Autores

Silva, A.M. (UECE) ; Costa, D.A. (UECE)

Resumo

O presente trabalho de pesquisa investigou as dificuldades de professores que lecionam nas séries de nono ano do Ensino Fundamental, em escolas públicas da rede municipal da cidade de Cascavel-CE. A perspectiva e objetivo deste trabalho foi fazer um estudo de caso de profissionais que lecionam a disciplina de ciências, mas que não possuem formação em química, onde buscou analisar se tais profissionais estão preparados para lecionar a disciplina, e se os mesmos se sentem preparados para o desenvolvimento do ensino desta disciplina, e desse modo buscou identificar as dificuldades enfrentadas por estes professores e ao mesmo tempo identificar possíveis soluções.

Palavras chaves

Ensino de Química; Aprendizagem; Formação

Introdução

Sabe-se que aquisição e apropriação do conhecimento em um meio educacional formal ou em meio informal na qual está inserido o educando, sempre está sujeito a vários fatores que se apresentam como relevantes neste processo, para Zenti (2000, apud OTOBELLI et al., 2013), vários são os fatores que interferem diretamente no rendimento dos alunos, sabe-se que a educação é apontada pela maioria dos pesquisadores e estudiosos envolvidos no meio educacional quanto social, como sendo a maneira mais adequada para organizar uma sociedade (FREIRE, 2000, p. 67). Logo uma educação de qualidade é primordial para que se alcance o desenvolvimento da aprendizagem por parte dos educandos como o ensino por parte dos docentes. Desta forma, se faz necessário que os docentes possuam requisitos mínimos para o desenvolvimento de suas atividades em salas de aulas, ou seja, que os professores lecionem em áreas de sua formação, para melhor aproveitamento dos seus conhecimentos adquiridos em seus cursos de formações, para que o ensino e a aprendizagem aconteçam de uma forma efetiva. É importante ressaltar que os professores não devem se colocar em uma posição de meras ferramentas de reprodução de ideias concebidas por outros, de uma forma passiva, afirma Zeichner (1995, apud FRISON, 2012, p. 15), logo esses profissionais devem estar aptos a lecionarem tais currículos na qual lhe é proposto.

Material e métodos

A presente pesquisa teve sua aplicação e desenvolvimento em escolas Públicas de Ensino Básico no Município de Cascavel no Estado do Ceará, que tem 16 escolas que ofertam os anos finais do Ensino Básico, contendo em seu quadro a série de nono. As escolas que foram escolhidas se deram pelo fato de terem professores formados em áreas distintas da química, como também em escolas que apresentam em seu quadro professores formando em química. Quanto ao público alvo, a pesquisa teve seu foco tanto nos alunos como nos professores, sendo escolhidas sete escolas do município, com seus respectivos professores lotados na regência da série de nono ano, quanto aos alunos foram escolhidos por amostragem dez alunos por escolas, totalizando um total de 70 discentes regulamente matriculados na série de nono ano do Ensino Fundamental. O questionário foi aplicado aos professores da série de nono ano e aos alunos regulamente matriculados, sendo que o presente instrumento de coleta se deu em sua estrutura por conter cinco questões fechadas e três questões abertas, tanto para docentes quanto discentes. A tabulação dos dados coletados se processou por meio de uso de um programa, de acordo com o tipo da pergunta, sendo que para as perguntas fechadas foi construído gráficos, expressando em percentual cada alternativa aplicada no questionário, quanto às perguntas abertas foram analisadas as respostas, interpretadas e introduzidas nos resultados e discussões.

Resultado e discussão

Os dados gerados pelo questionário respondido pelos alunos foram: a) Dificuldades em assimilar os conteúdos de química abordados no nono ano - como demonstra o gráfico 1, 15,7 % (11 alunos) responderam ter dificuldades, 14,3% (10 alunos) responderam que não têm dificuldades, e a maioria, 70% (49 alunos) assinalaram a opção que depende do conteúdo que é abordado. b) Outro ponto abordado foi indagar a respeito da importância dos conteúdos de química na série de nono ano. Como mostra o gráfico 2, 60 alunos disseram que é importante sim o aprendizado desses conteúdos, representando 85,8 % e apenas 4 alunos (5,7 %) responderam que não acham importante a apropriação do conhecimento dos conteúdos de química, já os que responderam que é um pouco importante foram 6 alunos (8,5%). c) Você sente que o professor domina os conteúdos? Visualizando o gráfico 3, para 30 alunos os professores demostram ter domínio dos conteúdos, 42,8%, apenas 2 alunos disseram que os docentes não demostram ter domínio dos conteúdos, 2,8%, mas os dominam em parte representa a maioria segundo os alunos que foram submetidos ao questionário, onde 38 responderam que os professores dominam os conteúdos em parte, representando 54,4% do total. d) Para você é importante que o professor seja formado em química ou não, para ensinar esses conteúdos de química? Para 57 alunos (81,5%) disseram que sim (gráfico 4), que é importante que o professor seja formado em química para ensinar os conteúdos, apenas 04 alunos (5,7%) não vê problema em o professor não ser formado na disciplina a ser ministrada, e 09 alunos (12,8%) foram indiferentes.

Gráfico 1

Você tem dificuldade de aprender os conteúdos de química?

Gráfico 2

Respostas dos alunos sobre os conceitos básicos de química no nono ano.

Gráfico 3

Você sente que o professor domina os conteúdos?

Gráfico 4

Para você é importante que o professor seja formado em química ou não, para ensinar esses conteúdos de química?

Conclusões

Desta forma a pesquisa apontou que os alunos apresentam dificuldades em aprender os conteúdos, e que as causas são variadas, passando pelos próprios alunos, chegando até ao professor, com suas limitações e dificuldades que os acompanham no desenvolvimento das aulas. Com os resultados obtidos pela pesquisa a falta de formação do professor na área de química é apontada tanto pelos alunos quanto professores em sua maioria como sendo uma dificuldade enfrentada por eles em suas aulas, pois falta em algumas situações falta de domínio dos conteúdos.

Agradecimentos

1) Coordenação do Curso de Licenciatura em Química EaD da UFC. 2) Escolas Públicas de Ensino Básico no Município de Cascavel-CE 3) Polo de Beberibe-CE.

Referências

FREIRE, Paulo. Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas a outros escritos. São Paulo: UNESP, 2000.

FRISON, Marli Dallagnol. A Produção de Saberes Docentes Articulada à Formação Inicial de Professores de Química: Implicações Teórico-Práticas na Escola de Nível Médio. Tese de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Educação e Ciências: Química da Vida e da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre-RS, 2012. Disponível em:
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/61253/000864942.pdf?sequence=1. Acesso em: 16 mar. 2018.

OTOBELLI, Elisete Salvador; MASCARELO, Fabiane; ACUA, Graziele Dall`; POLETO, Liliane; VERZA, Vanessa Ghinzerli; STECANELA, Nilda; SILVA, Lisandra Pacheco da. Práticas Educativas e (Des)Motivação dos Alunos: Análise Motivacional Realizada no ino Médio. XIII Seminário “Escola e Pesquisa: um encontro possível”. Polo RS. Parte I - 08/06/13. Parte II - 23 e 24/08/13. Parte III - 07/12/13. Universidade de Caxias de Sul. Disponível em:
https://upplay.com.br/restrito/nepso2013/uploads/Nepso_na_Escola/Trabalho/09_26_27_Artigo_Praticas_educativas_e_desmotivacao_dos_alunos.pdf. Acesso em: 16 mar. 2018.