Autores
Rubem, C.M. (INC/BC/UFAM) ; Lopes, A.P. (INC/BC/UFAM)
Resumo
A presente pesquisa objetivou investigar a relação entre professores e alunos no processo de ensino-aprendizagem na disciplina de Química, atentando-se, em sala de aula, para o comportamento dos docentes e discentes durante o ensino, e identificar a existência de fatores que facilitam e/ou dificultam a relação professor-aluno. O público alvo foram professores e alunos do 1̊ ano do Ensino Médio. Para a coleta de dados utilizou-se os instrumentos de observação participante, aplicação de questionários com perguntas abertas e fechadas, na qual, percebeu-se que a conduta, a atitude do professor e o uso de diferentes recursos como métodos de ensino têm influência no bom relacionamento e no aprendizado do aluno.
Palavras chaves
Aprendizagem; Comportamento; Relacionamento
Introdução
Na sociedade a comunicação parte por meio da relação, que para Queiroz (2003) “é uma vinculação, de convivência recíproca entre dois ou mais indivíduos, tais, como pais e filhos, irmãos, professores e alunos”. Na educação, a relação professor-aluno, inicia-se no ambiente escolar (sala de aula) pela “convivência no cotidiano, através do diálogo, do compartilhamento de ideias, da troca de experiências, assim, enfrentando desafios, buscando o novo saber” (VASCONCELLOS, 1993, p. 35). Com isso, percebe-se que o diálogo é inevitável, e de fundamental importância no relacionamento entre pessoas. Morales (1999, p. 60) cita que “a conduta também é importante na relação professores e alunos, pois, esta influi na percepção, motivação e na dedicação, dos mesmos, criando, um círculo com uma boa relação e de um bom aprendizado”. Além disso, a metodologia adotada pelo professor em sala de aula tem influência direta no aprendizado dos alunos, e na relação com os mesmos. Pois, como mediador do conhecimento, por exercer “duas funções (uma incentivadora, outra orientadora), podem criar um ambiente favorável à aprendizagem, baseado na prática dialógica” (HAYDT, 2006). Neste contexto, o presente trabalho, voltado para o ensino de Química, buscou investigar no âmbito escolar (sala de aula), a relação entre professor-aluno, em três turmas do 1 ̊ ano do Ensino Médio em uma escola pública, no Município de Benjamin Constant no Estado do Amazonas.
Material e métodos
Utilizou-se a amostragem casual simples, constituinte de 3 (três) professores que ministram aulas de Química, e 15 alunos por turno, num total de 48 indivíduos. Os professores foram classificados como: P1 (matutino), P2 (vespertino) e P3 (noturno), e os alunos: TM (matutino); TV (vespertino); e TN (noturno). O estudo embasou-se na pesquisa de campo, conforme Figueiredo e Souza (2008, p. 103, 106), “consiste na observação espontânea dos fatos ou fenômenos, no próprio local onde ocorrem tais fenômenos". Também, adotou-se a técnica de observação participante que para Lakatos e Marconi (2009) consiste na participação real com a comunidade ou grupo e aplicação de questionário (de perguntas abertas e fechadas) que é um valioso instrumento utilizado para o levantamento de informações. O questionário de “perguntas abertas destina-se em obter respostas livres e utilizadas para a pesquisa qualitativa, e fechadas, destinar-se a obter respostas mais precisas, respectivamente, sendo ambas utilizadas principalmente na pesquisa quantitativa” [...] (FIGUEIREDO E SOUZA, 2008, p. 229). Os dados coletados foram analisados na abordagem qualitativa e quantitativa. De acordo com Barros (1990), a análise qualitativa é o estudo na qual os dados são apresentados de forma verbal ou oral em forma de discurso. E a “abordagem quantitativa caracteriza-se pelo processo de quantificação, tanto no processo de coleta de informações, como no tratamento destas por meio de técnicas estatísticas e procedimentos matemáticos”. (FIGUEIREDO E SOUZA, 2008, p. 99).
Resultado e discussão
Por meio da técnica de observação utilizada durante a pesquisa, notou-se no comportamento dos professores, nos diferentes turnos, que ambos estão atentos aos seus alunos e dispostos a ensiná-los, tratando-os com respeito, demonstram ser pacientes e compreensivos ao ensinar. Quanto às atitudes comportamentais dos discentes observados, percebeu-se que, eles, se expressam correspondendo à forma como são tratados, resultando com isso, em um ambiente interativo onde o respeito, a motivação e interesses, contribuem na construção de valores, e do conhecimento mútuo. Notou-se também, que os professores de Química realizam trabalhos coletivos e individuais como exercícios de fixação de conteúdo, e apresentação de seminários para contribuir no aprendizado do aluno. Por meio dos questionários aplicados aos professores, verificou-se que, ambos adotam jogos, dinâmicas e debates, como metodologia de ensino, que auxiliam no bom relacionamento em sala de aula, pois, segundo os mesmos, estas atividades no processo de aprendizagem dos alunos são muito boas, por apresentar bons resultados, pois inova a aula, apesar de alguns alunos ainda se sentirem um pouco retraídos com esse tipo de atividade. Além dos jogos e debates descritos pelos professores e confirmados pelos alunos, outro tipo de atividade metodológica, que os mesmo citaram foi à prática de “Experimento”.
Na Tabela 1, pode-se perceber que, a relação nos diferentes turnos é relevante no ensino, pois, este também influi no processo de ensino-aprendizagem. Portanto, através da interação com outras pessoas, o individuo desenvolve suas habilidades e competências, adquiridas em sua convivência. Com isso, enfatizar-se que através da prática pedagógica, se estabelece a relação professor-aluno, aluno-aluno e aluno-conhecimento.
Com o intuito de averiguar como está a relação professor-aluno no ensino de química, buscou-se saber como os mesmos classificam sua relação.
Conclusões
No ambiente escolar para haver uma boa relação professor-aluno é de fundamental importância à atitude comportamental dos professores, e dos alunos. Pois, quando há respeito, compromisso, compreensão, por parte dos mesmos, e também quando estes se mostram ser paciente no processo de Ensino-aprendizagem, promovem um ambiente interativo. Atividades diferentes como jogos, debates e experimentos, devem ser desenvolvidas como método educativo que não só facilitam a interação do educador com o educando, mais também, contribuem no aprendizado dos alunos em conjunto. O professor também deve ser motivador, instigar os alunos a questionarem, extraindo dos mesmos os conhecimentos que já possuem.
Agradecimentos
Ao Instituto de Natureza e Cultura da Universidade Federal do Amazonas - UFAM.
Referências
BARROS, A. de J. P.de B.; SOUZA, N. A. de. Projeto de pesquisa: propostas metodológicas. Lehfeld- Petrólis, RJ: Vozes, 1990.
FIGUEREIDO, A. M.; SOUZA, S. R. G. de. Como elaborar projetos, monografias, dissertações e teses: da redação Cientifica à apresentação do texto final. 2 ed. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2008.
HAYDT, R.C.C. Curso de didática geral. 8.ed. São Paulo: Ática, 2006.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamento da Metodologia Cientifica. 6 ̊ ed. São Paulo: Atlas, 2009.
MORALES, P. A relação-professor aluno: o que é, como se faz. São Paulo: Loyola, 1999.
PILÃO, J. M. O Construtivismo. São Paulo: Edições Loyola, 1998.
QUEIROZ, T. D. (org). Dicionário prático de pedagogia. 1 ed. São Paulo; Rideel, 2003.
ROGERS, C. R. Liberdade para aprender. Belo Horizonte: Interlivros, 1972.
SANTOS, S. M. P. dos. O lúdico na formação o educador ̸ Santa Marli Pires dos Santos (organizadora). Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.