resultados preliminares de uma pesquisa que se desenvolve no EREM- Joaquim Olavo, pelos alunos da licenciatura em Química do IFPE Campus Vitoria de Santo Antão participantes do PIBID (Programa Institucional de Bolsas de iniciação á Docência), em Carpina-PE, com o intuito de instigar o interesse dos alunos do primeiro ano do ensino médio pela Química. Para realizar esse objetivo foram feitas pesquisas de alguns experimentos que podem ser realizados segundo critérios de: clareza, baixo custo e potencial significância para os alunos. Posteriormente foram realizadas aulas experimentais, no próprio laboratório da escola, que relacionaram os conteúdos vistos na sala de aula com o cotidiano dos discentes.
Palavras chaves
Ensino da Química.; Experimentação no ensino.; Instigando o Interesse.
Introdução
O Brasil em 2013 estava em 58º no ranking de educação no mundo e o que agrava mais essa estatística é estar ocupando a 59º posição no ranking mundial de ciências (Fonte: OCDE e Inep/MEC). Isso mostra a precariedade da educação no Brasil, esses fatores comprovam que as escolas brasileiras públicas estão distantes de alcançar as condições necessárias para realizar aulas experimentais, por este fato os professores de Ciência (principalmente os de Química) não têm os materiais adequados para que possa oferecer um ensino significativo para os estudantes do ensino médio. Os professores de Química e de Ciências Naturais, de modo geral, mostram-se amiúde pouco satisfeitos com as condições infra-estruturais de suas escolas, principalmente aqueles que atuam em instituições públicas. Com freqüência, justificam o não desenvolvimento das atividades experimentais devido à falta destas condições infra-estruturais. Não obstante, pouco problematizam o modo de realizar os experimentos, o que pode ser explicado, em parte, por suas crenças na promoção incondicional da aprendizagem por meio da experimentação (SILVA; ZANON, 2000). De acordo com as pesquisas realizadas, os trabalhos sobre a experimentação no ensino de Química apresentam problemas com freqüência, como o descarte dos resíduos gerados nas práticas, a segurança dos alunos e professores, falta de materiais e ausência de professores licenciados em química atuando na área. Tendo em vista isso, esse projeto visou fomentar o entese pela química dos alunos do primeiro ano da Escola de Referencia de Ensino Médio Joaquim Olavo por meio de aulas experimentais que relacionaram a teoria com o cotidiano dos mesmos.
Material e métodos
A pesquisa classifica-se com qualitativa, foi desenvolvida em conjunto com os discentes do primeiro ano do ensino médio da Escola de Referência em Ensino Médio Joaquim Olavo, situada na cidade Carpina-PE, que se realizou durante o período de março a maio. A partir das buscas de experimentos para fomentar o ensino-aprendizagem dos estudantes do primeiro ano, realizadas, foi selecionado um experimento para ser trabalhado. Por estarem estudando o conteúdo de misturas e densidade o experimento selecionado para ser trabalhado foi à lanterna de larva, que envolve conceitos de: misturas e densidade e interações inter-àtomicas, elaborando-se uma leve introdução teórica, sobre os conteúdos que estão sendo trabalhado. Para esse experimento os materiais utilizados foram: Um recipiente de vidro de 6L, 4L de óleo, 1L de água de torneira e dois antiácidos analgésicos de 2g. E se desenvolveu em duas fases: na 1ª colocou-se 1L de água no recipiente de 6L e após adicionou-se os 4L de óleo, e explicado o que ocorre para que os líquidos não se misturem. Na 2ª etapa foram observadas as densidades da aguá e do óleo e logo após foi colocou-se o comprimido antiácido onde se observou o efeito de larva, depois foi feita uma pequena discussão envolvendo o assunto trabalhado, em seguida foi entregue aos alunos um material contendo um breve resumo teórico, materiais utilizados e questões contextualizadas, sobre o assunto realizado.
Resultado e discussão
Como resultado, 91% dos alunos demonstraram muito interesse pela aula o que
acaba mostrando que eles prestaram atenção, e logo após responderão corretamente
as perguntas feitas nesse trabalho.
Esse resultado mostra que as aulas experimentais motivam os estudantes. Quando
realizadas de maneira correta, são capazes de solidificar o conhecimento teórico
envolvido, os quais dificilmente seriam apreendidos sem a atividade
experimental. Mais ainda, trabalhar com materiais do cotidiano facilita a
identificação dos alunos com a Ciência, uma vez que passa a fazer parte de suas
vidas cotidianas, tornando o conteúdo potencialmente significativo.
Os estudantes mostraram-se bastantes interessados pela realização da aula
experimental, fato perceptível no depoimento de um aluno: “eu tinha algumas
dificuldades em aprender esses assuntos e realizar um experimento com esses
materiais me ajudou muito”
Para a professora que ensina Química no primeiro ano da escola, essa atividade
experimental foi muito eficiente, de acordo com as suas palavras: “os alunos
gostaram muito da aula pratica e ficaram pedindo mais”. Observamos aí uma boa
evidência dos alunos para com a disciplina. De fato, a correlação teoria-prática
tem efeito de dinamizar o ensino-aprendizagem, tornado a disciplina mais suave.
Chama-se atenção ao fato de alunos tidos como os mais distantes ou inquietos
serem os primeiros a se proporem a executar o experimento. Dessa forma, a
atividade experimental serviu também para promover a interação professor-aluno,
trabalhando a afetividade, elemento de grande importância no processo
educacional.
Conclusões
Entende-se que os experimentos no ensino de Química são aqueles que instigam para a formação não apenas de um cientista, mas também de cidadãos mais conscientes. Sendo por esse e por outros motivos que essa temática deve frequentemente ser investigada, analisada e avaliada. Contribuindo para a melhoria do ensino dessa ciência tão importante e freqüente em nosso dia-a-dia. Com essas atitudes esperamos poder estar contribuindo para fomentar o ensino aprendizagem dos alunos do primeiro ano do ensino médio, visto que os estudantes têm problemas ao ingressar na escola que adota um sistema integral.
Agradecimentos
Os autores agradecem ao PIBID, a CAPES pelo incentivo ao desenvolvimento da pesquisa, ao IFPE pelo Apoio e ao coordenador Claudio Henrique Alves Perdigão.
Referências
GLOBO EDUCAÇÃO. Disponível em: http://g1.globo.com/educacao/noticia/2013/12/brasil-evolui-mas-segue-nas-ultimas-posicoes-em-ranking-de-educacao. Acessado em 29 de maio de 2014.
SILVA, L. H. A.; ZANON, L. B. A experimentação no ensino de ciências. In: SCHNETZLER, R.P.; ARAGÃO, R. M. R. Ensino de Ciências: fundamentos e abordagens. Piracicaba: CAPES/UNIMEP, 2000. p.120-153.