Autores

Guerra, M.H.F.S. (UECE) ; Lima, S.O. (UECE) ; Cordeiro, E.M.S. (UFRN) ; Souza, C.A.G. (UECE) ; Júnior, J.F.M. (UFC)

Resumo

O presente trabalho visa avaliar a importância das aulas práticas para estudantes de química através de uma abordagem com os conteúdos de bioquímica. O assunto abordado foi a obtenção do ácido ascórbico presentes em diversos alimentos. Neste aspecto os estudantes puderam analisar os alimentos mais consumidos por eles e aqueles que possuem maior quantidade de vitamina C. A importância dos estudos de vitamina C, é importante para conhecer o bom funcionamento do organismo humano e de uma boa alimentação, rica neste nutriente. Pensando nisso, foi desenvolvida uma aula prática onde os estudantes puderam identificar de forma quantitativa, ou seja, de forma a identificar a quantidade exata de ácido ascórbico em alimentos muito utilizados pelos estudantes, tais como caju, laranja, limão, etc.

Palavras chaves

QUÍMICA ; BIOLOGIA; VITAMINAS

Introdução

Muitas atividades presentes no cotidiano envolvem processos físicos, químicos e bioquímicos que passam por nós despercebidos (LUTFI, 1988). Cabe aos educadores a missão de partir do conhecimento dos alunos, percebido por suas manifestações e discursos, constituindo no meio social a qual estão inseridos (GALIAZZI et al., 2008). A grande importância no ensino de química não se encontra exclusivamente na apropriação de um conhecimento crítico-científico, pois se ensina química para que o estudante como cidadão, possa interagir da melhor forma com o mundo, proporcionando uma facilidade maior na realização da interpretação de seu mundo (CHASSOT, 1990). O ensino de ciências possui uma grande importância qualitativa no aperfeiçoamento intelectual de estudantes. Este ensino busca criar uma ruptura com visões pragmáticas a respeito do conhecimento da natureza, para tal, é de suma importância desenvolver nos alunos um conhecimento crítico e científico a respeito de assuntos peculiares relacionados a tal conhecimento. Entendendo e compreendendo assim, é essencial que os professores mantenham uma organização curricular, bem como, uma aproximação do que é ministrado em sala de aula com o que ocorre em prática na vida cotidiana dos alunos (SCHNETZLER & ARAGÃO, 1995). Nestas perspectivas o presente trabalho buscou abordar o assunto de vitamina C contida nos alimentos, relacionando assim uma questão cotidiana dos estudantes.

Material e métodos

O trabalho foi feito através de uma aula prática no laboratório de ciências de uma escola estadual, localizada em Fortaleza- Ce, onde foi trabalhada com turmas de ensino médio a identificação e análise de vitamina C em diversos alimentos. De início foi ministrada uma aula teórica a respeito de vitaminas, suas classificações, caracterizações e conceitos, com enfoque na vitamina C. Durante a aula tratou-se aspectos históricos a respeito desta vitamina, das doenças relacionadas a ela e dos tratamentos ao longo da história que já foram utilizados até a identificação do ácido ascórbico e dos alimentos que estariam presentes. Por conseguinte debateu-se da importância de uma alimentação variada e balanceada, que supra a necessidade de vitaminas e outras substâncias que nosso organismo necessita. No laboratório os alunos puderam identificar de forma quantitativa o ácido escorbuto em alimentos como, laranja, abacaxi, caju, acerola e sucos industrializados. Seguiu-se o seguinte procedimento: Recolheu-se 60mL de suco em um béquer de 100mL . Usando uma pipeta transferiu-se 10mL do suco para um Erlenmeyer. Depois adicionou-se 20mL de água destilada, 5 gotas de HCl 3M, e dez gotas de solução amido 2%. Encheu-se uma bureta de 50mL com solução de iodo. Pos-se o frasco contendo a amostra de suco sob a bureta e adicionou-se a solução de iodo 0,01M gota a gota, até uma virada de cor para azul escuro. Feita a leitura da bureta da quantidade de solução consumida, os estudantes seguiram a seguinte relação: a cada 1mL de I2 (0,01M) estariam presentes 1,76mg de vitamina C na amostra analisada.

Resultado e discussão

A utilização da aula prática experimental se mostrou bastante eficiente perante a forte aceitação dos estudantes para com essa metodologia de ensino, pois solidificou ainda mais os conteúdos aprendidos teoricamente em sala de aula. Os mesmos se mostraram bastante motivados levando indagações com situações da vida prática por meio de exemplos com alimentos como frutas, verduras, legumes e de uma boa dieta. Todos os exemplos foram contextualizados com a bioquímica, com principal enfoque no conteúdo de vitaminas. Os estudantes reforçaram a ideia de uma alimentação variada e como esta começou a ser reconhecida desde antigamente, e no caso da vitamina C, desda a época das grandes navegações. Durante as aulas práticas os alunos puderam de forma prática não só identificar a vitamina C nos alimentos analisados por eles mesmos, mas também definir a quantidade desta vitamina neste alimentos. Os alunos usaram como procedimento experimental o processo de titulação, bastante empregado na indústria química e farmacêutica. Assim puderam revisar este procedimento, as vidrarias e o uso específico de cada uma, fortalecendo assim a aprendizagem. Ao final através de uma correlação matemática os alunos não só puderam saber a quantidade de ácido ascórbico nos alimentos analisados como também definir aqueles que são mais ricos desta substância.

Conclusões

A vitamina C foi uma das primeiras vitaminas que desempenhou um papel no estabelecimento da relação entre uma doença e sua prevenção a partir de uma dieta apropriada. O ácido ascórbico é um importante antioxidante biológico. O requerimento diário mínimo de vitamina C para prevenir o escorbuto é de 30mg afim de suprir as necessidades humanas. Na aula prática, a qual trata o seguinte trabalho, utiliza-se por titulação uma solução de iodo. A presente aula possibilitou de forma interativa desenvolver o assunto de bioquímica evidenciando a importância das aulas práticas.

Agradecimentos

Referências

CHASSOT, A. I. A Educação no Ensino da Química. Ijuí: Unijuí, 1990. 117 p.
GALIAZZI, M. do C.; AUTH, M.; MORAES, R.; MANCUSO, R. (Org.). Aprender em rede na educação em Ciências. Ijuí: Editora Unijuí, v. único, p. 57-75, 2008.
LUTFI, M. Cotidiano e educação em química: os aditivos em alimentos como proposta para o ensino de química no 2º grau. Ijuí: Unijuí, 1988.
SCHNETZLER, R. P.; ARAGÃO, R. M. R. Importância, sentido e contribuições de pesquisas para o ensino de química. Química na Escola Nova. São Paulo, 1995.