Autores

Leal, N.J.S. (IFPI) ; Machado, I. (IFPI) ; Araujo, A.M.L. (IFPI) ; Luz, M.M. (IFPI)

Resumo

Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa desenvolvida no Instituto Federal de Educação e Tecnologia-Campus Picos. Teve por objetivo verificar o pensamento dos professores quanto à necessidade de mudança da prática docente para atender aos requisitos de formação exigidos pelo ENEM, no que se refere à resolução de problemas propostos pelo exame Trata-se de uma pesquisa qualitativa e descritiva, desenvolvida no IFPI, Campus Picos. Aplicou-se um questionário aos professores de Química do ensino médio, cujos dados levaram a concluir que os professores consideram que o ENEM impõe mudanças na prática pedagógica da escola, porém, ainda estão distantes de modificarem suas próprias práticas, pois estas são baseadas em metodologias mais tradicionais, pautadas em fórmulas e conceitos.

Palavras chaves

ensino da química; ENEM; Prática docente.

Introdução

O Exame Nacional do ensino médio (ENEM) foi criado em 1998 com o objetivo de diagnosticar a qualidade do ensino médio no país. Em 2009, o exame ganhou uma nova função, selecionar ingressantes nos cursos superiores de faculdades e universidades federais. Ele examina as quatro áreas do conhecimento: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; Ciências da Natureza, e suas tecnologias; Matemática e suas tecnologias, e Ciências Humanas e suas tecnologias. Com a utilização das notas do ENEM para o ingresso nas Universidades, o exame tornou-se referência na maioria das escolas públicas e privadas em todo o País não apenas para a seleção de conteúdos, porém para a forma que o professor transpõe didaticamente esses conteúdos, pois, no exame, as questões são abordadas de forma contextualizada com o cotidiano e de forma insterdisciplinar, exigindo dos alunos respostas às questões propostas para além de fórmulas e conceitos, privilegiando a aplicação dos conteúdos na resolução dos problemas de forma diferenciada. Nesse sentido, este artigo teve por base as seguintes questões: o ENEM influencia na prática pedagógica do professor de Química do IFPI? De que forma? Existe preocupação do professor de atender aos requisitos do ENEM, no que se refere à forma de como responder às questões propostas? Como respostas a essas questões, avaliamos que os professores do IFPI, Campus Picos não são influenciados pelo ENEM, visto que as suas práticas pedagógicas são pautadas em metodologias de ensino convencionais, não possibilitando uma abordagem de conteúdos de forma contextualizada, nem interdisciplinar, bases para a resolução dos problemas propostos pelo exame, todavia, percebem que a prática docente deve voltar-se para às exigência do ENEM.

Material e métodos

Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva, tendo como forma de análise a análise de conteúdos propostos por Bardim (2012). Com uso de tais questionários, buscou-se verificar o pensamento dos professores quanto à necessidade de mudança da prática docente para atender aos requisitos de formação exigidos pelo ENEM, no que se refere à resolução de problemas propostos pelo exame. Dessa forma, o universo da pesquisa foi o Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do estado do Piauí (IFPI), Campus Picos, tendo como amostra 100% dos professores que ministram a disciplina de Química no Ensino Médio, totalizando 3 (três) professores. Como instrumento de coleta de dados, utilizou-se o questionário, com perguntas abertas. A análise dos dados foi desenvolvida em três etapas, a primeira, pré-análise, na qual organizou-se e sistematizou-se as ideias, retomou-se os objetivos e das hipóteses, através de leituras flutuantes, constituição do corpus do artigo e a referenciação. Na segunda etapa foi feita a exploração de materiais, na qual foram codificados os dados brutos e, finalmente, na terceira etapa, foi dado o tratamento dos dados obtidos para a interpretação.

Resultado e discussão

Como resultados, apontamos que os professores do IFPI-Campus Picos estão conscientes de que o ENEM, de certa forma, impõe uma mudança significativa na prática docente, pois as questões propostas pelo exame requer uma forma diferenciada de raciocínio para a resolução de problemas, visto que a contextualização e a interdisciplinaridade estão presentes em todas as questões, e que, em relação ao exame, não cabe mais a adoção de metodologias de ensino tradicionais, pautadas apenas em aulas expositivas com ênfase a conceitos e fórmulas. Não que o ENEM seja o único referencial na formação do estudantes, mas por esse exame traduzir os princípios pedagógicos que devem reger a educação básica no País, propostos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Dos três professores que responderam ao questionário, todos concordam que são necessárias mudanças significativas na prática docente para que o aluno do IFPI- Campus Picos tenham um bom desempenho nas provas do ENEM, porém a realidade do ensino no Campus está distante da abordagem das questões de química, visto que as questões são elaboradas de forma contextualizada e interdisciplinar, e que, segundo os mesmos, esses requisitos ainda não estão completamente inseridos na realidade do ensino no Campus. Quando indagados se os mesmos baseiam-se no ENEM para desenvolverem suas práticas docentes, todos responderam que não, embora concordem que o exame exige o uso de novas metodologia para uma aprendizagem significativa, base da estruturação das questões propostas.  

Conclusões

Por meio dessa pesquisa foi possível constatar que os professores do IFPI-Campus Picos compreendem que a abordagem das questões de química na prova no ENEM exige o desencadear de novas ações e práticas pedagógicas, em especial para o ensino da química. O ENEM fomenta novas formas de ensinar e aprender na escola, o que permitirá novas formas do fazer educação, baseadas em práticas inovadoras que atendam às novas exigências sociais e educacionais, contribuindo para o desenvolvimento do aluno com vistas ao exercício pleno da cidadania, a par

Agradecimentos

A Deus e a minha orientadora Iracema Pimentel pela a paciência e dedicação.

Referências

BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. 3 reimp. São Paulo: Edições 70, 2012.