Autores

Silva, A.M. (UFC) ; Melo, J.O. (UFC)

Resumo

Este trabalho teve como princípio determinar uma forma de melhoria no processo de ensino-aprendizagem de Química nas turmas de 1º ano do Ensino Médio. O uso da experimentação direciona o aluno ao questionamento, investigação e criatividade na resolução de problemas. Foram utilizados materiais alternativos nas experiências (Experiência 01: Lavagem de dinheiro; Experiência 02: As bolas de naftalinas saltitonas; Experiência 03: Produção de gás carbônico; Experiência 04: Comparação de densidades). Durante a execução do projeto constatou-se que o uso de experimentos utilizando materiais alternativos consolidaram uma nova realidade para o ensino de Química, pois os alunos se identificaram com os materiais utilizados.

Palavras chaves

Ensino de Química; Experimentos; Materiais Aternativos

Introdução

A realização de experimentos através de instrumentos alternativos para o Ensino de Química é uma forma de promover a melhoria da relação mútua de ensino-aprendizagem entre professor e alunos. Quanto mais simples e conceitual é o experimento ou protótipo, tanto mais instrutivo e atraente ele se torna (SANTOS et al, 2005). O ideal seria haver nas escolas laboratórios bem equipados, mas como não existe na grande maioria das instituições de ensino, a utilização de materiais alternativos se encaixa como uma ferramenta de auxílio que pode ser usado no lugar dos equipamentos técnicos, por exemplo, se não há reagentes no laboratório o jeito é obtê-los em outra fonte similar. A utilização da experimentação com materiais alternativos é uma metodologia que vem aprimorar a maneira como os conteúdos químicos são explicados. Além disso, proporcionar aos alunos uma aprendizagem mais significativa, permitindo ao educando a construção do seu conhecimento, que então passará a fazer parte de sua cultura, deixando de se tornar uma mera memorização (DELIZOICOV, ANGOTTI e PERNAMBUCO, 2002). Assim, trabalhando com esses materiais alternativos leva-se ao direcionamento de que todos são responsáveis pela aprendizagem. Guimarães (2009, p.98) acredita que “a experimentação pode ser uma estratégia eficiente para a criação de problemas reais que permitam a contextualização e o estímulo de questionamento e de investigação”.

Material e métodos

Foram aplicados experimentos com materiais alternativos nas aulas de química das turmas de 1º ano, do ensino médio da Escola Estadual Maria Amélia Perdigão Sampaio, situada no município de Palmácia-CE. O trabalho foi realizado com um total inicial de 63 estudantes das turmas do 1º ano “A”, “B” e “C” em um total de 50 alunos pertencente ao turno matutino e mais 13 alunos do período vespertino, dos quais 27 pertenciam a turma “A”, 23 a turma “B” e 13 da turma C. O recolhimento de dados quantitativos com os 63 alunos foi realizado mediante aplicação de questionário com questões abertas e fechadas, onde os itens abordaram as dificuldades e as estimulações para aprendizagem dos ensinamentos em química. Os materiais alternativos foram encontrados na sua grande maioria em comércios populares, como o bicarbonato de sódio, ovo, álcool, sal de cozinha e vinagre. No entanto outro foi encontrado na natureza, que foi o limão de “enxerto” e as moedas de R$ 0.05 centavos. No entanto foram necessários materiais auxiliares que em princípio já pertenciam ao laboratório, como as placas de petri, proveta de 100 mL, béquer de 250 mL, copos e espátula, só que devido sua ausência no laboratório foi necessário utilizar colheres de plástico. Na execução dos experimentos os alunos foram acolhidos e apresentados ao espaço do laboratório e aos materiais alternativos.

Resultado e discussão

Quando questionados sobre o estudo da Química nas séries que antecedem o 1º ano do ensino médio, foi constatado que 56% responderam que não e 44% que já tinham estudado Química, o que nos permite entender que este é um dos fatores que interferem na aprendizagem da disciplina, pois há uma ausência de vivência básica para com os conhecimentos da área. Qual a importância de se estudar Química? Pelo gráfico 1, observa-se a seguinte variação: ajudar a entender os fenômenos da natureza ocorridos no cotidiano – 56%; aperfeiçoar os conhecimentos adquiridos fora da escola – 21%; obtenção de habilidades para manusear equipamentos e substâncias de laboratório – 11,5%; melhorar a formação humana e a aprendizagem para a inserção no mundo do trabalho – 11,5%. Pode-se perceber no gráfico 2, que 36% dos alunos gostam de atividades que unam teoria e prática, 28% acreditam na eficiência de aulas com experimentos, desta forma entende-se que a experimentação é uma ferramenta de ensino que agrada ao aluno, no entanto as atividades escritas foram bem relacionadas por eles, 28%, que podem ser associadas à ausência de aulas práticas, e somente 8% opinaram que o que mais gostam durante as aulas de química são as aulas teóricas. No gráfico 3 verificou-se que 86% dos alunos já tiveram aula com experimentos enquanto que 14% não. Após a execução dos experimentos com materiais alternativos os alunos responderam ao questionário final do projeto, em que o propósito foi verificar a funcionalidade dessas atividades como ferramentas para o ensino e aprendizagem em Química. No gráfico 4 observa-se que dos 60 alunos questionados sobre quais atividades despertaram maior interesse durante às aulas 36,7% gostaram da experiência 1, 23,9% experiência 2, 11,3% experiência 3, 25.3% experiência 4, e 2,8% nenhuma.

Gráfico 1

Respostas dos alunos em relação a importância de se estudar Química

Gráfico 2

Opinião dos alunos a respeito do mais gostam durante as aulas de química.

Gráfico 3

Aulas com experimentos.

Gráfico 4

Informação dos alunos a respeito das atividades experimentais que despertaram seus interesses durante as aulas.

Conclusões

Apesar das dificuldades encontradas na estrutura e também na organização da execução das atividades com esses materiais alternativos os estudantes sentiram- se identificados com a aprendizagem na área e puderam expressar suas expectativas através da participação na execução dos experimentos, os quais foram bem aceitos por eles e muitas vezes mencionados como uma maneira de aprender mais a disciplina durante o decorrer do curso.

Agradecimentos

1) Coordenação do Curso de Licenciatura em Química EaD da UFC. 2) Escola Estadual Maria Amélia Perdigão Sampaio, Palmácia-CE. 3) Polo de Aracoiaba-CE.

Referências

DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. A.; PERNAMBUCO, M. M. Ensino de Ciências: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002.

GUIMARÃES, Cleidson Carneiro. Experimentação no Ensino de Química: Caminhos e Descaminhos Rumo à Aprendizagem Significativa. Química Nova na Escola. No. 3, volume 31, agosto, p.198-202, 2009. Disponível em:
https://portalseer.ufba.br/index.php/anaiseneq2012/article/download/8042/5755. Acesso em: 01 mar. 2017.

SANTOS, J. M. T.; ROSA, E. A.; SCHIPANSKI, M.; GOMES, E. C.; BARABACH, M; Condensador de liebig para experimentação alternativa e de baixo custo. Revista Ciências Exatas e Naturais, Vol. 7, n˚ 2, Jul/Dez 2005