Autores

Cardoso, R.L. (UFPA) ; Lins, J.P.C. (UFPA) ; Soares, N.L. (UFPA) ; Souza, J.R.T. (UFPA)

Resumo

A utilização de instrumentos de ensino capazes de trabalhar o conhecimento em uma dimensão que vai além da exposição teórica em sala de aula pode, então, contribuir positivamente para com o entendimento por parte dos estudantes de Ensino Médio da disciplina anteriormente citada. As aulas experimentais são instrumentos importantes de ensino, pois permitem que os alunos visualizem fenômenos químicos que acontecem em nível atômico, facilitando assim a compreensão de conceitos químicos pelos mesmos. Foi realizada uma pesquisa com o intuito de conhecer a concepção - sobre o uso de experimentos como instrumento de ensino - dos alunos de Licenciatura em Química da Universidade Federal do Pará. Os resultados obtidos foram positivos, visto que a maioria aprova e pretende fazer uso desta ferramenta.

Palavras chaves

INSTRUMENTOS; FORMAÇÃO; EXPERIMENTAÇÃO NO ENSINO

Introdução

É notável entre alunos do Ensino Médio a dificuldade para compreensão da disciplina Química, comumente percebida como complexa e abstrata. Segundo Souza (2011), Química é uma ciência reconhecidamente experimental; no entanto, por diversos motivos, como falta de preparo, tempo e péssimas condições de laboratório, os experimentos ficam relegados a um plano secundário. O uso das aulas experimentais é um importante instrumento para o ensino de Química tanto para professores quanto alunos, pois, para Souza (2011), as aulas com demonstrações objetivam a transposição dos limites frios do ensino formal, descritivo e axiomático, em direção a um cenário rico em estímulo. Segundo Silva e Zanon (2000, apud SILVA; MACHADO, 2008) nas aulas experimentais, a prática comprova a teoria, ou seja, no laboratório, o aluno “vê na prática aquilo que ele viu na aula teórica”. Além do mais, com este instrumento, o aluno faz uso de mais de um sentido, o que facilita o processo de aprendizagem. É de conhecimento dos professores na área das ciências o fato da experimentação despertar um forte interesse entre os alunos em diversos níveis de escolarização. Em seus depoimentos, os alunos também costumam atribuir à experimentação um caráter motivacional, lúdico, essencialmente vinculado aos sentidos. Todavia, uma série de fatores – que já foram citados anteriormente – contribuem para que professores não planejem aulas experimentais para seus alunos, que acabam sendo os maiores prejudicados no processo de ensino- aprendizagem.

Material e métodos

O método utilizado para avaliar a concepção dos alunos de Licenciatura em Química da Universidade Federal do Pará sobre o uso da experimentação como instrumento de ensino foi a avaliação qualitativa e quantitativa de 30 questionários, com 11 perguntas, que envolviam a concepção dos futuros professores sobre ensino tradicionalista, importância das aulas laboratoriais, a relevância das experimentações para os entrevistados, o uso de materiais alternativos e a importância da experimentação nas escolas.

Resultado e discussão

A análise dos 30 questionários demonstrou que todos os graduandos acham que o ensino tradicional é uma forma ultrapassada de ensino, no qual o professor se limita a transmitir o conhecimento sem levar em conta os conhecimentos prévios dos alunos ou a troca de experiências com os mesmos. Justificam que é importante a utilização da experimentação integrada à teoria, pois as aulas de laboratório facilitam a aprendizagem do que foi exposto em sala de aula. Acham relevante o uso de experimentação, principalmente para despertar o interesse dos alunos, de forma que os mesmos possam visualizar durante o experimento os conceitos estudados através dos livros. Mesmo com a falta de materiais convencionais, boa parte dos futuros professores questionados não abrem mão da experimentação como instrumento de ensino, pois justificam que certos experimentos podem ser realizados utilizando-se materiais alternativos e sem a necessidade de um laboratório formal. A maioria das respostas apontam para a ideia de que a quantidade excessiva de alunos em turmas de escolas públicas dificultam a experimentação, seja dentro ou fora de um laboratório. Destacam a importância da experimentação ser incorporada à política escolar, com um determinado período dedicado à aulas experimentais, auxílio da. O resultado das questões sobre a importância da utilização da experimentação vai ao encontro das ideias de Guimarães (2009), pois ao utilizar experimentação associada aos conteúdos que o educando vivenciou, o educador contextualiza os problemas e as explicações construídas pelos “atores do aprender” diante de situações reais.

Conclusões

A presente pesquisa revelou que os entrevistados pretendem utilizar a experimentação por se tratar de um elo indispensável entre teoria e prática, o que a qualifica como um importante instrumento de ensino para os entrevistados. Ficou evidente que a maioria dos graduandos – mesmo nas escolas que não dispõem de reagentes ou laboratórios – pretendem realizar experimentos simples, com o auxílio de materiais alternativos.

Agradecimentos

Ao professor Jorge Trindade e aos colegas das turmas de Licenciatura em Química da UFPA.

Referências

GUIMARÃES, C. C.. Experimentação no Ensino Médio: Caminhos e Descaminhos Rumo à Aprendizagem Significativa. Química Nova na Escola, n. 3. p. 198-202, 2009.
SILVA, R. R.; MACHADO, P. F. L.. Experimentação no ensino médio de química: a necessária busca da consciência ético-ambiental no uso e descarte de produtos químicos – um estudo de caso. Scielo Ciência e Educação (Bauru), n 2, 2008.
SOUZA, Jorge Raimundo da Trindade. Instrumentação Para o Ensino de Química. 1. ed. Belém: Ed. da UFPA, 2011.