Autores

Silva, J.T. (UFPE) ; Ayron Lira dos Anjos, J. (UFPE)

Resumo

Este trabalho teve como objetivo elaborar e aplicar um jogo envolvendo conceitos de química orgânica. O presente estudo foi direcionado a 40 estudantes do 2º ao 8° período do curso de Licenciatura em Química da UFPE - CAA. Como instrumentos de coleta de dados, utilizamos entrevistas para testar e validar a contribuição do jogo na aprendizagem de conceitos. Sob outra perspectiva, os professores também aprovaram o jogo e o consideraram como uma ferramenta excelente para se trabalhar conceitos na sala de aula. Os resultados obtidos com a aplicação do jogo foram favoráveis, pois se notou nos licenciandos uma melhor interação entre si, com o objeto do conhecimento e com o professor da disciplina, estimulando a discussão dos conceitos de orgânica.

Palavras chaves

Jogos didático; ensino de química ; química orgânica.

Introdução

Os jogos são caracterizados como um tipo de recurso didático educativo que podem ser utilizados em momentos distintos como na apresentação de um conteúdo, ilustração de aspectos relevantes ao conteúdo, avaliação de conteúdos já desenvolvidos e como revisão ou síntese de conceitos importantes (Cunha, 2004). Quando se fala no ensino da química seria bem mais simples e agradável se fossem abandonadas as metodologias ultrapassadas muito utilizadas no ensino tradicional, isto é, os métodos onde os únicos recursos didáticos utilizados pelo professor para repassar os conteúdos aos alunos são o quadro, o pincel e a linguagem oral e se investissem mais nos procedimentos didáticos alternativos (BERNARDELLI, 2004). Com isso, se torna indispensável elaborar e propor novas ferramentas de ensino, como por exemplo, um jogo com finalidades pedagógicas, proporcionando a construção e oportunidade para o aperfeiçoamento da aprendizagem dos conteúdos, inserindo no aprendizado atividades prazerosas, ampliando o envolvimento, ação ativa e motivadora. Concomitantemente, são alternativas de ensino que podem ser empregadas para favorecer o aprendizado dos conteúdos. Os estudantes utilizam estas ferramentas para o desenvolvimento de habilidades como forma de articular os conhecimentos de modo dinâmico e interativo (CUNHA, 2000). Este trabalho objetivou desenvolver um jogo didático, intitulado “Jogo dos Hidrocarbonetos Aromáticos”, que tem como premissa estimular e favorecer a construção de conceitos de química orgânica pelos alunos, mostrando também aplicações presentes no nosso cotidiano, facilitando assim, o processo de ensino-aprendizagem, tornando-o mais prazeroso e divertido.

Material e métodos

O jogo foi desenvolvido durante as aulas da disciplina de Metodologia do Ensino de Química II, sobre a orientação do professor titular desse componente curricular, e implicou dividi-lo em duas etapas. Na 1ª etapa se construiu perguntas e respostas sobre conceitos de química. Cabe dizer que as perguntas foram estruturadas de maneira subjetivas e objetivas, tendo estas últimas, 4 alternativas de “A - D”, sendo apenas uma correta. Na 2ª etapa foram confeccionadas as cartas e incorporado na parte da frente à estrutura do composto aromático, e as perguntas e respostas na parte de atrás das cartas. No total foram confeccionadas 49 cartas, 24 com perguntas e respostas e 25 que serve como casas para avançar ou movimentarem no jogo, caso seja respondido corretamente às perguntas. As cartas foram dividas em 5 grupos. Cada grupo contém 10 cartas, com exceção do pentaceno que possui 9. Os grupos são: benzeno, naftaleno, antroceno, tetraceno e pentaceno. À medida que o participante vai acertando as perguntas, por consequência avançará no jogo do benzeno até o pentaceno que o último nível de perguntas e repostas. Porém quando erra permanece na mesma. As cartas foram confeccionadas no computador e impressas em papel ideal para convites, cartões e certificados. O presente trabalho foi direcionado a 40 estudantes do 2º ao 8° período do curso de Licenciatura em Química da UFPE - CAA. A maioria dos licenciandos já haviam cursado as disciplinas de Química Geral I e II, e Química Orgânica I e II, e será posteriormente aplicado para alunos do 3º ano do Ensino do Médio de uma escola pública da cidade de Caruaru-PE. Como instrumentos de coleta de dados, utilizamos entrevistas para testar e validar ainda mais esse trabalho.

Resultado e discussão

O jogo “Jogo dos Hidrocarbonetos Aromáticos” foi desenvolvido para auxiliar na aprendizagem dos alunos nas aulas de química orgânica, uma vez que essa área de conhecimento é vista como complicada, que na maioria das vezes se memoriza para reproduzir nos exercícios e provas. Uma vez avaliado tanto por professores da área de ensino quanto da área de química orgânica, aprovaram o jogo, visto que os estudantes participaram ativamente da “brincadeira”, e da construção ativa do conhecimento e desse modo incentivaram a produção de novos recursos didáticos dessa mesma natureza, como também para a realização desse trabalho. Este jogo foi aplicado na própria universidade (UFPE-CAA) durante a realização de um evento em comemoração a semana nacional de ciência e tecnologia com cerca de 40 licenciandos em química. Os resultados foram promissores, isso se notou pela forma prazerosa de se aprender e ampliar conceitos químicos relevantes através de um jogo. Foram realizados vários grupos para se jogar, e como eram estudantes do ensino superior, optou-se não usar todas as regras do jogo, já que os grupos eram de 5 e jogavam todos ao mesmo tempo uns contra os outros. Quando indagado sobre a importância e contribuição do jogo, um determinado licenciado frisou que “além de fornecer informações sobre as propriedades físicas e químicas dos compostos aromáticos, o jogo faz uma contextualização com diversas substâncias do cotidiano, fugindo do sistema metódico de aprendizado e trabalhando a interdicisplinaridade dos conteúdos”. De fato, a aplicação do jogo didático possibilitou uma melhor interação entre os participantes, pois eles se divertiram ao participar do jogo, estimulando a discussão dos conteúdos de orgânica e o interesse em responder corretamente as perguntas contidas nas cartas.

Conclusões

Com efeito, com o desenvolvimento do jogo se percebeu que é possível criar novos recursos ou ferramentas para auxiliar no ensino de química. Os professores aprovaram o jogo e consideraram como uma ferramenta excelente para se trabalhar na sala de aula, no sentido de servir como um reabilitador da aprendizagem mediante a experiência e a atividade dos estudantes. Infere-se que o jogo aproximou mais os alunos dos conceitos químicos, encarando o mesmo como um instrumento facilitador no processo ensino-aprendizagem, buscando uma melhor forma de aprendizado através de atividades lúdicas.

Agradecimentos

Prof° José Ayron Lira dos Anjos, ao Núcleo de Formação docente UFPE/CAA e a PROAES/UFPE.

Referências

CUNHA, M. B. Jogos no Ensino de Química: Considerações Teóricas para sua Utilização em Sala de Aula. Química Nova na Escola, Vol. 34, N° 2, p. 92-98, Maio 2012.

CUNHA, M. B. Jogos de Química: Desenvolvendo habilidades e socializando o grupo. Eneq 028-2004.

BERNARDELLI, M. S., Encantar para ensinar - um procedimento alternativo para o ensino da química. In: Convenção Brasil Latino América, Congresso Brasileiro e encontro paranaense de psicoterapias corporais. Foz do Iguaçu. Anais 2004. Centro Reichiano. Disponível em: http://www.centroreichiano.com.br/artigos/Anais%202004/Marlizer%20Spagolla%20Bernardelli.pdf. Acesso em: 15 de Maio de 2014.

CUNHA, M B. Jogos didáticos de química. Santa Maria: Grafos, 2000. 110p.