Autores

Pantoja Gomes, C.D. (UFPA) ; Soares Lasmar, M.C. (UFPA) ; Pinheiro Almeida dos Santos, T. (UFPA) ; da Conceição Foicinha, J. (UFPA) ; Borges Lima, C.H. (UFPA) ; Siqueira Pantoja, S. (UFPA) ; da Silva Carneiro, A. (UFPA) ; Brito Negrão, C.A. (UFPA) ; Carvalho de Souza, E. (UFRA) ; dos Santos Silva, A. (UFPA)

Resumo

Diversos tipos de jogos vêm sendo usados como instrumento de ensino e tal metodologia tem ganhado espaço como método didático em diversas disciplinas. Este trabalho elaborou um jogo didático sobre vidrarias que existem em um laboratório e que são necessárias para práticas diversas, e o avaliou através de um questionário aplicado aos aulos de uma turma de química básica do curso de farmácia. 53 % (17 alunos) consideraram a atividade desenvolvida como sendo um ótimo instrumento de aprendizado; para 34% (11 alunos), a atividade foi um excelente instrumento de aprendizado; para 13% (4 alunos), a atividade apresenta como um instrumento regular de ensino. Assim o jogo desenvolvido foi aceito pelos discentes como uma metodologia válida.

Palavras chaves

Aprendizagem ; Ensino de Química; Atividade lúdica

Introdução

A utilização de jogos como ferramenta de ensino não é uma prática atual, mesmo que recentemente tal metodologia venha ganhando mais espaço. Platão já destacava a necessidade de ocupar os primeiros anos de desenvolvimento de uma criança com jogos didáticos e Robaina (2008) já afirmava em seus estudos que os jogos têm o poder de transformar aulas comuns em uma forma de ensino muito mais eficiente, criativo e prazeroso, auxiliando assim a fixação de conhecimento. Kishimoto (1996) defende o uso do jogo na escola ao justificar que essa metodologia favorece o aprendizado pelo erro e estimula a exploração e resolução de problemas, destacando a ausência de pressões e avaliações, criando assim um clima mais confortável para se adquirir conhecimento. Além disso, ainda é necessário entender que o ato de ensinar não é apenas o de transferir conhecimento, mas sim criar espaço para que o aluno possa construir o seu saber (FREIRE, 2008). Dentro do ensino de química, é essencial o conhecimento teórico no que diz respeito à nomeação e utilização de vidrarias, diante deste fato, urge como necessidade uma nova forma de transmitir o conhecimento da disciplina a fim de garantir que os futuros profissionais tenham domínio de conceitos básicos de sua formação. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi elaboras um jogo didático de corrida sobre as principais vidrarias de laboratório químico para ser aplicado em uma turma do 2º semestre do curso de farmácia, na disciplina Bases de Química e Física Aplicadas à Farmácia, e avaliar tal atividade através de um questionário aplicados aos docentes da turma.

Material e métodos

O jogo Corrida das Vidrarias foi elaborado pelos monitores do Laboratório de Física Aplicado à Farmácia (LAFFA) da Universidade Federal do Pará (UFPA), no período de janeiro de 2023, tendo sido montado um tabuleiro (Figura 1) e um conjunto de 50 cartas, além de 6 pinos (construídos ou se aproveitando tampas de recipientes) e um dado comum. O tabuleiro foi construído com folhas de isopor, papel cartão e canetas hidrocor, já as cartas foram elaboradas com papel cartão, nas dimensões 4 cm x 8 cm, sendo coladas fotos impressas das vidrarias ou perguntas sobre elas (usos). O jogo foi aplicado em uma turma da disciplina Bases de Química e Física Aplicadas à Farmácia, do 2º semestre do curso de Farmácia da UFPA, contendo um total de 32 discentes, que foram divididos em grupos de 5 a 6 componentes. A ordem do jogo foi estabelecida por sorteio com o dado, e então, o 1º jogador lançou o dado, avançando na trilha conforme o número sorteado. Se caiu em uma casa com um número impresso, simplesmente jogava o dado e continuava. Se caísse em casa com ? teria que sortear uma carta e responder à pergunta nela contida. Errando passava a vez, acertando seguia o jogo. Ao cair nas casas especiais, o jogador deveria seguir a orientação nela impressa (Figura 1). Ganhava o jogo o primeiro jogador que chegasse ou ultrapassasse a casa “fim”. Após a aplicação do jogo em sala, os alunos foram convidados a responder um questionário de avaliação da atividade desenvolvida, com 5 perguntas, sendo suas respostas planilhadas vai Excel 2010.

Resultado e discussão

Analisando as respostas dadas nos questionários preenchidos pelos 32 alunos, se montou os gráficos presentes na Figura 2. Para 53% (17 alunos) dos entrevistados, a atividade desenvolvida foi um ótimo instrumento de aprendizado; para 34% (11 alunos), a atividade foi um excelente instrumento de aprendizado; para 13% (4 alunos), a atividade apresenta-se como um instrumento regular de ensino. Em relação ao segundo questionamento, para 69% (22 alunos), o nível do conteúdo apresentado na atividade é médio e para os 31% (15 alunos) restantes, o nível já estava na faixa do alto. O terceiro questionamento apresentou para 62% (20 alunos), o instrumento utilizado durante a dinâmica pode ser aplicado aliado à disciplina; para 38% (12 alunos), o instrumento pode ser aplicado ao término da disciplina. Para 69% (22 alunos), em relação ao quarto questionamento, a clareza das perguntas é classificada como boa, sendo de modo geral claras; para 19% (6 alunos), as perguntas apresentaram uma ótima clareza; para 12% (4 alunos) as perguntas são pouco claras, sendo classificadas como regular. E o último questionamento apresentou 56% (18 alunos) classificando que os objetivos do jogo de tabuleiro, sendo o de auxiliar no aprendizado de forma mais ativa, seriam mais bem alcançados se os jogos forem aplicados concomitantemente com a disciplina. Para 28% (9 alunos) os jogos devem ser aplicados ao final das disciplinas; para 16% (5 alunos) os jogos devem ser aplicados no início e no final de cada disciplina.

Figura 1. Tabuleiro do jogo produzido

Tabuleiro construído para o jogo Corrida das \r\nVidrarias.

Figura 2. Gráficos das respostas às perguntas

Gráficos dos percentuais de respostas dadas a cada \r\numa das 5 perguntas do questionário avaliativo.

Conclusões

Um percentual significativo dos alunos avaliaram positivamente a atividade aplicada, comprovando o potencial dessa metodologia de ensino. Destaca-se que para um pequeno percentual a metodologia se caracterizou como uma atividade com pouca clareza e apresenta-se de forma regular ao ensino proposto. Diante do apresentado, ainda se pode afirmar um bom acolhimento da nova alternativa de ensino, onde a natureza lúdica torna o processo de ensino- aprendizagem mais dinâmico e prazeroso, sendo interessante aplicar esta atividade em outros cursos de graduação, em aulas introdutórias de laboratório.

Agradecimentos

A Universidade Federal do Pará (UFPA) e ao Laboratório de Física Aplicada à Farmácia (LAFFA).

Referências

ROBAINA, J. V. L. Química através do lúdico: brincando e aprendendo, Canoas: Ed. Ulbra, 2008.

KISHIMOTO, T. M.. Froebel e a concepção de jogo infantil. Rev. Fac. Educ, p. 145-167, 1996.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários para à prática educativa. 37ª ed.: Paz e Terra editora, 2008.