Autores
Pinheiro Almeida dos Santos, T. (UFPA) ; Soares Lasmar, M.C. (UFPA) ; Ferreira Bezerra, F. (UFPA) ; Pantoja Gomes, C.D. (UFPA) ; Siqueira Pantoja, S. (UFPA) ; Melo de Oliveira, A. (SEDUCPA) ; Carvalho de Souza, E. (UFRA) ; dos Santos Silva, A. (UFPA)
Resumo
O jogo é considerado uma importante estratégia de ensino. Nesse trabalho foi desenvolvido um jogo didático sobre os fundamentos da tabela periódica, com o objetivo de proporcionar a compreensão dos conteúdos de química e fomentar a prática pedagógica. Para isso, fabricou-se uma roleta de baixo custo juntamente com perguntas distribuídas em níveis distintos de dificuldade, que envolveu a participação de 39 alunos. Depois da atividade os discentes responderam uma ficha de avaliação referente à metodologia. A maioria dos discentes classificou o jogo como uma ótima ferramenta de estímulo ao conhecimento e atribuiu notas entre 8 e 10. Dessa forma, verificou-se que a atividade é um excelente recurso para facilitar a absorção de conceitos complexos, principalmente os relacionados a química.
Palavras chaves
Aprendizagem ; Recursos didáticos; Ensino de Química
Introdução
O ensino da química no Brasil enfrenta desafios devido a metodologia difundida em que o aluno é somente ouvinte em aulas ministradas de forma teórica sem participar ativamente (SANTOS et al., 2015). Desse modo, a aplicação de jogos é um mecanismo que viabiliza a aprendizagem e colabora com o desenvolvimento das capacidades intelectuais, emocionais e sociais dos estudantes ao propiciar um ambiente no qual o discente é desafiado diante das dificuldades impostas pelas atividades lúdicas. Essa abordagem promove a aprendizagem e favorece o entendimento acerca de um determinado conteúdo de modo dinâmico e inovador (DE SANTANA, 2016). A importância da combinação da função lúdica com aspecto educacional permite ao aluno aprender e adquirir conhecimentos de modo prazeroso, desde que haja a manutenção do equilíbrio entre ambas as características (SOARES, 2016). Nesse contexto, o objetivo desse trabalho foi demonstrar como o uso de metodologias alternativas de ensino da tabela periódica a partir de jogos diminuem à rejeição ao estudo da área e potencializam o interesse do aluno em compreender conceitos químicos.
Material e métodos
Uma roleta (Figura 1) foi elaborada com materiais simples (isopor, canetas hidrocor, papel cartão colorido), além de um conjunto de cem cartas com perguntas. O isopor foi cortado em formato circular e dividido em 32 partes com cores diferentes, sendo que cada cor se referia a um dos 4 subconjuntos de cartas que apresentavam perguntas de grau de dificuldade distintos. A atividade foi aplicada com 3 subturmas da disciplina Bases de Física e Química Aplicada à Farmácia, totalizando 39 alunos do 2° semestre do curso de Farmácia. Para o jogo, os alunos foram divididos em grupos de 4 a 5 componentes. Primeiramente foi sorteado a ordem de jogadores, e, então o primeiro jogador rodou a roleta. Se a roleta parasse em uma pergunta, ele deveria retirar uma carta com a cor da faixa indicada na roleta, e, se respondesse certo obtinha 50 pontos, se errasse, passava a vez, sem marcar pontos. Ao cair em uma faixa especial (passa a vez, perde tudo, 10, 50 e 100 pontos), acontecia o previsto nela. O jogo durou aproximadamente 1 hora, sendo considerado “vencedor” quem tivesse obtido mais pontos. No final do jogo, cada aluno foi convidado a responder um questionário (Figura 2) de avaliação da atividade desenvolvida, sendo suas respostas tabuladas no programa Excel 2010.
Resultado e discussão
Ao responderem a 1ª pergunta, dos 39 discentes, 53,85 % deram nota 10 para a
metodologia e 82,05% dos discentes atribuíram notas maiores que 7. De maneira
semelhante, Do Amaral, Mendes e Porto (2018), ao aplicarem uma roleta para o
ensino de química, verificaram que 97 % dos participantes gostaram do jogo.
Considerando a segunda questão, os alunos quando perguntados se gostariam de ter
mais atividades como está ao longo da disciplina, 94,87 % disseram que “sim”. A
terceira questão levantada foi “Você acha que aprendeu mais sobre o tema
estudado?”, e nesse caso 89,74 % responderam que “sim”, consoante ao resultado
da experiência feita por Monteiro Junior et al. (2019), na qual ao realizar um
jogo lúdico, atestaram que 97 % dos alunos aprovaram o uso de atividades como
essa. Por fim também se pediu a opinião sobre a roleta e se os alunos possuíam
alguma sugestão para novas atividades. A maioria escreveu que a aplicação da
roleta ajudou bastante no aprendizado e memorização por estimular o conhecimento
sobre o assunto, embora alguns indicaram a necessidade do aperfeiçoamento do
método por meio da elaboração de mais perguntas e desafios, assim como o projeto
de Zanon, Da Silva e De Oliveira (2008) que responderam como o jogo possibilitou
a ampliação do entendimento sobre a química. As sugestões variaram entre melhor
organizar as regras do jogo como também, alguns recomendaram outras atividades,
entre elas um dominó químico.

Fotografia da roleta preparada.

Questionário aplicado para avaliação da atividade \r\nlúdica.
Conclusões
A aplicação de novas metodologias no ensino da química é muito importância. Com a crescente demanda por novas práticas de ensino torna-se relevante aproximar o docente do aluno, aumentando o aprendizado de tal disciplina. Notou-se que o uso da roleta química proporcionou uma abordagem dinâmica e interativa, que desperta o interesse e engajamento dos estudantes. Ao incorporar elementos lúdicos como desafios, e competições, foi possível transformar a sala de aula em um ambiente estimulante, no qual os alunos se sentem motivados a explorar os conceitos químicos de forma prática e divertida.
Agradecimentos
Agradecemos a Universidade Federal do Pará (UFPA) e ao Laboratório de Física por todo o suporte e oportunidades proporcionados.
Referências
DE SANTANA, E. M. Autódromo Alquímico: o uso de jogos no ensino de química à luz da teoria de Vygotsky e análise de conteúdo. Revista Debates em Ensino de Química, v. 2, n. 2 ESP, p. 128-139, 2016.
DO AMARAL, A. M.; MENDES, A. N. F.; PORTO, P. S. S.. Jogo roletrando como metodologia alternativa no ensino de química. Experiências em Ensino de Ciências, v. 13, n. 1, p. 225-240, 2018.
MONTEIRO JUNIOR, J. O. et al. Metodologia alternativa para o ensino de química: aplicação do jogo lúdico bingo periódico. A Interlocução de Saberes na Formação Docente. 1ed.: Atena Editora, v. 1, p. 152-161, 2019.
SANTOS, J. C. O. et al. Análise e Utilização de Jogos Lúdicos Como Metodologia no Ensino de Química. Blucher Chemistry Proceedings, v. 3, n. 1, p. 8-15, 2015.
SOARES, M. H. F. B. Jogos e Atividades Lúdicas no Ensino de Química: uma discussão teórica necessária para novos avanços. Revista debates em Ensino de Química, v. 2, n. 2, p. 5-13, 2016.
ZANON, D. A. V.; DA SILVA, M. A. G.; DE OLIVEIRA, R. C.. Jogo didático Ludo Químico para o ensino de nomenclatura dos compostos orgânicos: projeto, produção, aplicação e avaliação. Ciências & Cognição, v. 13, n. 1, 2008.