ISBN 978-85-85905-10-1
Área
Alimentos
Autores
Melo, M.G. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS) ; Eleutério, C.M.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS)
Resumo
O estudo se justifica pela importância de se conhecer a composição química e nutricional do Mari-Mari (Cassia Leiandra) visando o aproveitamento da polpa para produção de sucos, cremes, sorvetes, picolés e outras especiarias. O estudo visa também incentivar práticas sustentáveis e contribuir com o desenvolvimento econômico da região do Baixo Amazonas. O Mari-Mari é uma vagem que apresenta sabor agridoce e muito consumido pelo caboclo amazônico. Esse fruto se reproduz no período da cheia e quando maduro é comercializado nas feiras e mercados. As amostras foram coletadas no meses de abril à junho ,por ser a época de comercialização do fruto, depois levadas ao Laboratório para serem analisadas. Os teores de vitamina C, minerais e de umidade foram determinados caracterizando o fruto da região
Palavras chaves
mari-mari; frutos amazônicos; economia sustentável
Introdução
A Amazônia é considerada a região que apresenta a maior biodiversidade do planeta, entretanto, parte dessa biodiversidade ainda é desconhecida. Existem animais, vegetais, frutos, fungos e outras espécies que são conhecidos pela sua diversidade biológica ou sua composição química. A população amazonense tem a cultura de consumir frutos da região sem preocupar-se com sua composição química e nutricional. Nos últimos anos tem-se percebido um sensível crescimento e interesse não apenas pelo conhecimento do potencial nutritivo de alguns frutos amazônicos, mas também pela viabilidade econômica decorrente da indústrias que nos últimos anos tem apostado no programa de sustentabilidade. Para elaborar este projeto realizamos previamente uma investigação sobre os frutos mais comercializados nas feiras e mercados do município de Parintins. Dentre os mais comercializados estava o Cassia Leiandra da família Caesalpiniaceae, conhecido no baixo Amazonas como Mari-mari. Existem cerca de 250 espécies da família pelo mundo, no entanto, somente na amazônia é encontrado o mari-mari. Apesar de ser bastante popular no Norte do país, em outras regiões ainda é desconhecida por muitos. O Mari-Mari é um fruto que apresenta sabor agridoce e muito consumido pelo caboclo amazônico. Esse fruto se reproduz no período da cheia e quando maduro é comercializado nas feiras e mercados.Como o Mari-mari da Amazônia (Cassia Leiandra) é consumido em larga escala pela população do Baixo Amazonas se faz necessário analisar teores de vitamina C e elementos minerais em sua polpa com vista ao provável aproveitamento para produção de sucos, geleias, sorvetes, picolés e outras especiarias garantindo a sustentabilidade e o desenvolvimento econômico da região do Baixo Amazonas.
Material e métodos
materiais Balança eletrônica Estufa Refrigerador Depósito de plástico Espátula Vidrarias Placa de petri Béquer Erlemeyer Bastão de vidro Proveta Pipeta Balão volumétrico Reagentes Acido sulfúrico 20% Solução de amido1% Solução de iodeto de potássio 10% Solução de iodato de potássio p/v Agua destilada Água deionizada Solução de acido nítrico Solução de acido perclórico METODOLOGIA O Mari-mari (Cassia Leiandra) da Amazônia foi coletado em áreas rurais do município de Parintins-AM no período sazonal. Após a coleta, as vagens de Mari- mari serão levadas ao laboratório para iniciar o processo de seleção e verificação de peso e medidas. Cada vagem será pesada, despolpada (calcular a percentagem comestível) e desidratada em estufa a 35 a 40ºC. A amostra seca será macerada num gral de porcelana e acondicionada em um recipiente esterilizado para evitar contaminação. Para determinar o teor de Umidade (método gravimétrico) serão utilizadas de 2 - 5 g da amostra em um cadinho de porcelana, previamente tarado e aquecer em estufa até o peso ficar constante. -determinação de vitamina C Foi pesado aproximadamente 3,5688g de iodato de potássio para 1 litro de água destilada (1 ml de iodato a 0,1 molar equivale a 8,806 mg de ácido ascórbico ),para preparar a solução de iodato de potássio 0,1molar. Em seguida foi pesada 5g de amostra , filtrada e recebida num erlenmeyer de 300 ml, em seguida foram adicionado: -10 ml de solução de ácido sulfúrico a 20% -1ml de solução iodeto de potássio a 10% -1ml de solução de amido a 1% Em seguida foi titulado com iodato de potássio ate a mudança de cor Calculo=100.V.F= mg de vitamina C P Onde V= volume de iodato de potássio gasto na titulação F = 8,806 para 0,1 molar P= no de peso amostra de mari-mari.
Resultado e discussão
Tamanho médio das amostras: 65,87 cm
Média de caroços: 79,5
Peso médio da polpa com caroço: 131,61 g
Peso médio da polpa: 70,27g
Teor médio de umidade das amostras: 58,99%
Processo de determinação de vitamina C(ácido ascórbico)
Foram preparadas quatro amostras contendo 5 gramas de poupa cada uma:
Amostra 1: aproximadamente 1,5mg de vitamina c
Amostra 2: aproximadamente 2,2 mg de vitamina C
Amostra 3: aproximadamente 2,4 mg de vitamina C
Amostra 4:aproximadamente 2,3 mg de vitamina C
A polpa do mari-mari contém grande presença de umidade (mais de 50%) e muito
rico em nutrientes, e isso se dá pelo fato de seu período frutífero ser em
épocas de cheias, onde as raízes das árvores estão submersas e ao capturar os
nutrientes do solo, elas absorvem grandes quantidades de água.
O fruto também é bastante rico em vitamina C (ácido ascórbico). De acordo com
os dados coletados ,apenas um fruto, contem a quantidade diária necessária
recomendada de vitamina C. Praticamente 100% do fruto podem ser aproveitados, a
casca e algumas sementes foram utilizadas como adubo orgânico , visto que, no
período de seca, observou-se um tipo de auto adubagem nos marizeiros, onde os
muitos frutos caídos se decompõem ao redor das árvores . Outras sementes foram
utilizadas para o replantio, e a polpa como alimento.
Conclusões
A avaliação dos parâmetros do processo metodológicos das análises bromatológicas da poupa, permitiu uma boa caracte-rização quanto aos composto pre¬sentes no fruto( teores de umidade e ácido ascórbico) ,e compreender a importância metodológica para o controle de qualidade, do processamento e do armazenamento de alimento ,foi um ponto importante que nos motivou incentivar práticas sustentáveis, contribuindo assim com o desenvolvimento econômico da região do Baixo Amazonas.
Agradecimentos
Agradeço a minha orientadora Célia Eleutério pela sua dedicação e esforço.
Referências
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas, métodos químicos e físicos para análise de alimentos. São Paulo: IAL, 1985, v.1, 371p.
ELEUTÉRIO, Celia Maria Serrão; ARAÚJO, Lídia Medina. Determinação de Fibras e Sais Minerais em palmito de inajá (maximiliana martiana karts). In: VI Jornada de Iniciação Científica da Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 1997.