Autores
Pinheiro, J.A. (NÚCLEO DE TECNOLOGIA INDUSTRIAL DO CEARÁ- NUTEC) ; Marinho, M.M. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Costa, B.M. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA) ; Castro, R.R. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Marinho, E.S. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ)
Resumo
Considerados pequenas unidades de recursos de aprendizagem digitais, os Objetos virtuais de aprendizagem, são construídos com diversas linguagens e ferramentas de autoria, como HTML e Java. Podemos incluir diversos contextos de aprendizagem usando jogos, vídeos etc. O objetivo desse trabalho é a avaliação do grau de satisfação dos usuários de quatro OVA’s para dispositivos móveis direcionados ao Ensino de Química, especialmente referentes à modelagem molecular. Este estudo teve caráter exploratório e descritivo, concluindo que ambos os objetos possuem um alto grau de satisfação pelo seus usuários, demonstrando assim serem uma ferramenta atraente para os usuários, indicando ser um caminho na busca da melhoria do processo ensino-aprendizagem.
Palavras chaves
Ensino de Química; Modelagem molecular; dispositivos móveis
Introdução
Através de condições proporcionadas pelas novas tecnologias da informação, como “softwares” de simulação, os alunos podem incrementar seu processo de aprendizagem, através da manipulação de variáveis, podendo estudar seus padrões e comportamentos e, a partir disto, encontrar as relações, os princípios e as leis que regem o fenômeno estudado (RIBEIRO & GRECA, 2003). Os objetos do conhecimento químico são modelos, isto é, constructos teóricos da interpretação química da realidade e sua criação está intimamente relacionada com o processo histórico que os desenvolve. GIORDAN (2008) referencia ainda que a visualização computacional além de permitir a disposição de múltiplas representações coordenadas e tridimensionalmente projetadas, também favorece variados tipos de manipulação destes objetos, como translação, rotação, aumento ou redução de tamanho. GIORDAN (2008) aponta que a dificuldade na compreensão em química está atrelada a natureza abstrata e não observável das entidades químicas. De acordo com MENDES e colaboradores (2005) os objetos virtuais de aprendizagem, são pequenas unidades de recursos de aprendizagem digitais construídos por meio da combinação de HTML, Java e outras linguagens e ferramentas de autoria, nas quais podem ser incluídos jogos, áudio, vídeos, gráficos, imagens desenvolvidos para serem usados e reutilizados em diferentes contextos de aprendizagem (educação a distância, tutoriais por diferentes grupos de alunos e professores. Este trabalho tem como objetivo avaliar o grau de satisfação dos usuários de quatro objetos virtuais de aprendizagem, para dispositivos moveis, para o ensino de química com foco na modelagem molecular.
Material e métodos
PAPERT (1994) e TAJRA (2001) defendem o uso de tecnologias na escola como recurso auxiliar na construção de novos conceitos, tornando o processo de aprendizagem mais prazeroso, uma vez que o enfrentamento de desafios ocorre permeado por um contexto de ludicidade . No entanto, a utilização desta ferramenta em sala de aula ainda é um grande desafio na escola, já que muitos educadores não cresceram dentro deste contexto e tem que se adaptar a esta nova realidade. De acordo com WEISS (2001), ao utilizar dispositivos móveis o educando estará aprimorando diferentes habilidades e competências como: coordenação fina e ampla, lateralidade, percepção visual (tamanho, cor, forma) e auditiva. Segundo FALKEMBACH (2005), modelagem é a técnica que permite a construção de modelos que são a abstração de alguma coisa, cujo propósito é permitir que se conheça essa coisa antes de construí-la. Esta pesquisa foi desenvolvida com caráter exploratório e descritivo, de base quali-quantitativa, com o objetivo de analisar quatro objetos virtuais de aprendizagem para dispositivos móveis , cuja a finalidade é o ensino de química, disponibilizados no site: https://play.google.com/store?hl=pt-BR. Para a obtenção das estatísticas de satisfação, foram utilizados os índices fornecidos pelo próprio site de hospedagem dos Objetos virtuais de aprendizagem (https://play.google.com/store?hl=pt-BR), dados esses que são gerados dinamicamente, a cada acesso seguindo a escala proposta por LIKERT (1932). A coleta de dados foi realizada em meados do mês de maio/ 2014.
Resultado e discussão
Ao analisarmos quatro objetos virtuais de aprendizagem para dispositivos móveis,
podemos observar primeiramente, que todos foram desenvolvidos para plataforma
Android. Podemos inferir ao analisar o gráfico 1, que Jmol foi o OVA que obteve
o maior número de downloads, seguido pelos Molecule Viewer 3D, e NDKmol , que
obtiveram 121 downloads cada, sendo o Moleculas o menos baixado com apenas 43
dowloads. Com relação ao grau de satisfação, utilizando a escala de Likert, onde
o número 5 indicava o maior grau de satisfação e 1 o menor grau de satisfação,
podemos observar no gráfico 2 que o Moleculas apesar de ser o que teve menor
número de downloads apresentou o maior percentual de satisfação (aproximadamente
72%), seguido pelo NKDmol (62, 8%) e Jmol (59,5%) sendo o Molecule Viewer 3D o
de menor grau com 49,5%. Sendo que o molecule Viewer 3D obteve o maior
percentual, de menor satisfação. De uma maneira geral, podemos avaliar em
relação a média do grau de satisfação .
Moleculas ficou com 4,3, Jmol Molecular Visualization 4,2, NDK mol 4,3,
mostrando uma media de satisfação muito boa, seguidos pelo Molecule Viewer 3D
com 3,8, demonstrando assim que todos os OVA´s apresentaram um bom grau de
satisfação, refletindo assim o seu alto poder como ferramenta educacional de
amplo espectro de disseminação.Com relação ao número de moléculas, o Moleculas
possui apenas 270 estruturas, já que se trata de um aplicativo que traz para uso
offline as moléculas publicadas no portal da Química Nova Interativa
(http://qnint.sbq.org.br/qni/), os outros três aplicativos, se tornam mais
versáteis pois permitem o download direto de sites de banco de dados, que
disponibilizam moléculas, como o RCSB PDB protein data bank
(http://www.rcsb.org/pdb/home/home.do) e do PUBchem.
Gráfico 1: Número de downloads por OVA
Gráfico 2: Percentual de Satisfação por OVA.
Conclusões
A natureza abstrata da química, principalmente com relação a visualização molecular, bem como a compreensão das características peculiares a cada molécula oriunda da sua estrutura conformacional, acaba gerando uma dificuldade na sua compreensão. A utilização de OVA´s que facilitem a manipulação dessas moléculas, ajudam a diminuir essa dificuldade. A crescente utilização de dispositivos móveis, como forma de acesso a internet, aliado a OVA´s, tem demonstrado possuir um grande potencial para a educação, possibilitando um incremento no processo de aprendizagem, principalmente na Química.
Agradecimentos
A coordenação do curso de licenciatura em Química da FAFIDAM, o qual deram total apoio, possibilitando a realização desse trabalho.
Referências
BUNGE, M. Em Ciência e Desenvolvimento; Itatiaia: Belo Horizonte, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1989, p. 32
FALKEMBACH, G.A.M. Concepção e desenvolvimento de material educativo digital. CINTED/UFRGS, 3, 1, 2005.
GIORDAN, M. Computadores e linguagens nas aulas de ciências. Ijuí: Ed. Unijuí, 2008.
GRECA,R.I.M.;Simulações Computacionais E Ferramentas De Modelização Em Educação Química: Uma Revisão De Literatura Publicada -Quim. Nova,Vol. 26, No. 4, 542-549, 2003.
LIKERT, R. A Technique for the Measurement of Attitudes. Archives of Psychology . 1932. 140: pp. 1-55.
MENDES, R.M.; SOUZA, V.I. e CAREGNATO, S.E. A propriedade intelectual na elaboração de objetos de aprendizagem. V CINFORM, 2005. http://www.cinform.ufba.br/v_anais/artigos/rozimaramendes.html. Acessada em abr. 2014. Acessado em maio de 2014.
PAPERT, Seymour. A máquina das crianças: repensando a escola na era da informática; trad. Sandra Costa. – Porto alegre: Artes Médicas, 1994.
TAJRA, Sanmy a Feitosa. Informática na Educação Novas Ferramentas Pedagógicas para o Professor da Atualidade. São Paulo: Érica, 2001.
VIEIRA, S. L.; Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual de Campinas e Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná, Brasil, 1997.
WEISS, Alba Maria Lemme; MARA Lúcia Reis Monteiro da Cruz. A Informática e os problemas escolares de aprendizagem. Rio de Janeiro: DP&A editora, 2001. 3◦ edição.