Autores
Conceição, D.T. (UFG) ; Benite, I.C. (IFG/UFG) ; Mesquita, N.A.S. (UFG) ; Benite, A.M.C. (UFG)
Resumo
Este trabalho foi concebido como uma Iniciação Científica Júnior (ICJ), realizada com estudante do Ensino Médio do Instituto Federal de Goiás – Campus Goiânia, desenvolvido no Laboratório de Pesquisas em Educação em Química (LPEQI - IQ) na Universidade Federal de Goiás (UFG), utilizando uma Intervenção Pedagógica (IP) na perspectiva de ensino de Ciências Antirracista. Para tal, propusemos uma técnica físico-químico de separação de mistura através de um aparato experimental de baixo custo e de fácil reprodutibilidade: cromatografia em papel. Como resultado, apresentamos uma alternativa capaz de operacionalizar a lei 10.639/03 no ensino de Ciências através da origem da cromatografia em papel, associada ao uso do papiro, superfície produzida pelos egípcios na Antiguidade usada para a escrita.
Palavras chaves
Ensino de Química; conhecimento africano; Lei 10.639/03
Introdução
A Química é um campo da ciência que versa sobre as propriedades das substâncias, as mudanças que elas sofrem e sobre as leis naturais que descrevem tais mudanças. Assim, é possível afirmar que a Química está presente em todos os processos que nos permitem estar vivos (GOLDNER MOREIRA et al., 2021). Porém, apesar da sua presença em nosso cotidiano, não raro o ensino de Química é visto como pouco interessante pelo/a estudante, sendo considerado muitas vezes como um “bicho de sete cabeças” (SANTOS et al., 2013). Isso porque, em grande medida, os currículos e as políticas educacionais têm dificuldade de reconhecer saberes distintos dos hegemônicos (GOMES, 2017). E promovem, não ocasionalmente, “um elenco de definições, conceitos, ideias e crenças justificadoras de uma estrutura que confere ao branco o privilégio da dominação e ao negro o ônus da subordinação” (NASCIMENTO, 2019 p. 150). Importa considerar a raça como instrumento de interdição do acesso a direitos socialmente estabelecidos no Brasil, visto que, as instituições, de acordo com Almeida, são a correia de transmissão de privilégios e violências racistas, o que permite práticas sociais corriqueiras, sob as quais o racismo, na forma de violência explícita ou de microagressões se espalhem pela sociedade criando raízes cada vez mais largas e profundas (ALMEIDA, 2019). De acordo com pensamento de Camargo e Benite, o racismo anti-negro se apresenta na sociedade como um fenômeno estrutural histórico que discrimina o segmento negro da população brasileira, sendo a base de tal fenômeno a categoria raça que, mesmo sem validade enquanto categoria biológica, é uma construção que ainda funciona no mundo social (CAMARGO e BENITE, 2019). Tal fato, justifica em grande medida, o apagamento proposital nos livros didáticos acerca do processo de evolução do ser humano e a distinta contribuição da civilização africana para tal desenvolvimento, visto que, de acordo com Lopes (2009), a África representa o único continente onde se encontram de modo contínuo, todos os estágios do desenvolvimento humano. Omitem ainda a constatação de que milênios antes que os europeus tentassem desumanizar os africanos e africanas através da invasão colonial e da escravidão, negras e negro africanos se reconheciam como negros/as e não se envergonhavam de sua identidade, muito pelo contrário, se orgulhavam dela (NASCIMENTO, 2019). Corroborando com esta linha de raciocínio Silva, em seus estudos, afirma que “o currículo da escola está baseado na cultura dominante: ele se expressa na linguagem dominante, ele é transmitido através do código cultural dominante” (SILVA, 1999, p. 35). Todavia, no Brasil, país onde a maioria dos brasileiros se autodeclaram negros/as, cerca de 56,1%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O que encontramos na Rede de Ensino, mesmo após 20 anos da promulgação da Lei 10.639/2003, que versa sobre a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-brasileira” nas disciplinas que compõe as grades curriculares, é uma grande maioria de alunos/as não representados ou contemplados em sala de aula. Outro fator que impacta diretamente o ensino de Ciências/Química, segundo Goldner Moreira et al. (2020), diz respeito ao trabalho experimental que ora não é orientado de maneira adequada para alcançar uma maior compreensão sobre a Química, ora se depara com a notória e considerável falta de estrutura física de grande parte das escolas brasileiras, o que influencia diretamente nas aulas experimentais do ensino básico. Neste sentido, os métodos de separação, são considerados uma ótima opção para aplicação de um trabalho experimental, visto que, são um capítulo importante no campo das Ciências, uma vez que, muitas vezes, é necessário isolar substâncias provenientes de um mesmo meio reacional para sua purificação ou separar interferentes para sua adequada identificação (OKUMURA et al., 2002). Ademais, os métodos de separação possuem diferentes técnicas, dentre elas é possível citar as técnicas cromatográficas, que constituem um conjunto de procedimentos que vão desde simples técnicas de bancada até sofisticadas metodologias instrumentais. No tocante das várias técnicas cromatográficas, aquela que se destaca com maior potencialidade didática em cursos básicos de química é a cromatografia em papel, devido à sua simplicidade, facilidade de execução e possibilidade de uso de amostras coloridas, em pequenas quantidades (OKUMURA et al., 2002). Diante do exposto, o que pretendemos com este trabalho é apresentar caminhos possíveis para contribuir com a promoção da equidade racial e democratização do conhecimento científico no ensino de Química através de uma Intervenção Pedagógica (IP) que contou com a presença de uma professora em formação (PF) e de um aluno da Iniciação Científica Júnior (ICJ). Para tal, foi realizada uma aula experimental de Química, no qual foi utilizada a técnica de cromatografia em papel, em consonância com o cumprimento da Lei 10.639/2003.
Material e métodos
Neste artigo, será descrita e analisada a Intervenção Pedagógica (IP) intitulada “Estudos sobre: separação de mistura, cromatografia em papel e papiro. Afinal, o que tem haver a África com isso?” em que os turnos dos discursos foram gerados a partir de gravações de áudio e vídeo. A Intervenção Pedagógica realizada pela professora formadora (PF), no Laboratório de Química localizado no Núcleo de Pesquisa em Ensino de Ciências (NUPEC) em parceria com o Laboratório de Pesquisas em Educação Química e Inclusão (LPEQI), ambos na Universidade Federal de Goiás (UFG), consta como parte das atividades relacionadas a orientação desenvolvida junto ao aluno de Iniciação Científica Júnior (ICJ) do Instituto Federal de Goiás – Câmpus Goiânia (IFG). Foram realizadas duas aulas, totalizando 180 minutos de duração, com participação volitiva. Cabe ressaltar que o corpus de análise desta pesquisa é formado pela gravação em áudio e vídeo da Intervenção Pedagógica e analisados a luz da análise de conversação em que, de acordo com Marcuschi (2007), são os próprios interlocutores que fornecem ao analista às evidências das atividades por eles desenvolvidas. Salientamos que todo material coletado foi obtido mediante o consentimento livre, fazendo uso do nosso compromisso ético. Essa pesquisa é caracterizada como uma pesquisa participante (PP), por meio da qual o ator da pesquisa é convocado a analisar a sua própria história e onde a experiência educativa é perceptivelmente acentuada (DEMO, 2004). Corroboramos com o pensamento Le Boterf de que “não existe um modelo único de “pesquisa participante”, pois trata-se, na verdade, de adaptar em cada caso o processo às condições particulares de cada situação concreta” (LE BOTERF, 1999, p. 52). Desta maneira, o modelo de pesquisa proposto nesse trabalho comporta quatro etapas, a saber: Etapa 1: consiste na montagem institucional e metodológica da pesquisa, ou seja, planejamento das atividades desenvolvidas no ensino em química com a abordagem em caráter interdisciplinar, baseando-se em aspectos da Lei 10.639/2003. Revisão bibliográfica sobre os temas em questão. Etapa 2: essa etapa comporta a ação pedagógica em sala de aula/laboratório. Para isso, trabalhamos com aulas expositivas e dialogadas com leitura prévia do texto a ser disponibilizado ao estudante; estudo a partir de roteiro de leitura; discussão acerca do tema específico visando a socialização do conhecimento; acompanhamento da aula experimental; acompanhamento e discussão em sala para avaliação do conteúdo. Etapa 3: está relacionada a análise da dinâmica discursiva do processo de ensino-aprendizagem através dos obtidos a partir de gravações de áudio e vídeo e analisados, a partir do referencial teórico de análise de conversação (MARCUSCHI,2007). Etapa 4: consiste na reflexão teórica da ação – análise teórica das transcrições, conjunta com o professor formador (orientador). A Intervenção Pedagógica, aqui mencionada, seguiu o plano de aula apresentado no tópico a seguir.
Resultado e discussão
A IP foi desenvolvida em duas aulas, nos dias 22 de maio e 01 de junho de 2023.
Apresentaremos, a seguir, 1 discurso escrito na forma de questionário respondido
pelo aluno de ICJ após explicação do conteúdo aplicado na primeira aula e, em
seguida, a análise da conversação, correspondente a segunda aula.
Quadro 1 – Questionário
1) O que você entendeu por cromatografia em papel, já ouviu falar sobre essa
técnica antes?
2) Quais transformações você pôde observar na tira de papel filtro?
3) Você identificou algum pigmento na tira de papel filtro, se sim, quais?
4) Quais plantas foram utilizadas no experimento?
5) Ao observar a fita de papel, foi possível identificar a presença da
clorofila, da xantofila e da antocianina, se sim, discorra sobre.
6) Você gostou de fazer o experimento? Relate suas percepções.
Quadro 2 – Respostas - Questionário
1) Cromatografia é um experimento para descobrir qual a substância que pertence
a tal espécie da planta de acordo com seus pigmentos. Apenas uma vez.
2) As cores que estavam na planta passaram bem definidas para a fita do papel,
pelo método de arrastamento.
3) O pigmento roxo. O pigmento amarelo. E dois pigmentos verde um mais claro e
outro mais escuro.
4) Foram utilizadas hortelã da Bahia, boldo, arnica e terramicina.
5) Todas as quatro espécies possuem pigmentos verde e amarelo. Porém, apenas a
terramicina possui o pigmento roxo. Verde é a presença de clorofila, o amarelo é
a presença de xantofila e o roxo é a presença de antocianina.
6) Gostei bastante, por ter a dificuldade baixa se pode fazer a todo momento. É
um ótimo experimento para a sala de aula e não custa muito.
Nosso resultado (resposta a segunda questão) parece demonstrar que o estudante
tenha compreendido o conceito do processo de cromatografia tal como um processo
de separação, visto que, as cores que estavam na planta (fase móvel) passaram
bem definidas para a fita do papel (fase estacionária), ao serem arrastadas pelo
solvente. Durante a migração da fase móvel através da fase estacionária, os
componentes se distribuem seletivamente entre essas fases, resultando em
migrações diferenciais (COLLINS, BRAGA e BONATO, 2010).
Já na questão 6 a resposta do aluno parece corroborar com a fala de Peres ao
afirmar que “a cromatografia em papel (CP) é uma das técnicas mais simples e que
requer menos instrumentos para sua realização” (COLLINS, 2006, p. 227).
A cromatografia, assim como vários métodos de separação tem origem na
antiguidade. Denominada como “cromatografia em papiro” este método foi descrito
por Plínio o Velho em 50 anos D.C (COLLINS, 2006).
Compreendendo a origem da cromatografia, foi possível, por intermédio do papiro,
implementar a lei 10.639/03 no ensino de Química, através do estudo da História
da África e dos Africanos.
Assim, passamos à análise da conversação da IP. Participaram desta Intervenção
Pedagógica a professora em formação (P1) e o aluno de iniciação científica
júnior (A1).
Extrato 1 – Estudo sobre o papiro
Turno 1 - P1: Como havíamos falado na aula passada, pesquisas demonstram que a
cromatografia tem sua origem na antiguidade e foi comprovada através do uso do
papiro. Hoje nós vamos corrigir a atividade que você realizou em casa e discutir
um pouco mais sobre o papiro e a sua relevância. Como foi pesquisar sobre o
papiro, você encontrou referências com facilidade?
Turno 2 - A1: No google acadêmico não apareceu informações sobre o papiro,
apareceu mais estudos que foram desenvolvidos a partir das informações
encontradas no papiro, entende?
Turno 3 - P1: É isso mesmo, você pesquisou direitinho, eu esperava essa
resposta.
Turno 4 - A1: Que eu não achasse?
Turno 5 - P1: Não. Eu queria que você me dissesse isso, que você pesquisou e não
achou, porque lá foi uma das fontes que eu averiguei e não encontrei nada. Isso
significa que você realmente pesquisou.
Turno 6 - A1: Ah sim, é porque lá não tem né?
Turno 7- P1: Isso!
Turno 8 - P1: E você chegou a pesquisar em outros sites?
Turno 9 - A1: Sim.
Turno 10 - P1: Você entrou no site da Capes?
Turno 11 - A1: Não, eu entrei nos sites do IF e da UFMG.
Turno 12 - P1: Ok. Vamos as perguntas. Questão 1: “Qual é a origem da espécie
vegetal conhecida como papiro, qual é o seu nome científico?” Quando a gente
pergunta qual é a origem da espécie vegetal, a gente tá querendo saber o que?
Turno 13 - A1: De onde ela vem?
Turno 14 - P1: É. Quando a gente faz essa pergunta, a gente quer saber o centro
de origem dessa espécie, em qual região o ancestral silvestre de uma espécie se
distribui de forma nativa. Ou seja, se ela é encontrada de forma nativa na
China, no Egito.
Turno 15 - A1: Ele é encontrado no Egito. O papiro era utilizado como papel,
como corda, entre outras coisas, porque ele era muito abundante no Egito Antigo.
Turno 16 - P1: Isso, maravilha. Questão 2: “Qual foi a importância da espécie
vegetal conhecida como papiro no cotidiano do Egito Antigo? E como ele era
utilizado?”
Turno 17 - A1: Por ser muito abundante no território do Egito Antigo, utilizavam
o papiro tanto para a confecção de cordas, como para construção de barcos e
suporte para a escrita.
Turno 18 - P1: Muito bom. Questão 3: “Quais são os benefícios da planta papiro
para a saúde?”
Turno 19 - A1: O papiro tem propriedades analgésicas, anti-inflamatórias,
digestivas e vulnerária. Eu não entendi o que significa vulnerária.
Turno 20 - P1: Vulnerária é quando a planta tem capacidade de curar e cicatrizar
feridas.
Turno 21 - A1: Ah tá.
Turno 22 - P1: Questão 4: “Como eram feitos os papiros no Egito Antigo? Existia
transformação da matéria neste processo, por quê?”
Turno 23 - A1: Ele era confeccionado a partir do caule da planta papiro, cortado
em tiras finas. Depois, as tiras eram molhadas, sobrepostas e cruzadas para, por
fim, serem prensadas. Prontas, as folhas eram colocadas uma ao lado da outra,
formando uma longa fita. Dessa forma, eram enroladas e armazenadas.
Turno 24 - P1: Ok. Exista transformação da matéria nesse processo? Por quê?
Turno 25 - A1: Não sei.
Turno 26 - P1: O que que é matéria?
Turno 27 - A1: É o papiro, não?
Turno 28 - P1: Isso. Matéria é tudo que tem massa e ocupa um lugar no espaço.
Então eu sou matéria, você é matéria, essa mesa é matéria. Quando a gente fala
de transformação da matéria significa que houve outros arranjos moleculares
resultando em propriedades diferentes.
Turno 29 - A1: Então teve!
Turno 30 - P1: Questão 5: “Quais tipos de registros eram encontrados nos papiros
do Egito Antigo e qual foi a importância destes documentos para a humanidade?”
Turno 31 - A1: Foram encontrados relatos do cotidiano do Antigo Egito, receitas
de remédios, artes e muitos outros registros.
Turno 32 - P1: E qual é a importância destes documentos para a humanidade?
Turno 33 - A1: Acho que foi um pontapé inicial para tudo que a gente tem hoje.
Influenciou o mundo que vivemos.
Turno 34 - P1: Sim. Quando a gente fala que influenciou o mundo que vivemos
hoje, a gente pode associar essa influencia a quais questões?
Turno 35 - A1: Na tecnologia, na medicina. Acho que influenciou em vários
pontos.
Diante do exposto, nossos resultados nos turnos 2 e 5 demonstram as poucas
referências bibliográficas relacionadas ao tema, o que dificulta pesquisas sobre
a temática.
Nos turnos 15, 17 e 19 o estudante aponta que, além de ser abundante, o papiro
também se apresentava como uma espécie vegetal versátil servindo como corda,
suporte para escrita e na construção de barcos. Demonstrando, desta maneira, que
“nenhuma outra planta ocupou espaço tão importante no desenvolvimento do Egito
quanto o papiro” (BADARÓ, 2018, p. 94).
Os resultados dos turnos 33 e 35 parecem apontar para uma maior compreensão do
aluno sobre a relevância do papiro na escrita. Ao indicar “um ponta pé inicial
para tudo”, o aluno reconhece no papiro um material para a catalogação e
registro de informações escritas relacionadas com a cura, além de registros
feitos em outros segmentos, como na área da construção civil, conforme citado
pelo aluno (BADARÓ, 2018).
Fonte: Acervo da autora, 2023.
Fonte: Acervo da autora, 2023.\r\n\r\n
Conclusões
Nossos resultados demonstraram que o planejamento e o desenvolvimento da Intervenção Pedagógica (IP) denominada “Estudos sobre: separação de mistura, cromatografia em papel e papiro. Afinal, o que tem haver a África com isso?”, na contramão de uma Ciência não universal, isto é, branca, masculina, de laboratório e europeia, se mostrara como uma alternativa para resgatarmos e inserirmos o conhecimento africano no ensino de Ciência/Química. Para isso, apresentamos os/as negros/as como agentes na formação científica e tecnológica da sociedade. Contribuindo, desta maneira, para a quebra do estigma da população negra e/ou da cultura e da filosofia Africana, relegando esta parcela da população a lugares periféricos, subalternizados e estereotipados, compostos por personagens assimilados a escravidão, a marginalidade, a animalização etc. Ressaltamos que a Intervenção Pedagógica (IP) que aqui explorou a temática étnico-racial no ensino de Ciências/Química tive relação direta com atividades curriculares do ensino de Ciência/Química o que comprova que é plenamente possível implementar a lei 10.639/2003 por meio da experimentação do ensino de Ciência/Química de baixo custo, valorizando o legado tecnológico e científico africano por intermédio do deslocamento epistêmico no currículo de Ciência/Química. Ademais, foi possível relatar, que o aluno de Iniciação Científica Júnior, gostou bastante do experimento que segundo ele, é de baixa dificuldade. Por fim, reforçamos que as articulações entre passado, presente e futuro sobre as construções, experiências e produções do povo negro são uma alternativa para apresentar uma Ciência/Química mais plural e condizente com a realidade. Porém, ressaltamos que para alcançar de fato tal realidade se faz necessário que a Rede de Ensino passe a questionar os silenciamentos e as omissões presentes nos currículos e que a comunidade escolar esteja verdadeiramente comprometida e engajada na luta por uma educação e por uma ciência antirracista.
Agradecimentos
Referências
ALMEIDA, S. L. de. Racismo estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.
BADARÓ, W. O. A cura em Kemet entre 1700 e 1500 a. C.: anotações, caracterização e conteúdo do papiro de Edwin Smith. Revista Eletrônica Discente História. com, v. 5, n. 9, p. 89-107, 2018.
CAMARGO, M. J. R; BENITE, A. M. C. Educação para as relações étnico-raciais na formação de professores de química: sobre a lei 10.639/2003 no ensino superior. Química Nova, v.42, p.691-701, 2019.
COLLINS, C. H.; BRAGA, G. L.; BONATO, P. S. (Orgs.). Fundamentos de Cromatografia. Campinas: Editora da Unicamp, 2010.
COLLINS, C. H. 2006: Cem anos das palavras cromatografia e cromatograma. Química Nova, v. 29, p. 889-890, 2006.
DEMO, P. Pesquisa participante: saber pensar e intervi juntos. Braília: Liber Livro Editora, 2004.
GOMES, N. L. O Movimento Negro educador: saberes construídos nas lutas por emancipação. Petrópolis: Vozes, 2017.
GOLDNER MOREIRA, S et al. Elaboração de roteiros experimentais para processos de separação de misturas. Revista Ifes Ciência, [S. l.], v. 7, n. 1, p. 01-17, 2021. DOI: 10.36524/ric.v7i1.944. Disponível em: https://ojs.ifes.edu.br/index.php/ric/article/view/944. Acesso em: 23 jun. 2023.
LE BOTERF, G. Pesquisa participante: Propostas e reflexões metodológicas. In: BRANDÃO, C. R. (Org.). Repensando a pesquisa participante. São Paulo: Brasiliense, 1999.
LOPES, N. História e cultura africana e afro-brasileira. São Paulo: Barsa Planeta, 2009.
MARCUSCHI, L. A. Análise da Conversação. São Paulo: Ática, 2007.
NASCIMENTO, Abdias. O quilombismo: documentos de uma militância pan-africanista. São Paulo: Editora Perspectiva; Rio de Janeiro: Ipeafro, 2019.
OKUMURA, F. et al. Identificação de pigmentos naturais de espécies vegetais utilizando-se cromatografia em papel. Química Nova, v. 25, p. 680-683, 2002.
SANTOS, A. O. et al. Dificuldades e motivações de aprendizagem em Química de alunos do ensino médio investigadas em ações do (PIBID/UFS/Química). Scientia plena, v. 9, n. 7 (b), 2013.
SILVA, T. T. da. Diferença e Identidade: o currículo multiculturalista. In: Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica. 1999.