ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Alimentos
Autores
da Siva Santos, J. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ- UESPI) ; Pessoa Ribeiro, M.D. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ- UESPI) ; Araújo Sousa, D. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ- UESPI) ; de Oliveira Torres, J.R. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ- UESPI)
Resumo
O presente estudo descreve a caracterização físico-química da amêndoa da castanha de caju (ANACARDIUM OCCIDENTALE L.), tostada por métodos tradicionais da região e comercializada nos centros urbanos de Teresina-PI. Devido ser um produto alimentício de ampla produção e consumo pela população tem-se a importância na análise de sua composição química. A amêndoa possui alto valor nutritivo e econômico, composta basicamente de carboidratos, proteínas e gorduras. Os resultados das análises efetuadas resultar: teor de cinzas de 3,20 %, 30,37 % de proteínas totais, 45,15 % de lipídios e umidade de 0,98 % a 105º C.
Palavras chaves
Castanha de caju; caracterização físico-quí; composição química
Introdução
O caju (do tupi-guarani acayu ou aca-iu, que significa ano, uma vez que os indígenas contavam a idade a cada safra) é muitas vezes tido como o fruto do cajueiro (Anacardium occidentale) quando, na verdade, trata-se de um pseudofruto (pseudo significa falso). A castanha de caju é comum em todas as regiões do planeta onde exista um clima suficientemente quente e úmido, distribuindo-se por mais de 30 países. Os cinco maiores produtores são o Vietnã (941.600 toneladas), a Nigéria (636.000 toneladas), a Índia (573.000 toneladas), o Brasil (236.140 toneladas) e a Indonésia (122.000 toneladas), (TRUCOM). A amêndoa da castanha de caju possui alto valor nutritivo e econômico, apresentando grande variação em sua composição química. A composição da amêndoa de castanha de caju é basicamente de carboidratos, proteínas e gorduras. Tendo seus valores normais de umidade e cinzas. Apresenta um elevadíssimo valor proteico tanto crua quanto após tostada. A proteína da amêndoa da castanha de caju é a anacardina, que possui alto valor nutritivo, pois contém sete dos oito aminoácidos essenciais para a manutenção normal do homem adulto e nove dos dez indispensáveis à fase de crescimento. Os aminoácidos encontrados em maior quantidade são o ácido glutâmico, a arginina e o ácido aspártico (LUTZ, 2008). Tendo em vista a elevada importância econômica e a necessidade de melhor caracterização da matéria-prima existente, o presente trabalho teve por objetivo caracterizar a amêndoa da castanha de caju (Anacardium occidentale L.) tostada, tendo com proposta principal analisar suas quantidades significativas de umidade, cinzas, acidez, proteínas, lipídios, buscando-se identificar as variações na composição química da castanha produzida por métodos tradicionais da região.
Material e métodos
A amostra foi coletada no centro urbano de TERESINA-PI onde é comercializada, no qual foram utilizadas amêndoas da castanha de caju (ANACARDIUM OCCIDENTALE L.). Produzida por métodos tradicionais da região a castanha utilizada neste trabalho já é tostada quando comercializada. O material foi triturado manualmente com auxilio de um almofariz e pistilo. A umidade foi determinada de acordo com o procedimento descrito em (LUTZ, 2008) foram utilizados porções de 2 g da amostra previamente pesadas e postas e capsulas de porcelana, posteriormente levada para estufa com uma temperatura media de 105º C até adquirir peso constante. O teor de cinzas foi determinado pela incineração em mufla a temperatura de 550º C, até obter peso constante, as amostras de 5 g foram colocadas em capsulas de porcelanas um total de 3, passarão um período de 4 horas e depois rotuladas e transferidas para dessecador de acordo com (LUTZ, 2008). O método utilizado para a determinação de proteínas totais (Kjeldahl) se aplica a determinação do nitrogênio em compostos aminados através de sua transformação em sal amônio pela digestão do composto com ácido sulfúrico concentrado em presença de catalisadores. A amônia e então deslocada pelo hidróxido de sódio, destilada e coletada em ácido bórico e titulada com solução padronizada de ácido clorídrico, permite sua quantitativa conforme descrito em (TORRES, 2012). O teor de lipídios foi determinado utilizando-se o extrator de SOXHLET e hexano como solvente assim como descrito em (LUTZ, 2008).
Resultado e discussão
Os dados estatísticos obtidos para a composição química da amêndoa da castanha
de caju tostada são apresentados na figura 1. Todos os experimentos foram
realizados no laboratório de química da universidade estadual do Piauí – UESPI,
onde os resultados apresentados foram realizados em triplicatas.
Todo alimento, qualquer que seja o método de produção contém água, analisando os
resultados de umidade obtidos, é possível observar o decréscimo após o processo
de tostagem. Na realidade, não é somente a água a ser removida, mas outras
substâncias que se volatilizam nessas condições. O aquecimento direto da
amostra a 105° C e o processo mais usual e mostraram resultados mais
significativos, em comparação com os parâmetros de umidade apresentados em (MELO
et al. 1998) de 1,18% para a castanha tostada é próximo ao encontrado de 0,97%.
Quanto ao teor de cinzas obteve-se 3,2 % m/m, resultado concordante com o
descrito em (MELO et al. 1998). Nem sempre este resíduo representa toda a
substância inorgânica presente na amostra, pois alguns sais podem sofrer redução
ou volatilização nesse aquecimento. O valor encontrado para o teor de proteínas
totais de 30,37% é expressivo mesmo levando-se em consideração o processo de
tostagem tradicional da região onde é produzida, resultados inferiores (21,76%)
foram observados por (MELO et al. 1998). Já o teor de lipídios encontrado
45,15% m/m, apresenta a maior fração na composição da amêndoa que é
característico desse tipo de semente, resultados bastante concordantes com
(COSTA. et al. 2009).
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Composição química da amêndoa da castanha de caju (Anarcadiun Occidentale. L) tostada em base seca.
Conclusões
De acordo com os dados obtidos nos experimentos, pôde-se concluir que a determinação da composição química da amêndoa tostada confirma um elevado conteúdo lipídico e proteico, característico de sementes oleaginosas. Os teores observados para parâmetros de umidade e cinzas não apresentaram grande variação quando comparados com os obtidos em amostras tratadas por outros procedimentos.
Agradecimentos
Agradeço a DEUS e ao Prof. Dr. José Roberto de Oliveira Torres pela disponibilidade e apoio no projeto.
Referências
COSTA, J. M. C. ; GUERRA, K. T. ; MAIA,G. A.; ROCHA, É. M. F. F. Avaliação físico-química e microbiológica da amêndoa da castanha de caju “Disponível em: http://www.revistas2.uepg.br/index.php/exatas/article/viewFile/1102/1923” Acessado em 12/07/14 às 13 h: 20 min.
LUTZ Instituto Adolfo. Métodos físico-químicos para análise de alimentos - São Paulo: Instituto Adolfo Lutz, 2008.
MELO, M.L.P.; MAIA, G.A.; SILVA, A.P.V.; OLIVEIRA, G.S.F.; FIGUEIREDO, R.W. Caracterização físico-química da amêndoa da castanha de caju (anacardium occidentalel.) crua e tostada “Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-20611998000200008#back” Acessado em 12/07/14 às 14 h: 48 min.
TORRES, J. R. O; TORRES, T. D. T. Experimentos em química analítica quantitativa. Imperatriz-MA. Ed Ética, 2012.
TRUCOM, C. A castanha de caju Disponível em http://www.docelimao.com.br/site/linhaca/536-a-castanha-de-caju Acessado em 20/07/2014 às 14 h: 32 min.