Autores
Crisostomo, L.C.S. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Marinho, M.M. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Martins Júnior, F.R.F. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Castro, R.R. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Marinho, E.S. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ)
Resumo
O objetivo final da educação é a aprendizagem, uma aprendizagem que ajude o aluno a identificar e resolver uma situação problema que apareça no seu cotidiano, ou seja, conseguir relacionar as informações retidas com sua estrutura cognitiva, criando assim, uma forma de aprendizagem denominada de significativa. Segundo BOCK (2002), essa perspectiva de aprendizagem se ancora nas ideias dos cognitivistas Ausubel e Bruner. Este trabalho tem como objetivo, avaliar a aprendizagem em Química Orgânica, por parte dos alunos do 3º ano do ensino médio.
Palavras chaves
Ensino de Química; Química Orgânica; Aprendizagem significativ
Introdução
Diante de uma nova informação, o aluno pode decidir absorver esse conteúdo de maneira literal, e desse modo a sua aprendizagem será mecânica, ele apenas conseguirá reproduzir esse conteúdo de maneira idêntica aquela que lhe foi apresentada, não conseguindo assim, utilizar o que foi aprendido na resolução de situações problema. Mas, quando o aluno fizer conexões entre esse material apresentado e o seu conhecimento prévio em assuntos correlatos, ele estará construindo significados pessoais para essa informação, transformando-a em conhecimentos. Essa construção de significados não é uma apreensão literal da informação, mas é uma percepção substantiva do material apresentado, e desse modo se configura como uma aprendizagem significativa (TAVARES, 2010). A química tem papel de destaque no desenvolvimento da sociedade, embora não se perceba estar presente no dia-a-dia, sua aplicação tem reflexo na qualidade de vida e equilíbrio dos ambientes terrestres (QUADROS et al., 2011). Mesmo salientando a enorme importância da mesma, ainda é comum encontrarmos alunos que desconhecem a importância de alguns conceitos químicos, devido à falta de contextualização. E existem situações que alunos aprendem definições, mas poucos conseguem contextualizá-las para além da sala de aula, do livro didático, demonstrando que não aprendeu o conceito estudado de fato. Existe diferença entre apreender uma definição, e aprender um conceito e saber utilizá-lo no decorrer do dia a dia. Este trabalho tem como objetivo, avaliar a aprendizagem em Química Orgânica, por parte dos alunos do 3º ano do ensino médio da rede pública do município e Limoeiro do Norte.
Material e métodos
No contexto educacional, atualmente, as palavras de ordem são aprendizagem significativa, mudança conceitual e construtivismo. Um bom ensino deve ser construtivista, promover a mudança conceitual e facilitar a aprendizagem significativa (MOREIRA & SOUSA,1996). Na busca de se identificar a aprendizagem significativa em alunos cursistas do ensino médio, foi realizado um estudo, que se classifica como descritivo e reflexivo, cuja natureza é quantitativa. Tem ainda como proposta, o estudo de caso e levantamento, utilizando como técnica de coleta de dados um questionário avaliativo. Os dados foram coletados na escola estadual de ensino médio Arsênio Ferreira Maia, localizada em Limoeiro do Norte, cidade pertencente a região do Vale do Jaguaribe (Ce). A população de estudo abrange 30 alunos cursistas do 3º ano do ensino médio. Na pesquisa buscou-se observar se os alunos conseguem relacionar aprendizagem dos conteúdos relativos a química orgânica com o seu dia a dia, indicando assim uma aprendizagem de forma significativa. O questionário foi dividido em 2 partes: A 1ª parte tinha como objeto, detectar a percepção dos alunos sobre os objetos de estudo da Química Orgânica; a 2ª parte buscou detectar se os alunos conseguem relacionar as funções orgânicas com os compostos presentes no seu cotidiano, através do estudo de suas fórmulas estruturais.
Resultado e discussão
Analisado o gráfico 1, podemos observar que 76% dos alunos conseguiram
identificar de forma satisfatória os objetos de estudo da química orgânica, que
14% dos alunos conseguem identificar parcialmente e que apenas 10% não
conseguem, concluindo assim, que a maioria dos alunos consegue identificar os
objetos de estudo da química orgânica. GUIMARÃES (2008), afirma que existem duas
aprendizagens, a significativa e a mecanizada. A aprendizagem significativa pode
ser definida como sendo um processo por meio do qual uma nova informação
relaciona-se, de maneira substantiva (não-literal) e não-arbitrária, a um
aspecto relevante da estrutura de conhecimento do indivíduo, enquanto que na
mecanizada, a informação é armazenada de forma literal e arbitrária,
contribuindo pouco ou nada para a elaboração e diferenciação daquilo que ele
sabe. Sob esse aspecto podemos observar que os alunos na sua maioria conseguiram
atingir um nível de aprendizagem significativo, pois ao ser instigado a
relacionar as funções orgânicas com compostos que fazem parte do dia a dia, a
maioria (90%) dos alunos conseguiram associar mais de 70% dos compostos com as
suas respectivas funções orgânicas, demonstrando assim que mesmo com
dificuldades em reconhecer os objetos de estudos da química orgânica eles
conseguem relacionar através da formula estrutural compostos do seu cotidiano às
suas respectivas funções orgânicas (gráfico 2).
Gráfico 1: Percepção do Alunos sobre os objetos de estudo da Química Orgânica
Gráfico 2: Percentual de acertos em relação a associação das funções orgânicas e os compostos do dia a dia.
Conclusões
A construção do processo de aprendizagem deve priorizar a aprendizagem significativa, onde o aluno, consegue relacionar os conteúdos aprendidos, com situações problemas que se apresentem em seu dia a dia. Diante deste trabalho, podemos concluir que os alunos conseguem identificar os objetos de estudo da Química Orgânica, bem como relacionar as funções orgânicas com substancias presentes no seu dia a dia, inferindo que ocorreu uma aprendizagem de forma significativa.
Agradecimentos
À coordenação do Curso de Licenciatura em Química da FAFIDAM, que com seu total apoio, possibilitou a realização desse trabalho.
Referências
QUADROS, A. L.; SILVA,D. C.; ANDRADE ,F. P.;ALEME, H. G.; OLIVEIRA, S. R.; SILVA, G. f. Ensinar e aprender Química: a percepção dos professores do Ensino Médio. Educar em revista. Nº 40. Curitiba / Junho 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40602011000200011
Acessado em abril 2014.
AUSUBEL, D. (2003). Aquisição e retenção de conhecimentos: Uma perspectiva cognitiva. Lisboa: Editora Plátano
BOCK, A . M. Psicologia: uma introdução ao estudo da psicologia. São Paulo: Saraiva, 2002.
MOREIRA, M.A. e SOUSA, C.M.S.G. (1996). Organizadores prévios como recurso
didático.Porto Alegre, RS, Instituto de Física da UFRGS, Monografias do Grupo de
Ensino, Série Enfoques Didáticos, n° 5
TAVARES, R. (2004). Aprendizagem Significativa Revista Conceitos, 55, 10.