Autores
Domingues, C.A.P. (COLEGIO OBJETIVO ARUJÁ) ; Guerra, C.R. (COLEGIO OBJETIVO ARUJÁ) ; Bispo, F.S. (COLEGIO OBJETIVO ARUJÁ)
Resumo
O presente trabalho objetiva produzir um queimador com funcionalidades similares à um bico de Bunsen, porém utilizando materiais de fácil acesso e baixo custo. Desta forma sendo uma alternativa para a realização de procedimentos experimentais. Para a elaboração do queimador, foi utilizado latas vazias de bebidas (lata de alumínio) e tubos de cobre (adquirido em casa de ferragens). Para o combustível, foi empregado o álcool hidratado (96 °GL) e acetona. Após testes de formato e composição variada do combustível, obteve-se um dispositivo com eficiência similar à de um Bico de Bunsen tradicional, portanto servindo como uma alternativa de fácil manuseio e transporte, além de ter custo inferior.
Palavras chaves
Bunsen; Cotidiano; Experiência
Introdução
Um dos grandes desafios da atualidade, na educação, é despertar o interesse dos alunos. Isso porque os educandos possuem acesso às tecnologias da informação e recursos midiáticos diversos, e as aulas tradicionais não dão conta de suprir as demandas desse público, ou seja, não são motivadoras ou interessante. Segundo MORAN (2013), o processo de aprendizagem “depende, principalmente, de motivação, foco, metodologias e atitude”. Deve-se, portanto, buscar um vínculo entre o conhecimento acadêmico e o cotidiano do aluno (VALADARES, 2001) para que o ensino possa ocorrer de maneira eficiente. Para isso, é necessário buscar métodos e estratégias que aproximem os alunos dos ensinamentos científicos. As aulas experimentais podem ser uma excelente estratégia para o processo de ensino-aprendizagem. Segundo SANTOS (2005): O ensino por meio da experimentação é quase uma necessidade no âmbito das ciências naturais. Ocorre que podemos perder o sentido da construção científica se não relacionarmos experimentação, construção de teorias e realidade socioeconômica e se não valorizarmos a relação entre teoria e experimentação, pois ela é o próprio cerne do processo científico. Infelizmente, a realização de experimentos não ocorre com a frequência necessária. Isso porque a realidade escolar enfrenta dificuldades, conforme relata SILVA e ZANON (2000). Os professores salientam a carência de materiais, número elevado de aluno por turma e carga horária muito pequena em relação ao extenso conteúdo que é exigido na escola. Para tornar as aulas experimentais mais frequente, deve-se minimizar/sanar os problemas destacados. Desta forma, o presente trabalho se propõe a criar uma alternativa para um equipamento laboratorial de uso recorrente - Bico de Bunsen, como uma forma de redução de custos.
Material e métodos
Latas de bebidas, tubo de cobre, resina epóxi (durepox®), Etanol 96 °GL, Acetona, Água. Utilizando o fundo de duas latas de bebidas de 350 mL, encaixou-se uma a outra de modo a formar uma estrutura com, aproximadamente, 4 cm de altura. Um tubo de cobre, de aproximadamente 6 cm, foi fixado em cima da lata por uma resina (durepox®). Na parte lateral da lata (3 cm de altura), foi feito um furo para a inserção do combustível. Um parafuso, vedado com um disco de borracha, foi usado para fechar essa extremidade, a fim de impedir a vazão do combustível. Com o equipamento pronto, foram realizados testes para verificar a melhor composição do combustível, chegando à proporção de 75v:20v:5v (Etanol/ Água/Acetona).
Resultado e discussão
O trabalho foi iniciado investigando o melhor formato para o tubo de cobre.
Para isso, foram testados 3 formatos distintos (IMAGEM 1) e utilizando
etanol (96° GL) como combustível.
O queimador A não produziu uma chama continua. Atribui-se a essa
ineficiência o formato do tubo - arredondado e duplamente fixado na lata –
que permite o retorno do gás combustível (GC) ao interior da lata. Desta
forma, com baixa vazão do GC a chama produzida não se mantinha.
Para contornar o problema descrito, preparou-se o queimador B, no qual uma
das extremidades foi fixado na lata e a outra foi vedada. A chama produzida
por esse modelo foi contínua, porém o fluxo do GC foi excessivo e
descontrolado. A configuração adequada foi obtida quando o tubo metálico foi
instalado na posição vertical (queimador C). Apesar de garantir uma vazão
do CG continuo, a intensidade da chama precisou ser corrigida.
Testes foram realizados com Acetona comercial e o resultado foi similar aos
do etanol. Assim, testou-se a mistura desses combustíveis e nenhum resultado
expressivo foi obtido. Desta forma, a água foi adicionada como moderadora da
chama e a melhor proporção (etanol/água/acetona) constatada foi 75v:20v:5v
(IMAGEM 2)
Tipos de queimadores
Queimador em funcionamento
Conclusões
Aulas experimentais podem ser um excelente recurso didático/pedagógico para o estabelecimento da ponte entre os saberes. Portanto, minimizar os fatores que dificultam a realização desse tipo de prática deve ser buscado, a fim de torna-las mais frequentes. O presente trabalho apresentou uma alternativa a um dos equipamentos fundamentais de um laboratório de química, construído a partir de materiais do cotidiano, que funciona como uma opção de baixo custo para a realização de atividades que demandam de aquecimento.
Agradecimentos
Gostaríamos de agradecer a instituição por ceder o espaço utilizado, aos meus professores, pais e colegas que nos incentivaram a produzir tal trabalho
Referências
MORAN, J. M. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 6. ed. Campinas: Papirus, 2000. Disponivel em: < http://www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2014/02/depende.pdf>. Acesso em: 25/05/2019.
SANTOS, C. S. Ensino de Ciências: abordagem histórico – crítica. Campinas: Armazém do ipê, 2005.
SILVA, L. H. de A.; ZANON, L. B. Ensino de Ciências: fundamentos e abordagens. 1. ed. São Paulo: UNIMEP. 2000
VALADARES, E. De C. Propostas de experimentos de baixo custo centradas no aluno e na comunidade. Quím. Nova na Esc. 2001 13: 38-40.