Autores
Lima, V.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Fialho, L.B.A. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Rocha Filho, G.N. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Machado, J. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)
Resumo
Neste trabalho, buscou-se demonstrar que há melhor compreensão dos alunos sobre ligações químicas, polaridade, densidade e separação de fases quando conectados com práticas experimentais. Foram utilizados questionários e experimentos para constatar a importância da aproximação do conteúdo com a realidade dos alunos.
Palavras chaves
Educação em química; Ensino experimental; Metodologia de ensino.
Introdução
No processo pedagógico, alunos e professores devem assumir seus papéis conscientemente, não são apenas sujeitos do “ensinar” e do “aprender”, e sim, seres humanos com histórias e trajetórias únicas. Para o educador, no processo de ensino- aprendizagem é preciso um reconhecer o outro (professor e aluno) em toda sua complexidade, em suas esferas biológicas, sociais, culturais, afetivas, linguísticas entre outras. O ensino-aprendizagem promove o diálogo entre o conteúdo curricular (formal) e os conteúdos únicos (vivências, história, individualidade) tanto do professor quanto do estudante. Seguindo essa linha de raciocínio, faz-se indispensável o uso de projetos pedagógicos inovadores e a experimentação é importante na atividade pedagógica porque permite dar sentido aos conceitos químicos (SALVADEGO e LABURÚ, 2009), no qual irá fomentar a curiosidade do aluno mediante conteúdos antes considerados impossíveis de assimilação. A química enquanto ciência utiliza massivamente o abstrato na exposição de conteúdos dificultando o entendimento por parte dos alunos. Baseado nisso, docentes devem através de aulas experimentais após aulas teóricas corroborar o que foi ministrado. A exemplo do que será exposto, temos a determinação do teor de álcool na gasolina, fração do petróleo que apresenta maior valor comercial, tipicamente uma mistura de hidrocarbonetos saturados que contém de 5 a 8 átomos de carbono por molécula (MORRISON e BOYD, 1996; SOLOMONS, 1996), que é útil a maioria dos brasileiros e que está atrelada ao dia-a- dia dos alunos. Nesta determinação, são abordados conceitos como ligações químicas, polaridade, densidade e separação de fases.
Material e métodos
A proposta de aula foi aplicada na escola Magalhães Barata, localizada na Vila de Americano, Santo Antônio do Tauá, Pará. A aula foi ministrada em uma turma do 1° ano do Ensino Médio, com 33 alunos presentes. Inicialmente, por falta de base teórica dos alunos foi necessário apresentar os conceitos de ligações químicas, polaridade, separação de misturas de fases e, em seguida, foi aplicado um questionário contendo 5 questões relacionadas aos temas abordados e suas aplicações práticas. Posteriormente, foi realizada a seguinte prática experimental: aferiu-se uma quantidade de exatamente 50 mL de gasolina comum e 50 mL de solução de NaCl 10% em uma proveta de 100 mL devidamente calibrada, onde foi provado os conceitos anteriormente ministrados. Após a apresentação do experimento com explicação foi novamente aplicado o questionário inicial. Na prática utilizou-se: béquer de 100 mL, proveta calibrada de 100 mL, pipeta pasteur, solução de NaCl 10% e gasolina comum. Os materiais empregados na prática foram cedidos pelo Laboratório de Pesquisa e Análises de Combustíveis (LAPAC), implantado na Universidade Federal do Pará (UFPA).
Resultado e discussão
Notou-se uma melhora significativa no entendimento do conteúdo abordado após a
realização do experimento, em comparação a abordagem teórica inicial. A aplicação do
questionário como indicador de aprendizagem salientou a importância da realização de
práticas após abordagem teórica no ensino, facilitando o entendimento dos alunos.
Comparação de desempenho entre tipos de aulas
Conclusões
A partir da avaliação do desempenho dos alunos na aula prática e teórica foi possível observar que a realização de experimentos após a abordagem teórica é de suma importância para assimilação do conteúdo ministrado, tornando a aula experimental uma alternativa de ensino, despertando a curiosidade nos alunos, nos quais notou-se uma interação melhor durante a prática.
Agradecimentos
Agradecemos ao Prof. Dr. Jorge Ricardo Machado, do Instituto de Ciências da Educação (ICED/UFPA) e ao Laboratório de Pesquisa e Análises de Combustíveis (LAPAC/UFPA).
Referências
MORRISON, R.; BOYD, R. Química Orgânica. 13ª ed. Trad. M.A. da Silva. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 110-115 e 294-304, 1996.
SALVADEGO, W. N. C, LABURÚ, C. E. Uma análise das relações do saber profissional do professor do ensino médio com a atividade experimental no ensino de química. Química Nova na Escola, Vol. 31, n° 3, 2009.
SOLOMONS, T. W. G. Química Orgânica. 6ª ed. Trad. W. Oh Lin. Rio de Janeiro: LTC Livros Técnicos e Científicos, Vol. 1, 76-85 e 127-131, 1996.