Autores
Silva, A.V.S.F. (IFPE) ; Perdigão, C.H.A. (IFPE) ; Albuquerque, B.C.P. (IFPE) ; Nascimento, A.M.S. (IFPE)
Resumo
Este resumo traz o resultado de uma pesquisa descritiva, com abordagem quanti- qualitativa. Tendo como campo de pesquisa o Curso de Licenciatura em Química do IFPE- CVSA e como sujeitos 12 (doze) licenciandos do VII período. Objetivou-se conhecer a significação dos sujeitos a respeito da utilização de práticas experimentais e vídeoaulas no Ensino de Química, confrontando-se com o que se espera como perfil profissional do egresso constante no PPC do curso. Utilizou-se um questionário semi-estruturado para a de coleta de dados. A unanimidade julgou o uso de vídeoaulas importante, mas não devendo substituir a atividade experimental prática. Verificou-se a confirmação da incidência de consolidação do perfil egresso pretendido pela Instituição campo de pesquisa.
Palavras chaves
EXPERIMENTOS; ENSINO DE QUÍMICA; VIDEOAULAS
Introdução
Sabe-se que experimentação desempenha fundamental papel na qualidade do ensino e aprendizagem. Estudos recentes afirmam que “têm-se ganhos significativos no uso de Experimentos Demonstrativos em sala de aula, uma vez que a prática ocorre em meio à discussão teórica” (PERDIGÃO E LIMA, 2010). Entretanto, pode-se afirmar que a atividade experimental ainda é pouco frequente em sala de aula, muitas vezes por fatores como: custo dos experimentos e dificuldades de acesso aos materiais. Nesse contexto, pode surgir a utilização de vídeoaulas de experimentos químicos como mais uma ferramenta de mediação no processo educacional. A busca pelo interesse dos discentes na aprendizagem química deverá ser constantemente desafiadora. Para Moran “Um bom vídeo é interessantíssimo para introduzir um novo conteúdo, para despertar a curiosidade, motivação para novos temas. Isso facilitará o desejo de pesquisa nos alunos para aprofundar o assunto do vídeo e da disciplina” MORAN (1995). O curso de Licenciatura em Química do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco – campus Vitória de Santo Antão, em seu projeto pedagógico, define que os licenciandos devem ter como perfis finais “[...] formação generalista, mas sólida e abrangente em conteúdos dos diversos campos da Química, preparação adequada à aplicação pedagógica do conhecimento e experiências de Química e de áreas afins na atuação profissional como educador na educação fundamental e média” (BRASIL, 2001, p.4). Objetivou-se com essa pesquisa conhecer a significação dos licenciandos a respeito da utilização de práticas experimentais e vídeoaulas no Ensino de Química, confrontando-se com o que se espera como perfil profissional do egresso.
Material e métodos
A pesquisa caracteriza-se como descritiva com abordagem quanti-qualitativa. O campo de pesquisa foi o Curso de Licenciatura em Química do IFPE- CVSA. Escolheu-se esse curso por tratar-se de um curso recente, que ainda vai completar seu quarto ano de existência, com a formação da primeira turma ao final do ano corrente. Assim, torna-se importante coletar dados que possam subsidiar a formação da identidade de tal curso. Os sujeitos envolvidos foram 12 (doze) licenciandos da turma pré-concluinte, o VII período. Justifica-se essa escolha por termos uma maior possibilidade de correlação entre o perfil profissional do egresso constante no Projeto Pedagógico do Curso (PPC), com o perfil de saída desses formandos. Ressalta-se que todos os discentes envolvidos já tiveram experiências em sala de aula, dada a estrutura curricular do curso, na qual a prática pedagógica está presente desde o primeiro período. Como instrumento de coleta de dados, elaborou-se um questionário semi- estruturado para ser aplicado aos estudantes. Procurou-se investigar as suas significações a respeito da utilização de práticas experimentais como ferramenta didática e o também quanto ao uso de novas tecnologias na educação, como as vídeoaulas. Outro aspecto que procurou-se investigar com o questionário foi com relação aos obstáculos encontrados pelos mesmos para a realização de atividades experimentais. A etapa final consistiu no tratamento dos dados obtidos e na correlação entre esses resultados e os ditames constantes no PPC do referido curso. Essa etapa foi de grande importância para verificar-se doutrinas importantes no campo da experimentação e da utilização de tecnologias no ensino, presentes ou não nos licenciandos no final do referido curso.
Resultado e discussão
No dia selecionado para a aplicação do questionário, estavam presentes em sala
de aula 12 (doze) alunos. Desse quantitativo, 2 (dois) se abstiveram de
participar por motivos não declarados, enquanto que os outros 10 ( dez)
participaram. Têm-se, pois, 85,71% de respostas e 14,29% de abstenções.
Com relação à utilização de práticas experimentais em sala de aula, a
unanimidade dos que responderam apontaram para um elevado grau e significância.
Sinalizando que o aprendizado de Química torna-se mais potencialmente
significativo quando a experimentação está presente. Essa prática está de acordo
com o que se encontra nos Parâmetros Curriculares Nacionais. (BRASIL, 1999,
p.247).
Com relação à utilização de novas tecnologias no Ensino de Química, a
unanimidade dos alunos que responderam julgou ser essa utilização muito
importante. Mormente ao elevado grau de desenvolvimento tecnológico por que
passamos, principalmente relacionado à tecnologia da informação, “a educação, o
processo de ensino-aprendizagem não pode ficar alheio à essa tendência” (recorte
de resposta de um aluno)
Com relação à utilização de vídeoaulas experimentais no ensino de química, a
unanimidade dos depoimentos julgou essa atividade importante, principalmente em
realidades escolares onde a atividade experimental não ocorre por falta de
recursos como materiais e reagentes, mas não devendo substituir a atividade
experimental prática.
Com relação aos desafios a serem enfrentados na caracterização de um fazer
docente experimental, três aspectos foram de maior incidência: (1) laboratórios
equipados; (2) quebra de tabus, no tratante à resistência dos docentes em
promover essa aplicabilidade; - (3) competências e habilidades, no que se diz
respeito à formação do docente da disciplina.
Conclusões
De acordo com os resultados obtidos e os cumprimentos dos objetivos propostos neste trabalho, à luz de doutrinas no campo da experimentação e da utilização de tecnologias no auxilio à experimentação, nesta produção verificou-se a confirmação da incidência de consolidação do perfil egresso pretendido pela Instituição campo de pesquisa. Não obstante, a incidência de perfis docentes adeptos ao uso de Experimentos Demonstrativos, através das videoaulas ou ainda dispostos a utilizá-los como ferramentas, defende a importância de tais práticas e sua função relevante no processo de ensino de Química.
Agradecimentos
Ao Instituto Federal de Pernambuco; Ao meu orientador, Cláudio Henrique Alves Perdigão.
Referências
BRASIL, Parecer CNE/CES nº 1.303/2001, de 04/12/2001. Trata das Diretrizes Nacionais Curriculares para os Cursos de Química. Brasília/DF: 2001.
BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais: ciências naturais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: 1999.
MORÁN, J. M. O vídeo na sala de aula. Artigo publicado na revista Comunicação & Educação. São Paulo, ECA-Ed. Moderna, [2]: 27 a 35, jan./abr. de 1995.
PERDIGÃO, C. H. A, LIMA, K, S. A prática docente experimental de Química no Ensino Médio. Anais do IV Educon. Aracaju – SE. Setembro de 2010.