Autores

Rodrigues Santos, I. (UEEC) ; Souza da Silva, L. (UECE) ; Alcina de Oliveira Nobre, V. (UECE) ; Cavalcante David Moreira, A.B. (UECE) ; Livramento Linhares Rodrigues M, M. (UECE) ; Rocha de Sousa Feitosa, C. (UECE) ; Mouta Paiva, G. (UECE)

Resumo

A educação é um direito de todos, sendo elas pessoas com deficiências ou não. Durante muito tempo a comunidade surda foi negligenciada e excluída da sociedade e tiveram seus direitos desrespeitados. Ao longo dos anos, a comunidade surda foi lutando para conseguir seu espaço na sociedade e terem seus direitos respeitados, a promulgação da lei 10.436/2002 que reconhece a LIBRAS como língua da comunidade surda brasileira foi um grande avanço para a educação. Este trabalho tem como objetivo apresentar uma metodologia para a inclusão dos alunos surdos nas atividades escolares, adaptando um conteúdo da disciplina de Química Orgânica do ensino superior para uma metodologia baseada em jogos, através de cartas, que tem como intuito fixar o conteúdo apresentado pelos professores em sala de aula.

Palavras chaves

Jogos; Química Orgânica; Surdos

Introdução

A Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS, é a língua utilizada pela comunidade surda no Brasil. A Libras é reconhecida como língua de sinais da comunidade brasileira pela lei 10.436/2002, isso é considerado um avanço para a educação de alunos surdos (BRASIL. Decreto Nº 5.626). No ambiente escolar é de grande importância que se haja a inclusão de todos os alunos, tanto os ouvintes quanto os surdos no que diz respeito às atividades realizadas. Quando se fala de educação para alunos surdos é perceptível o despreparo das escolas e o preconceito linguístico da língua brasileira de sinais. Novas metodologias são necessárias para que todos os alunos consigam acompanhar as aulas ministradas (BUENO GONÇALVES; SOARES; FESTA, 2013) Para a elaboração do trabalho foi utilizado a metodologia Aprendizagem Baseada em Jogos (ABJ) também conhecida como Game-Based Learning (GBL), que estimula os alunos a aprenderem enquanto brincam(KIANE, RAYSE, 2019). A ABJ surge para que os alunos coloquem em prática os conhecimentos que foram adquiridos durante as aulas para a resolução de um determinado problema. Os alunos possuem um papel ativo na resolução de obstáculos e os professores são facilitadores no processo de construção do conhecimento (COUTINHO, 2019). O presente trabalho tem como objetivo apresentar de forma lúdica o conteúdo de química orgânica através de um jogo de 3 etapas, em que é feita uma avaliação somativa da matéria de Reações de Substituição Radicalar, através de uma metodologia ativa Aprendizagem Baseada em Jogos (ABJ). O jogo tem como objetivo principal exercitar e fixar os conteúdos para aula ministrada, utilizando jogos como uma forma dinâmica de visualizar se o conteúdo apresentado em sala de aula foi absorvido por todos os alunos ouvintes e não ouvintes.

Material e métodos

MATERIAIS Para produzir as cartas foi necessário: · Papel · Cola · Tesoura . Impressora METODOLOGIA O design das cartas foi feito pelo site https://www.canva.com/ e depois impresso em folha A4. As cartas foram cortadas e cada uma foi colada com sua parte de trás correspondente. Funcionamento do jogo O assunto escolhido para ser abordado no jogo é o Mecanismo de substituição radicalar, que para sua execução passa por 3 etapas (iniciação, propagação e terminação), para elaboração desse material foi feito uma junção de dois jogos conhecidos popularmente, o Jogo da memória e o Quebra cabeça. Sendo o jogo completo dividido em 3 etapas, a 1ª e 2ª etapa são jogados como um jogo da memória e 3ª etapa uma espécie de quebra cabeça. As reações que serão utilizadas neste jogo são: Monobromação do Metano e Monocloração do Etano. Regras do jogo: Parte I (Jogo da memória): A primeira etapa corresponde à Iniciação. Nessa fase, as cartas são dispostas viradas para baixo. O jogador, no qual encontra a carta que representa a quebra homolítica do halogênio de umas das reações, avança para próxima etapa. A segunda etapa é a Propagação. Nessa fase, as cartas continuam viradas para baixo, mas agora o jogador deve encontrar a carta que representa a formação de um haleto de alquila, equivalente ao halogênio removido na etapa anterior. Ao encontrar essa carta, o jogador prossegue para a próxima etapa do jogo. Parte II (Quebra cabeça): A terceira etapa corresponde à Terminação. Nessa etapa, todas as cartas ficam viradas para cima, e o jogador deve unir corretamente os radicais presentes nas cartas, apenas conectando uma carta na outra.O objetivo é formar os produtos secundários da reação. O jogador que chegar a essa primeira etapa primeiro e montar corretamente todo o mecanismo é o vencedor

Resultado e discussão

O jogo foi apresentado na aula de química orgânica II. Foi mostrado como funcionava cada etapa e como eles deveriam avançar pela mesma. Pelo fato da disciplina não possuir nenhum aluno surdo só tivemos o feedback de alunos ouvintes. Os alunos compreenderam como funcionava cada etapa e o jogo fluiu de maneira positiva. No entanto, o jogo será validado, posteriormente, utilizando-o para alunos surdos.

Conclusões

Por meio do jogo desenvolvido é esperado que os alunos tenham uma melhor compreensão do conteúdo de Mecanismo de substituição radicalar e que consigam realizar as etapas que envolvem esse tipo de reação. O jogo também é uma forma dinâmica e divertida que fará com que os alunos saiam de suas rotinas típicas da sala de aula e vejam o conteúdo de uma nova maneira.

Agradecimentos

UECE e a professora Karisia Barros.

Referências

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BRASIL. Decreto Nº 5.626. Regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras, e o art. 18 da Lei nº 10.098 de 19 de dezembro de 2000. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10436.htm. Acesso em: 09 maio 2023.

BUENO GONÇALVES, H.; SOARES, P.; FESTA, V. METODOLOGIA DO PROFESSOR NO ENSINO DE ALUNOS SURDOS. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://www.opet.com.br/faculdade/revista-pedagogia/pdf/n6/ARTIGO-PRISCILA.pdf>. Acesso em: 04 de junho 2023.

COSTA, S. M. O.; MENEZES, J. E. S. A. Química orgânica. 2" ed. Fortaleza: EdUECE, 2018, v. 2,p. , 01 de agosto de 2018.

COUTINHO, LUÍS F, AND LENCASTRE, JOSÉ ALBERTO. “Revisão Sistemática Sobre Aprendizagem Baseada Em Jogos E Gamificação.” Handle.net, 2019,hdl.handle.net/1822/61199, https://doi.org/978-989-97374-8-8. Último acesso dia 03/07/2023.
DE CARVALHO, Carlos Vaz. Aprendizagem baseada em jogos-Game-based learning. In: II World Congress on Systems Engineering and Information Technology. 2015. p. 176-181.

KIANE, RAYSE. “APRENDIZAGEM BASEADA EM JOGOS OU GAMIFICAÇÃO? ENTENDA A DIFERENÇA.” VIA - Estação Conhecimento, Aprendizagem baseada em jogos ou gamificação? Entenda a diferença., 7 Sept. 2019,via.ufsc.br/aprendizagem-baseada-em-jogos-ou-gamificacao-entenda-a-diferenca/.prendizagem-baseada-em-jogos-ou-gamificacao-entenda-a-diferenca/. Último acesso dia 03/07/2023.