Autores

Cavalcante Celestino, L.J. (UECE) ; Duarte Alexandrino Tavares, C. (UECE - EAD) ; Rocha Chaves, V. (UECE) ; Lins Nascimento, N.V. (UECE) ; Soares Costa Oliveira, M. (UECE)

Resumo

A criação de recurso pedagógico adequado para atender à diversidade de estilos de aprendizagem e promover a participação ativa e engajada dos alunos surdos é muito necessário. Nesse sentido, a elaboração de um jogo adaptado se torna uma estratégia atrativa e interativa, utilizando dados coloridos e símbolos em Libras para representar cátions e ânions. O jogo é composto por 2 dados de 20 lados adaptado para aluno surdo, sendo um contendo ânions e outro contendo cátions, uma tabela e a ficha do aluno. A aplicação do jogo deverá ser realizada em dois momentos: (a) uma aula introdutória sobre conteúdo de ligações iônicas na sala, após ministração do conteúdo para os alunos do ensino médio. Posteriormente, nos alunos foram divididos em grupos de 4 alunos;(b)execução do jogo dentro de sala de aula.

Palavras chaves

Recurso pedagogico; Inclusão; Jogo interativo

Introdução

A criação de materiais pedagógicos inclusivos para alunos surdos visa promover sua participação ativa e engajada na sala de aula. Segundo Mazzota (1996), a implementação da inclusão busca manter todos os tipos de aluno na classe regular, possibilitando resultados satisfatórios tanto na vida acadêmica como social. A metodologia baseada em problemas é utilizada para incentivar novos métodos de ensino e capacitação dos educadores. Conforme Baker (1995), é importante relacionar essa ferramenta com os conteúdos discutidos em sala, visando o crescimento intelectual e inclusivo dos alunos com deficiência auditiva. O material pedagógico foca na química no ensino médio, estimulando a aprendizagem dos alunos surdos e promovendo sua inclusão adequada. Busca-se também o protagonismo, autonomia e interatividade dos alunos, oferecendo uma alternativa ao modelo tradicional de ensino. Acredita-se que isso permitirá maior assimilação de conteúdo, retenção de informações e uma experiência de aprendizado satisfatória. Os benefícios da inclusão, como maior acesso ao currículo e interação social, são reconhecidos (SERPA et al., 2021). No entanto, é necessário realizar adaptações físicas e pedagógicas nas escolas, além de reformular infraestrutura e currículos, para proporcionar um ensino inclusivo para todos os educandos. Segundo Piaget (1971), o jogo é um instrumento que contribui para o desenvolvimento intelectual. O jogo adaptado proposto busca contribuir para a inclusão escolar, social e psicológica de alunos com deficiência. O professor deve relacionar os jogos didáticos aos conteúdos discutidos em sala, visando o crescimento intelectual e inclusivo dos alunos com deficiência auditiva.

Material e métodos

A metodologia em sala de aula seguirá três etapas. Inicialmente, ocorrerá uma aula introdutória sobre "Ligação iônica" com slides explicativos, enfatizando os cátions e ânions. Em seguida, será aplicado um jogo adaptado para inclusão de alunos surdos. O jogo consiste em dois dados de papel de 20 lados, criados no aplicativo "Paint" com cores diferentes em cada face para melhor visualização por alunos surdos e ouvintes. Um dado representa os cátions e o outro os ânions, com compostos químicos e símbolos em Libras para interpretação em conjunto com o professor. Após a confecção dos dados, uma tabela (0,80×1,2m) de cátions e ânions e uma ficha do aluno contendo regras e espaços para resultados serão disponibilizadas. A regra do jogo é a seguinte: alunos serão organizados em grupos de 4, cada aluno terá a chance de lançar os dados, montar suas equações e anotar os resultados na ficha com a equipe. Não será permitida a troca de equações entre grupos. Cada grupo montará 4 equações iônicas simples com elementos reativos, sendo o professor responsável por determinar se a reação é possível. Em caso de erro, o aluno jogará novamente o dado. Essa abordagem visa engajar os alunos, estimulando a interação, compreensão e aplicação dos conceitos de ligação iônica. Um exemplo seria a formação do cloreto de sódio (NaCl), onde o Na+1 (cátion) doa um elétron ao Cl-1 (ânion) que o recebe. A equipe que concluir mais rapidamente ganhará um bônus, a critério do professor.

Resultado e discussão

Espera-se que a aplicação dessa metodologia pedagógica traga resultados significativos no processo de inclusão de alunos surdos na sala de aula. Os principais objetivos são estimular o interesse dos alunos pela química, proporcionar uma abordagem mais dinâmica e divertida em sala de aula e promover o trabalho em grupo e a comunicação, utilizando tanto os conceitos da química quanto a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Os resultados esperados incluem uma maior efetividade na educação dos alunos surdos, uma vez que eles terão a oportunidade de se envolver ativamente nas atividades, bem como um aumento do interesse e da participação dos alunos no estudo da química. Além disso, espera- se que essa metodologia seja uma alternativa valiosa ao modelo de ensino tradicional, proporcionando um ambiente mais inclusivo e facilitando a interação entre todos os alunos. Silva (2010) em seus estudos expõe sobre a ação de inclusão na escola, o qual se faz necessário discutirmos tal assunto no âmbito educacional. Desta forma, o professor deverá ser mais atento, em proporcionar as condições necessárias para que o processo de inclusão de alunos com deficiência ocorra. É necessário que as escolas e os professores estejam preparados para utilizar essa metodologia de ensino, garantindo assim a inclusão e o aprendizado significativo de todos os alunos, independentemente de suas necessidades especiais. A educação inclusiva é um processo contínuo e deve ser sempre aprimorada para atender às necessidades de todos os alunos, garantindo-lhes acesso à educação e a oportunidade de desenvolvimento pleno.

Figura 1

Icoságono de cátions e aníons

Figura 2



Conclusões

A implementação de uma metodologia inclusiva na sala de aula para alunos surdos traz benefícios notáveis. Ao adotar abordagens dinâmicas, recursos visuais e trabalho em grupo, é possível estimular o interesse, melhorar a compreensão da química e promover uma aprendizagem inclusiva. Além disso, essa abordagem desenvolve habilidades sociais e emocionais, favorecendo a interação entre os alunos. O sucesso depende do comprometimento dos educadores, dos recursos disponíveis e do apoio contínuo à inclusão. Com dedicação e investimento adequado, é possível criar um ambiente educacional acessível.

Agradecimentos

Ao Programa de Bolsas da UECE, Universidade estadual do Ceará.

Referências

BAKER, E.T.; WANG, M.C.; WALBER, H.J. The effects of inclusion on learning. Synth. Res. 1995, 52, 33–35.

BRASIL, LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015. Dispõe sobre a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm. Acesso:03 de julho de 2023.

PIAGET, J. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1971.
SERPA, L. G., Machado, C. J., NASCIMENTO, G. A. do. & Almeida, A. R. (2021).
SILVA, A. M. DA. Educação Especial e inclusão escolar: história e fundamentos. Curitiba: Ibpex, 2010.

VILELA, E. B. & BENITE, A. M. C. (2010). A Educação inclusiva na percepção dos professores de química. Ciência & Educação, 16 (3), 585-594.