Autores
Oliveira, D.F.L. (29 DE JULHO) ; Melo, T. (IFMT CAMPUS CONFRESA) ; Leão, M.F. (IFMT CAMPUS CONFRESA)
Resumo
Foram utilizados os procedimentos de pesquisa bibliográfica e documental nesse estudo. O estudo tem por objetivo, evidenciar o ensino de física e química de forma lúdica e por meio da utilização de materiais alternativos de baixo custo na Escola Estadual 29 de Julho. O estudo está dividido em duas partes, na primeira, foi estabelecido o ensino de química de forma lúdica. Essa forma lúdica objetiva facilitar o entendimento e compreensão por parte dos estudantes desse conteúdo. A segunda parte desse estudo trata- se de atividades experimentais desenvolvidas com materiais alternativos de baixo custo nas aulas de física. Essa tratativa, evidencia que a utilização de materiais alternativos e de baixo aliado a teoria, contribui de forma significativa para o ensino de física e química.
Palavras chaves
Materiais alternativos; Ensino de física; Ensino de química
Introdução
A Base Nacional Comum Curricular- BNCC, para a Área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, propõe e determina uma dimensão investigativa para as disciplinas de química, física e biologia. De acordo com a BNCC, os estudantes deverão ter acesso a procedimentos e instrumentos de investigação, tais como: identificar problemas, formular questões, identificar informações [...] e realizar atividades experimentais e pesquisas de campo. Damásio, Alves e Mesquita (2005, p.5) ressaltam que “uma parcela considerável das dificuldades em ensino de química consiste no seu caráter experimental". Nessa mesma perspectiva, Costa e Barros (2015), destacam que o ensino de física [...] está fortemente influenciado pela (o) ausência da prática experimental.Esses fatores contribuem para que não seja desenvolvido nos estudantes tais procedimentos e instrumentos de investigação. Por outro lado, há autores que defendem o ensino dessas disciplinas, na parte experimental, com a utilização de materiais alternativos, a saber, Guimarães (2009), Giordan (1999), Schutz (2009), Dias et al. (2019), Moreira (2015) e outros. Schutz (2009, p. 10) ressalta que “a experimentação é um recurso capaz de assegurar uma transmissão eficaz dos conhecimentos escolares”. Além de um recurso que favoreça a transmissão de conhecimento, a experimentação pode ser empregada como uma estratégia. Segundo Guimarães (2009), “a experimentação pode ser uma estratégia eficiente para a criação de problemas reais que permitam a contextualização e o estímulo de questionamentos de investigação”. Em relação ao que foi exposto, o objetivo desse estudo é evidenciar o ensino de física e química de forma lúdica e por meio da utilização de materiais alternativos de baixo custo na Escola Estadual 29 de Julho.
Material e métodos
O presente estudo tem características de natureza básica (GIL, 2010). Os procedimentos foram de pesquisa bibliográfica, pois, utilizou-se do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites e documental, uma vez que utilizamos como recursos tabelas, documentos oficiais e fotografias (FONSECA, 2002, p. 32). A utilização de materiais alternativos nas aulas de química e física nas turmas de 1° ano “F” e “K” da Escola Estadual 29 de Julho, no município de Confresa, Estado de Mato Grosso nos permitiu elaborar a escrita desse estudo. Nessas turmas ah aproximadamente 25 estudantes. A turma “F” é atendida no período vespertino e a turma “K” tem atendimento no período noturno. Ao analisar o parágrafo anterior, evidenciamos a utilização de abordagem do tipo qualitativa nesse estudo. Nesse tipo de abordagem: Os pesquisadores que utilizam os métodos qualitativo buscam explicar o porquê das coisas, exprimindo o que convém ser feito, mas não quantificam os valores e as trocas simbólicas nem se submetem à prova de fatos, pois os dados analisados são não-métricos (suscitados e de interação) e se valem de diferentes abordagens (GERHARDT; SILVEIRA, 2009, p. 32). Foi utilizado uma apostila em PDF de autoria de Souza e Carvalho (2014), intitulada “Experimentos de física utilizando materiais de baixo custo e fácil acesso”, com os roteiros dos experimentos de física. Os experimentos selecionados foram “Usina Térmica”, “Doce de Leite” e “Labirinto Elétrico”. Fez-se primeiramente uma abordagem teórico/metodológico dos conteúdos, e posteriormente foi passado aos estudantes como que os mesmos seriam avaliados mediante a preparação e apresentação de cada atividade experimental.
Resultado e discussão
O diagrama de Linus Pauling foi proposto
de forma lúdica em razão das
dificuldades de entendimento e compreensão
por parte dos estudantes desse
conteúdo. A construção, montagem e
manuseio do diagrama de Linus Pauling com
os estudantes possibilitou que os mesmos
compreendessem o seu uso e
organização. Houve uma melhora
significativa na resolução das atividades
propostas. O ensino de física foi proposto
da seguinte maneira, fez-se, uma
abordagem teórica dos conteúdos. Araújo e
Abib (2003) enfatizam que uma
abordagem dos conceitos científicos a
partir da criação de situações é capaz
de gerar elementos concretos que servirão
de base para um diálogo que
favoreça a mudança conceitual desejada.
O grupo que ficou responsável pelo
experimento Usina Térmica, não conseguiu
produzir uma ventoinha que durasse por
mais tempo, o grupo pegou a ventoinha
de um outro objeto de seus integrantes e a
substituíram pela ideia original
do experimento. A substituição do objeto
deu certo e durou por mais tempo.
Em relação ao experimento Doce de Leite,
os estudantes não tiveram
dificuldades em seguir o roteiro do mesmo.
Nesse experimento, os componentes
do grupo compreenderam que o aumento do
valor médio das energias cinéticas
de vibração das moléculas dos líquidos
ocorre em razão do aumento da
temperatura e diminui o valor médio dessas
energias quando ocorre o
resfriamento. No experimento Labirinto
Elétrico, os componentes do grupo,
relataram que não conseguiram achar o
transformador de 9v, conforme estava
no roteiro, no entanto, adaptaram ao
experimento a instalação de uma lâmpada
elétrica como em uma residência, ou seja,
usaram o interruptor de uma
lâmpada, ligando-o diretamente em uma
tomada, isolando algumas partes do fio
para que não houvesse o perigo de choque
nos participantes.
Apresentação da atividade experimental "Usina Térmica" do primeiro grupo nas aulas de física.
Apresentação da atividade experimental "Circuito elétrico" do terceiro grupo nas aulas de física.
Conclusões
Consideramos que as atividades experimentais com materiais de baixo custo favorecem o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem nas disciplinas de química e física. Nessa perspectiva, foi observado por meio da realização de atividades experimentais, que há uma assimilação significativa da teoria, ou seja, os estudantes conseguem relacionar e se expressar melhor quando questionados sobre determinados conteúdo. Essa tratativa, evidencia que a utilização de materiais alternativos e de baixo aliado a teoria, contribui de forma significativa para o ensino de física e química.
Agradecimentos
A Escola Estadual 29 de Julho que viabilizou a realização dessa intervenção pedagógica.
Referências
ARAÚJO, M. S. T.; ABIB, M. L. V. S. Atividades experimentais no ensino de física: diferentes enfoques, diferentes finalidades. Revista Brasileira de Ensino de Física, Porto Alegre, v.25, n.2, p.176-194, 2003.
COSTA, Luciano Gonsalves; BARROS, Marcelo Alves. O ensino da física no Brasil: problemas e desafios. In: Congresso Nacional de Educação, 12. ed., 2015, Anais do Congresso Nacional de Educação. Curitiba: Puc, p. 10981 - 10989, 2015.
DAMÁSIO, S. B.; ALVES, A. P. C.; MESQUITA, M. G. B. F. Extrato de Jabuticaba e Sua Química: Uma Metodologia de Ensino. Anais XIX ENCONTRO REGIONAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUÍMICA, Ouro Preto: 2005, Cd-Rom.
DIAS, Jorge Henrique Rego et al. A utilização de materiais alternativos no ensino de Química: um estudo de caso na E. E. E. M. Liberdade do município de Marabá-Pará. Disponível em: <http://www.eventoexpress.com.br/cd-36rasbq/resumos/T0744-1.pdf>. Acesso em: 27 jun. 2019.
FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002.
GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise Tolfo. Métodos de pesquisa. 2009. Coordenado pela Universidade Aberta do Brasil – UAB/UFRGS e pelo Curso de Graduação Tecnológica – Planejamento e Gestão para o Desenvolvimento Rural da SEAD/UFRGS. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/cursopgdr/downloadsSerie/derad005.pdf>. Acesso em: 21 jun. 2019.
GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6 ed. São Paulo: Atlas 2010.
GUIMARÃES, C.C. Experimentação no Ensino de Química: Caminhos e Descaminhos Rumo a Aprendizagem significativa. Química nova na Escola, v.31,n.3, p.198-202, 2009.
GIORDAN, M. O Papel da Experimentação no Ensino de Ciências. Química Nova na Escola, 1999.
MOREIRA, Marcos Luiz Batista. EXPERIMENTOS DE BAIXO CUSTO NO ENSINO DE MECÂNICA PARA O ENSINO MÉDIO. 2015. 67 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Garanhuns, 2015.
SOUZA, I. M.; CARVALHO, M. A. Experimentos de física utilizando materiais de baixo custo e fácil acesso. In: OS DESAFIOSDA ESCOLAPÚBLICAPARANAENSE NAPERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE. Londrina/PR: Cadernos PDE v. 1, p. 2-17, 2014. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2014/2014_uel_fis_artigo_ines_morais_de_souza.pdf Acesso em: 28 jun 2019.
SCHUTZ, D. A Experimentação como Forma de Conhecimento da Realidade. 2009.41 f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Química Licenciatura) – Instituto de Química, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 2009.