Autores

Silva, E.T. (UFPE-CAA) ; Silva, C.D. (UFPE-CAA) ; Santos, E.F. (UFPE-CAA) ; Sales, L.B.V. (UFPE-CAA) ; Souza, A.P. (UFPE-CAA)

Resumo

O presente trabalho trata da utilização de um jogo como recurso didático no processo de ensino aprendizagem de alunos do ensino médio, como uma alternativa pedagógica para promover a contextualização do conteúdo tabela periódica, que muitas vezes é somente memorizado pelo aluno. O jogo tem como objetivo auxiliar os alunos a identificar corretamente o elemento químico a partir de suas propriedades físico-químicas e aplicações no cotidiano, tornando o ensino deste conteúdo mais significativo e mais próximo dos mesmos. A partir dos resultados obtidos pode-se concluir que os jogos são recursos eficazes na construção de uma aprendizagem significativa de forma divertida, dinâmica e atraente.

Palavras chaves

Jogo lúdico; contextualização; tabela periódica

Introdução

O ensino de química, ao longo da historia, vem enfrentando graves dificuldades, pois o conteúdo referente a esta ciência tem sido visto por muitos estudantes como abstrato, fictício, sem aplicabilidade no cotidiano. Por isso, há uma preocupação no sentido de se fazer uma reforma na maneira de ensinar a química, tornando-a mais atraente e contextualizada, facilitando assim a aprendizagem (Oliveira et al; 2008). A utilização de jogos e atividades lúdicas vem sendo defendida por diversos autores como uma estratégia eficiente para a mudança no ensino tradicional (Bertoldi,2003; Soares et al, 2003; Cunha,2004; Soares, 2004; Santana,2005,2006; entre outros). Uma vez que os jogos são elementos motivadores e facilitadores do processo de ensino e aprendizagem de conceitos científicos. Porém, é importante destacar que o objetivo dos jogos ou das atividades lúdicas não deve se resumir apenas a facilitar que o aluno memorize o assunto abordado, mas induzi-lo ao raciocínio, à reflexão, ao pensamento e, consequentemente, à construção do conhecimento. Além disso, essas práticas contribuem para o desenvolvimento de competências e habilidades, aumentando ainda a motivação dos alunos perante as aulas de Química, pois o lúdico é integrador de várias dimensões do aluno, como a afetividade, o trabalho em grupo e das relações com regras pré-definidas, promovendo a construção do conhecimento cognitivo, físico e social. Sendo assim, esse trabalho descreve a utilização de um jogo, baseado nas regras do “Jogo das três pistas do programa de TV, como forma de aproximar o conteúdo tabela periódica ao cotidiano dos alunos. Nesse sentido, buscamos algumas aplicações e propriedades dos elementos químicos mais comuns, para que o ensino deste conteúdo se tornasse mais significativo e contextualizado.

Material e métodos

O jogo didático foi desenvolvido na disciplina Metodologia do Ensino da Química III do curso de Química-licenciatura da UFPE-CAA, e foi aplicado em uma turma de 2º ano do ensino médio, com 25 alunos que participam do “projeto ações construtivas do conhecimento químico nas escolas públicas” em São Caetano– PE. No primeiro momento da aula aplicou-se um questionário para analisar os conhecimentos que os alunos possuíam sobre o conteúdo, abordando principalmente as propriedades e aplicações dos elementos no cotidiano. Em seguida foi feita uma revisão do conteúdo. Depois a turma foi dividida em dois grupos e aplicou-se o jogo com o objetivo de levar os alunos a identificar o elemento a partir de pistas relacionadas às suas propriedades e aplicações no cotidiano. Por último os alunos responderam novamente o questionário para avaliar a evolução na aprendizagem após a utilização do recurso lúdico. Além disso, foi questionada a opinião dos alunos a respeito do jogo como recurso didático no processo ensino aprendizagem.

Resultado e discussão

Segundo Mariscal (2009) a memorização dos nomes e símbolos dos elementos químicos sempre foi uma tarefa aborrecida para o estudante por tratar-se de um grande número de termos sem uma aplicação prática na sua vida cotidiana. No entanto, com a utilização do jogo observou-se que antes de aplicar o jogo os alunos não estavam interagindo muito na aula, estavam se comportando como ouvintes, porém durante a aplicação do jogo eles participaram ativamente da aula, interagindo com seus colegas de equipe, e a competição sadia gerada pelo jogo estimulou a aprendizagem. Além disso, os resultados obtidos através dos questionamentos mostram que houve uma evolução na aprendizagem dos conceitos após a aplicação do jogo. Inicialmente apenas 30% dos alunos responderam a todas as questões. Após a utilização do recurso lúdico 96% responderam todas as questões. Os resultados mostraram também uma excelente aceitação do jogo por parte dos alunos como ferramenta que facilita o aprendizado bem como torna as aulas mais atrativas e contextualizadas. “o jogo é interessante porque com ele aprendemos de uma forma divertida (Aluno A).” Assim os resultados obtidos estão condizentes com os já previstos por SANTANA (2006), que no seu trabalho relata que os jogos são elementos muito valiosos no processo de apropriação do conhecimento, permitindo o desenvolvimento de competências no âmbito da comunicação, das relações interpessoais, da liderança e do trabalho em equipe e utilizando a relação cooperação/competição em um contexto formativo, pois o aluno coopera com os colegas de equipe e compete com as outras equipes que são formadas pelos demais colegas da turma. Portanto, pode-se concluir que são recursos eficazes na construção de um aprendizado de forma divertida, dinâmica e atraente.

Conclusões

Através da utilização do jogo, foi possível perceber que ensinar brincando pode ser muito mais eficiente e produtivo do que com os métodos tradicionais. Além disso, o recurso lúdico pode ser um fator relevante na aprendizagem dos alunos, mesmo quando o conteúdo é considerando difícil, monótono, desinteressante. O jogo pode promover uma aprendizagem prazerosa, dinâmica e espontânea na compreensão de conceitos.

Agradecimentos

A Capes, ao Espaço Ciência/Olinda-PE e a UFPE.

Referências

BERTOLDI, M. A escolha dos jogos definida pelas dificuldades específicas de cada criança, Curitiba. 2003.
MARISCAL, A. J. F.; IGLESIAS, M. J. Soletrando o Brasil com símbolos químicos.
Química nova na escola, vol. 31 nº1, 2009. pág 31 - 33.
ROCHA,Maria de Fátima; et.al. Jogos didáticos no Ensino de Química.
Disponível em: www.sistemas.ufrn.br/shared/verArquivo?idArquivo=1343480&key
Acesso 24 de fevereiro de 2014.
SANTANA, Eliana Moraes de - A Influência de atividades lúdicas na aprendizagem de conceitos químicos. Universidade de São Paulo, Instituto de Física - Programa de Pós-Graduação Interunidades em Ensino de Ciências - 2006.
SOARES, M.H.F.B.; OKUMURA, F; CAVALHEIRO, E.T.G. Proposta de um jogo
didático para ensinar o conceito de equilíbrio químico. Química Nova na Escola,
n.18, p.13, 2003.