Autores

Lobato, A. (UEAP) ; Farias, R. (UEAP) ; Santos, Y. (UEAP) ; Nery, T. (UEAP) ; Batista, R. (UEAP) ; Santana, R. (UEAP) ; Silva, A. (UEAP)

Resumo

As metodologias de ensino são importantes no processo de aprendizagem do aluno, elas o auxiliam a compreender melhor os assuntos ministrados pelo docente. O presente trabalho tem como objetivo a produção de estruturas de química orgânica a partir de materiais alternativos, através de projetos colaborativos, utensílios de baixo custo, recicláveis e reutilizáveis. A turma foi dividida em 7 grupos onde 3 foram responsáveis por construir estruturas de geometria molecular, já os outros 4 construíram estruturas de cadeias carbônicas. Os resultados foram satisfatório quanto a relevância do trabalho, já que 83,3% afirmaram que construir as estruturas os ajudou a compreender melhor o conteúdo e 16,7% marcaram a opção de ter ajudado parcialmente

Palavras chaves

Alternativos; recicláveis; metodologias

Introdução

A busca por metodologias de ensino que possibilitem uma aplicação de baixo custo e atrativa para o aluno é um desafio diário para os professores, por conta disso é primordial que o docente busque aprimorar suas metodologias de ensino através de novos estudos. O uso da metodologia lúdica é um recurso rico, uma vez que valoriza as relações, assimila novos conhecimentos, possibilita a aquisição de valores ignorados, estimula a criatividade e o desenvolvimento cultural (SANTOS, 2010). Segundo Vygotsky (1989), a metodologia didática a partir de jogos é uma alternativa diferenciada, uma vez que quebra o padrão monótono das aulas. Também trabalha no desenvolvimento de habilidade e raciocínio lógico do aluno, além disso incentiva o trabalho em equipe e a interação de aluno-professor. De acordo com Cunha (2000), trabalhar com lúdico também contribui para a relação aluno-aluno, podendo facilitar a inclusão. Há diversos materiais alternativos no ramo da educação, que podem ser substituídos pelo seu original, essa opção pode auxiliar os alunos a terem um melhor engajamento no processo de ensino-aprendizagem, tornando o aprendizado mais fácil de compreender através dessa dinâmica diferenciada. Dentre esses materiais tem o projeto colaborativo que incentiva o desenvolvimento crítico, colaboração e criatividade do aluno que se dá através da utilização de materiais recicláveis, baixo custo e reutilizáveis (SILVA, et al. 2020; Lima, et al. 2018). Em razão disso, o presente trabalho tem por objetivo a produção de estruturas de química orgânicas por meio de materiais alternativos, que serão aplicadas no 1º bimestre, para alunos da 3ª série da escola Professor José Firmo do Nascimento, em Macapá-Ap.

Material e métodos

Grupo da geometria molecular A geometria das moléculas é a forma tridimensional de como ela é apresentada em 3 dimensões no espaço, ela é composta pelo átomo central e pares de ligantes e/ou não ligantes, dentre alguns exemplos estão geometria linear, trigonal plana, octaédrica e tetraédrica. (HUHEEY; KEITER; KEITER 1993). Para a produção da geometria molecular os materiais utilizados foram garrafas pets, folhas de livros velhos e fita durex. O átomo central foi representado por esferas feitas de folhas de livros, para fixar o círculo o papel foi selado com fita durex e para representar os pares ligantes foi utilizado garrafas pets. Grupo da cadeia carbônica As cadeias carbônicas são classificadas em cadeias abertas (acíclicas) e fechadas (cíclica), elas também podem ter ramificações e ligações saturadas ou insaturadas na sua cadeia. (LISBOA, et al. 2016). Para representar essas cadeias foi utilizado material de papelaria como bolinhas de isopor, tinta guache diversas, pincéis para desenho e tesoura. Ademais, foi utilizado materiais de baixo custo como palitos de churrasco. A produção das estruturas foi apenas de hidrocarbonetos, sendo focado somente os conceitos iniciais da química orgânica como tipos de cadeias, tipos de ligações entre carbonos, classificação dos carbonos e propriedades físicas das cadeias carbônicas. Com base nisso, os grupos trouxeram exemplos de duas cadeias carbônicas e iniciam a produção com as seguintes orientações, os carbonos e hidrogênios iriam ser representados por bolinhas de isopor, sendo preciso pintá-las para identificar os átomos, já as ligações (saturada ou insaturada) seriam representadas pelos palitos de churrasco.

Resultado e discussão

Para verificar a relevância do projeto foi aplicado um questionário com as seguintes perguntas: “A produção das estruturas ajudou você a visualizar e compreender melhor o conteúdo?”, onde 83,3% afirmaram ter ajudado muito e 16,7% afirmaram ter ajudado parcialmente, como mostra o gráfico 1. A segunda pergunta foi sobre se “ Você concorda que quando o aluno é protagonista na didática do professor, o aluno avança no seu processo de ensino-aprendizagem?” e 91,7% afirmaram que sim e 8,3% acreditavam que não. Segundo Silva, Sales e Silva (2017) o aluno precisa entender como que acontece a química por trás dos conteúdos, não apenas fixar os assuntos mas compreender como eles ocorrem, para isso é preciso buscar métodos de ensino alternativos, fugindo do ensino monótono, através de jogos lúdicos, experimentação, músicas, dentre outros. Isso tudo com o intuito de estimular o interesse do aluno pela disciplina. A turma se mostrou entusiasmada em continuar com produção das estruturas, como mostra os dados do gráfico 3, quando foi perguntado “Você acredita que continuar com as produções das estruturas irão ajudar a compreender melhor os assuntos dos bimestres seguintes?” e 100% responderam sim. Na literatura é encontrado trabalhos com resultados semelhantes, como nos jogos aplicados por Campos et al (2014), dentre eles estão “dominó da química”, “jogo da memória da química orgânica” e “modelos moleculares”. Os autores relataram que o entusiasmo pela componente aumentou a partir do contato com os jogos. Filho et al (2015) também trabalharam com a metodologia lúdica, através da didática de elaboração de texto a partir de imagens que se relacionavam com o conteúdo de funções orgânicas, elaboração de jogos como “quimicamarelinha”, “quimigude” e “química quente”. A metodologia lúdica promove a aprendizagem e o desenvolvimento do aluno, por tornar o ensino mais dinâmico, satisfatório e envolvente, visto que o discente se torna protagonista do seu aprendizado (MARQUES; PELIZZARO-RIBEIRO; ALVES, 2020). Nesse contexto é possível verificar esse processo aplicado na didática da produção das estruturas de química orgânica, visto que o aluno foi o responsável por trazer exemplos, materiais e construir, enquanto que o professor foi apenas o mediador que trabalhou nas orientações com os alunos.

GRÁFICO 1

Dados sobre a pergunta “A produção das estruturas \r\najudou você a visualizar e compreender melhor o \r\nconteúdo”.

GRÁFICO 2

Pergunta “Você acredita que continuar com as \r\nproduções das estruturas irão ajudar a compreender \r\nmelhor os assuntos dos bimestres seguintes?”.

Conclusões

Quando é utilizado metodologias que tornam o aluno protagonista do seu processo de ensino e aprendizagem, o seu interesse pela disciplina aumenta como é possível verificar nas literaturas citadas, além dos dados do presente trabalho já que, 91,7% concordam que o aluno avança no seu processo de ensino ao se tornar o principal responsável na didática do professor. Além disso, foi possível medir a relevância do trabalho, uma vez que 83,3% afirmaram que construir as estruturas os ajudou a compreender mais o conteúdo e 16,7% marcaram a opção de ter ajudado parcialmente. Ademais, os discentes apresentaram interesse em continuar com essa metodologia, dado que 100% acredita que continuar com a produção das estruturas irão os auxiliar nos bimestres seguintes, isso gera entusiasmos tanto do professor quanto do aluno para continuar com a aplicação da metodologia no projeto.

Agradecimentos

Agradeço a CAPES E A UEAP.

Referências

CAMPOS, D.B; MELLO, R; SILVA, M.C; FAGUNES, A.B; PEREIRA,D. Aprendizagem significativa com apelo ao lúdico no ensino de química orgânica: Estudo de caso. 2014. - InterSciencePlace - Revista Científica Internacional. V.1. ISSN: 16799844.
CUNHA, M.B. Jogos didáticos de Química. Santa Maria: Grafos, 2000.

FILHO, J.R.F, et al. Brincoquímica: Uma Ferramenta Lúdico Pedagógica para o Ensino de Química Orgânica. 2015. Revista Brasileira de ensino e tecnologia. V.8. ISSN - 1982-873X. DOI: 10.3895/rbect.v8n1.1700.

HUHEEY, J.E; KEITER, E.A; KEITER, R.L. Química Geral e Inorgânica: Princípios Básicos. 1993. Editora: LTC Editora. ISBN: 9788521616184.
LIMA, M. C. et al. (2018). Arduino na Escola: Estimulando a Criatividade e a Aprendizagem Interdisciplinar. Anais do Simpósio Brasileiro de Sistemas Elétricos (SBSE), 1-6.
LISBOA, J.C.F, et al. Ser protagonista: Química, 3º ano: ensino médio. 3 ed.- São Paulo: Edições SM, 2016. – (coleção ser protagonista).

MARQUES, L. D. S.; PELIZZARO-RIBEIRO, G.; ALVES, D. S. O uso de jogos pedagógicos na aprendizagem de conceitos químicos: uma revisão sistemática. Química Nova na Escola, v. 42, n. 3, p. 247-258, 2020.
SILVA, A. B. C. et al. (2020). Reutilizando Criativamente: Brinquedos com Materiais Recicláveis. Revista Tecnologia e Sociedade, 16(40), 48-57.
SILVA, F.; SALES, L. M.; SILVA, M. N. O uso de metodologias alternativas no ensino de química: um estudo de caso com discentes do 1º ano do Ensino Médio no município de Cajazeiras – PB. 2017.
SANTOS, S. C. A importância do lúdico no processo ensino aprendizagem. 2010. 50f. Monografia de especialização. Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria. 2010.
VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.