Autores
Farias, J.S. (IFPB) ; Soares, E.M.C. (IFPB) ; da Silva, A.M.F.S. (IFPB) ; de Figueirêdo, A.M.T.A. (IFPB)
Resumo
A Química Forense é uma ciência que busca auxiliar na investigação e compreensão de determinadas situações que ocorrem por meio de análises e métodos. No entanto, esta temática não é tão abordada durante os cursos de graduação. Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi apresentar aos licenciandos em Química uma palestra sobre a Química Forense, oriunda de uma atividade de ensino denominada “Ciclo de Palestras”, a qual vislumbra temas variados, oferecida pelo Programa de Educação Tutorial – PET Química do Instituto Federal da Paraíba, Campus João Pessoa. A metodologia do trabalho foi qualitativa. Foram utilizados dois questionários de avaliação, sendo um de sondagem e outro final. Os resultados obtidos ratificaram a importância de abordar temáticas diversificadas no ensino de Química.
Palavras chaves
Análises ; Palestra ; Química Forense
Introdução
De acordo com Gesser e Ranghetti (2011), diante dos desafios apresentados atualmente, as universidades públicas e privadas se encontram com uma responsabilidade para formar profissionais que atuem de frente com as informações e mudanças que vêm ocorrendo. Logo, surge a necessidade do desenvolvimento de temas contextualizados, que além de despertar o interesse dos educandos e uma aprendizagem crítica-científico, forme cidadãos aptos para assumirem novos papéis. Neste sentido, a Química Forense é um tema que perpassa por diferentes áreas do conhecimento de uma forma contextualizada e interdisciplinar, abrindo novos paradigmas para o aprendizado de informações importantes na formação de estudantes contemporâneos. Segundo Lima et al. (2011, p. 3) “como o próprio nome indica, a Química Forense é a utilização ou aplicação dos conhecimentos da ciência Química aos problemas de natureza forense”. Sob esse viés, justifica-se a importância de se estudar, agregar conhecimentos e apreender tal temática. Segundo Sebastiany et al. ( 2013, p. 50) assegura que o envolvimento da Química Forense no ensino estimula uma diversidade de atitudes,” proporcionando o estímulo à curiosidade, à criatividade e à busca por carreiras científicas e tecnológicas”. Portanto, o presente trabalho teve como objetivo trabalhar a Química Forense, de uma forma contextualizada para discentes da licenciatura em Química, por intermédio de uma atividade de ensino chamada “Ciclo de Palestras”, a qual trabalha com temas não usuais, ofertada pelo Programa de Educação Tutorial – PET Química do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), Campus João Pessoa.
Material e métodos
Devido ao avanço da pandemia, pela propagação da COVID-19, as atividades ofertadas pelo PET Química, do Instituto Federal da Paraíba, Campus João Pessoa, sofreram adaptações para o formato de ensino remoto, mediante plataformas virtuais, como o “Google Meet”. Para tal atividade, foi utilizada uma metodologia de ensino qualitativa, onde o pesquisador “é ao mesmo tempo o sujeito e o objeto de suas pesquisas” (DESLAURIERS, 1991, p. 58). E uma metodologia participante, que “caracteriza-se pelo envolvimento do pesquisador pelos sujeitos investigados, por meio da combinação da análise documental e a participação e observação direta dos envolvidos” (LUDKE; ANDRÉ, 1986). Para o planejamento da atividade, realizaram-se pesquisas bibliográficas correspondentes a “Química Forense”, com a finalidade de expor uma perspectiva congruente a conceitos específicos no âmbito da Química. Por conseguinte, a temática supracitada discorreu de uma abordagem interdisciplinar e interativa, por meio da palestra intitulada “Química Forense: desvendando crimes”. Tal palestra foi promovida por integrantes do Programa de Educação Tutorial - PET Química, numa atividade de ensino denominada “Ciclo de Palestras”, que teve uma duração de 45 (quarenta e cinco) minutos, totalizando um público de 30 licenciandos em Química do IFPB, que estavam distribuídos entre o 1° e 8° períodos do curso. No primeiro momento da atividade, foi entregue aos participantes, um Questionário de Sondagem (QS), por intermédio do “Google Forms” que continha apenas 1 (uma) questão, logo após, no segundo momento, foi ministrada a palestra e, por fim, no terceiro momento, aplicou-se um Questionário Final (QF) que apresentava também 1 (uma) indagação. Ressaltando que, apenas 21 (vinte e um) dos discentes responderam o QS e QF.
Resultado e discussão
Como instrumento de avaliação diagnostica, para a palestra, utilizou-se a
Técnica de Evocação Livre de Palavras (TALP). Portanto, na análise dos
resultados obtidos nos questionários foram observadas as palavras que
possuíam relação com o tema. Concernente à questão do QS: Quando você pensa
no termo "Química Forense", o que lhe vem rapidamente em mente? Cite 6
(seis) palavras em que você pode associar a esse termo. 40% dos discentes
responderam corretamente e 60% obtiveram resultados equivocados, como
demonstra o Gráfico 1, o que valida o desconhecimento deles sobre o tema da
palestra.
Gráfico 1- Resultado do Questionário de Sondagem.
De modo contínuo, deu-se início à ministração da palestra, sendo aplicada de
forma remota, por meio do “Google Meet”. Na exposição, pautamos sobre o
contexto histórico e métodos químicos que contribuem na apuração dos fatos
forenses. E durante a apresentação, observou a interação ativa dos discentes
pelo chat, com questionamentos e debates, tornando a palestra mais
enriquecedora.
Em referência ao QF, este acentuava que: Após sua participação na palestra
cite seis palavras em que você pode associar a “Química Forense”. Todas as
respostas apresentaram associação com a temática supracitada, tal
como,“Reações químicas, Luminol, Reagentes e Perícia”.
Diante disso, é possível utilizar os conceitos químicos pertinentes a essas
análises, seja por uma abordagem teórica ou pelo uso da experimentação, para
inserir conteúdos de Química para os estudantes, e promover a
contextualização e a exemplificação necessária para que o estudante sinta-se
interessado a construir o conhecimento (OLIVEIRA, 2006). Logo, a inclusão
dessa temática nos cursos de Licenciatura em Química, pode fornecer diversos
conhecimentos científicos.
O gráfico apresenta o resultado do instrumento de sondagem,em que 60% obteve resultados equivocados sobre a relação com a temática e 40% satisfatório.
Conclusões
Nessa perspectiva, notamos que ainda existe um desconhecimento sobre o assunto supramencionado, mesmo sendo uma ciência transdisciplinar. Destarte, foi possível constatar a importância da inclusão da ciência forense no ensino de estudantes graduandos em Química, tendo em vista que a mesma se utiliza de experimentos que são baseados em vários segmentos da química, como: orgânica, inorgânica e bioquímica, conhecimentos imprescindíveis para os educandos. Portanto, a participação dos estudantes na atividade de ensino foi enaltecedora, implicando em um maior desenvolvimento na aprendizagem.
Agradecimentos
Referências
DESLAURIERS J. P. Recherche Qualitative. Montreal: McGraw Hill, 1991.
GESSER, V.; RANGHETTI, D. S. O currículo no ensino superior: princípios epistemológicos para um design contemporâneo. Revista e-curriculum, v. 7, n. 2, p. 1-23, 2011.
LIMA, A. S. et al. Química Forense. Revista Eletrônica-UNISEP, 2011. Disponível em: < https://portal.unisepe.com.br/unifia/wp-content/uploads/sites/10001/2018/06/11qui_forense.pdf>. Acesso em: 23 jun. 2021.
LUDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.
OLIVEIRA, M.F. Química forense: a utilização da química na pesquisa de vestígios de crime. Química Nova na Escola, v. 24, p. 17-19, 2006. Disponível em: <http://qnint.sbq.org.br/novo/index.php?hash=tema.9.9>. Acesso em: 23 jun. 2021.
SEBASTIANY, M. C. P.; PIZZATO, M. C.; DEL PINO; J. C.; SALGADO, T. D. M. A utilização da Ciência Forense e da Investigação Criminal como estratégia didática na compreensão de conceitos científicos. Educação Química, México,p. 49-56,2013.