Autores

Guedes, J.N. (UEAP) ; Ferreira, L.C. (UEAP) ; Queiroz, R.C.S. (UEAP) ; Vale, J.F.L. (UEAP) ; Aragão, R.M.L. (UEAP) ; Costa, W.F. (UEAP) ; Barbosa, J.N.P. (UEAP) ; Queiroz, F.A. (FM) ; Santana, R.O. (UEAP)

Resumo

Este trabalho é parte do Programa de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID). O principal objetivo desta pesquisa foi verificar o interesse, motivação, comprometimento e cooperação dos alunos durante as aulas perante a experimentação no ensino de química em uma escola pública na região amazônica, no estado do Amapá, município de Macapá. A proposta foi desenvolvida em 3 momentos na escola campo, o primeiro: escolha da temática realizada por votação pelos alunos; o segundo: exploração da temática; e o terceiro se baseia na construção de maquetes mantidas por energia advindas de reações químicas. O projeto proporcionou aos alunos interação e aprofundamento de conhecimentos sobre a temática, fazendo-os perceber o atrelamento entre o conhecimento obtido na escola com os fatos cotidianos.

Palavras chaves

Construção de Maquete; Ensino de Química; Motivação no Ensino

Introdução

Trabalhar motivação está sempre em evidência quando se trata de ambientes educacionais, pois dependendo do comportamento dos discentes levará o professor a conduzir e superar determinadas dificuldades enfrentadas por seus alunos, através de aperfeiçoamento ou criação de metodologias para o ensino (MORAES; VARELA, 2007). Baseado nos estudos de Bzuneck (1996) cabe fazer uma pequena diferenciação entre interesse e motivação, pois o primeiro por mais que prenda a atenção do aluno por diversos motivos, não possui força suficiente para conduzir a ação do qual exige esforço do aluno. O interesse pode manter a atenção do aluno, mas não significa que ele se empenhe para aprender ou adquirir conhecimento além do que lhe é ofertado durante a aula, já a motivação possui energia suficiente para o aluno vencer as resistências que dificultam a execução do ato de aprender. Do aspecto humanístico, motivar os alunos é encorajar seus recursos internos, seu senso de competência, de autonomia, de autoestima e de autorrealização, é instigar uma pessoa a desenvolver uma ação. Neste sentido a utilização de recursos pedagógicos é de grande importância para a promoção da motivação, desta forma a construção de maquetes objetiva auxiliar no desenvolvimento de atividades em grupo bem como melhora interação entre alunos e professor (COSTA; SANTOS; NASCIMENTO, 2012). Dessa maneira o principal objetivo desta pesquisa foi verificar o interesse, motivação, comprometimento e cooperação dos alunos durante as aulas perante a experimentação no ensino de química em uma escola pública na região amazônica, no estado do Amapá, município de Macapá.

Material e métodos

A pesquisa se deu na Escola Estadual Professor Lucimar Amoras Del Castillo, escola pública localizada no município de Macapá, estado do Amapá, com alunos do 1º ano do ensino médio. O estudo se caracterizou segundo Gerhardt e Silveira (2009), de natureza do tipo pesquisa-ação em que pesquisadores e participantes estão envolvidos na investigação de modo cooperativo ou participativo. Desta maneira a pesquisa contemplou 3 momentos que abrangeram desde a escolha da temática até a realização da oficina, com montagem de maquetes alimentadas por energia eletroquímica. 1º Momento – Escolha da Temática: A temática teve sua escolha por meio de votação realizada pelos alunos, em que a turma foi questionada sobre quais fenômenos cotidianos que, segundo os alunos, necessitavam ser explicados através de conhecimentos científicos. Surgiram vários, dentre os quais, o tema escolhido foi energia elétrica, enfatizando na explicação como a corrente elétrica “viajava” pelos fios metálicos e chegava às residências. Este método de escolha foi embasado na motivação intrínseca, descrito por Burochovitch e Bzuneck (2001), baseada no valor da atividade em si e não por conta de recompensas. 2º Momento –Exploração da Temática: Utilizando o tema escolhido, elaborou-se uma palestra abordando assuntos correlatos como: energia renovável e não renovável; formas de geração de energia: mundial, nacional e regional; e assuntos de química como distribuição eletrônica e ligações químicas. 3º Momento – Montagem das Maquetes: dividiu-se a turma em dois grupos para a montagem das maquetes, ambos os grupos ficaram responsáveis pela escolha do ponto turístico (paisagem para aparência da maquete) e o tipo de energia que alimentaria a maquete.

Resultado e discussão

Buscou-se trabalhar assuntos que despertavam a curiosidade dos alunos, dessa maneira, conduzindo a uma aula mais participativa e atraindo a atenção dos estudantes, no 1º momento, foram questionados para que pudessem construir um caminho lógico até a resposta da pergunta feita pelos próprios alunos: “Como a energia elétrica chega às casas e o que é a energia elétrica?”. Uma das importâncias em se trabalhar, temas que sejam instigantes aos alunos, está no fato de ser bastante comum se questionarem do estudo da química e suas aplicações para além de provas e testes, desta forma utilizou-se os estudos de Chassot (1990), vinculando o conhecimento sobre química ao dia a dia. No 2º momento explicou-se a temática, houve então, discussão dos conhecimentos científicos como distribuição eletrônica e condutividade elétrica de alguns compostos. Na figura 01, é possível evidenciar os resultados positivos alcançados no decorrer da proposta, nesse 3º momento, os alunos explicaram como a energia fluía pelos fios elétricos, fundamentados nos conhecimentos químicos discutidos, observou-se, então, o sucesso na atividade com base no modelo observação-reflexão-explicação de Coppola (2013). A elaboração das maquetes propiciou, além de outros aspectos positivos, a interação entre os estudantes, na qual os alunos desenvolveram a cooperação e o trabalho em equipe. E, ainda, foram observados que os alunos entenderam os fenômenos ocorridos nas reações capazes de gerar energia elétrica e, ao conseguirem acender as luzes das maquetes, o sentimento de satisfação dos alunos com os resultados obtidos.

Figura 1

Maquetes:Trapiche Eliezer Levy (pilha de água sanitária e sal de cozinha); e Estádio Estadual Milton de Souza Corrêa (pilha de batatas). Fonte:autores

Conclusões

Muitos trabalhos no ensino de química são voltados para a experimentação e questões motivacionais são de grande relevância, pois torna o aluno foco principal da sala de aula, tratando conhecimentos, pré-estabelecidos por um cronograma escolar, de acordo com as curiosidades e necessidades dos estudantes. Além disso, a oportunidade de escolha despertou a curiosidade, fazendo-os perceber que, o que estão aprendendo é algo que foi outrora desmembrado de um conhecimento maior. Desta forma o presente trabalho buscou reunir conhecimentos de diversas ciências para a explicação da temática estudada.

Agradecimentos

CAPES, PIBID, UEAP.

Referências

BUROCHOVITCH, E.; BZUNECK, J. A. (orgs.). A motivação do aluno: contribuições da psicologia contemporânea. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
BZUNECK, J. A. (1996) A Motivação de Professoras do Ensino Fundamental: Um Estudo de Suas Crenças de Auto-Eficácia. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 48 (4), p. 57-89.
CHASSOT, A. A Educação no Ensino de Química. Ijuí: Unijuí, 1990.
COPPOLA, P. B. Laboratório didático: garantindo a experiência de aprendizagem ativa. In: SVINICKI, MARILLA; MCKEACHIE, WILBERT J. Dicas de Ensino: Estratégias, Pesquisa e Teoria para Professores Universitários. 13. ed. SÃO PAULO: CENGAGE, 2013. cap. 19, p. 297-306.
COSTA, M. S. P.; SANTOS, S. S.; NASCIMENTO, P. C. C.: Maquete como Recurso Pedagógico na Construção do Conhecimento Interdisciplinar. IV FIPED. Fórum Internacional de Pedagogia. Editora Relize, Campina Grande. 2012.
GERHARDT, T. E.; SILVEIRA, D. T. Métodos de Pesquisa: Série Educação a Distância. 1ª. ed. Universidade Federal do Rio Grande do Sul: Editora Eletrônica: Luciane Delani, 2009.
MORAES, C. R; VARELA, S.: Motivação do Aluno Durante o Processo
de Ensino-Aprendizagem. Revista Eletrônica de Educação. Ano I, n. 01, ago. / dez. 2007.