Autores

Trindade Souza, J.R. (UFPA) ; Brito, L.P. (UFPA) ; Valente, J.A.S. (EAUFPA)

Resumo

O objetivo do trabalho foi verificar como são tratados conceitos e fenômenos químicos no âmbito do ensino fundamental e como pode influenciar no desempenho dos estudantes na disciplina Química nos níveis subsequentes ao fundamental, tomando como referência a visão dos estagiários de Licenciatura em Química e Ciências Naturais. Esta pesquisa qualitativa utilizou como material empírico os registros no memorial de estágio de 54 alunos de Química e 62 de Ciências Naturais que concluíram os cursos no biênio 2015-2016. Como ferramenta metodológica de análise foi utilizada a Analise Textual Discursiva. Os resultados apontam para um tratamento inadequado para os conceitos de Química no nível fundamental que pode influenciar negativamente no desempenho dos alunos nesta disciplina no nível médio.

Palavras chaves

Ensino de Química; Ensino fundamental; Ciências Naturais

Introdução

Tanto em exames nacionais e internacionais quanto nas atividades de sala de aula observa-se que os estudantes não são capazes de associar o conteúdo abordado no ensino Química com o seu cotidiano, decorrência da opção de metodologias que não conseguem efetivar um ensino contextualizado e interdisciplinar, produzindo consequentemente um conhecimento fora do alvo de interesse dos alunos, gerando, sobre esta área de conhecimento, perspectivas desalentadoras para a educação brasileira. Talvez, por isso, a disciplina Química apresenta elevados índices de rejeição entre os estudantes. De modo geral os estudantes encontram obstáculos na aprendizagem dos conceitos químicos, em todos os níveis de ensino, uma vez que não compreendem o significado e a utilização dessa área de conhecimento. “Quando os conteúdos não são contextualizados adequadamente, estes tornam-se distantes, assépticos e difíceis, não despertando o interesse e a motivação dos alunos” (ZANON; PALHARINI, 1995, p. 15). Vários são os aspectos que podem contribuir para esta situação ineficaz de ensino e de aprendizagem: os paradigmas educacionais que não permitem uma aprendizagem significativa; a complexidade da disciplina; as metodologias adotadas; a ausência de experimentação; a falta de apresentação de situações concretas; a abstração exagerada de alguns conceitos e fenômenos; a ausência de compromissos com a educação de alguns docentes, que se acomodam em uma determinada zona de conforto, a falta de interesse dos alunos. Enfim os obstáculos didáticos e epistemológicos presentes em docentes e discentes que não permitem uma aprendizagem contextualizada no ensino de Química. No entanto, um dos motivos que podem colaborar para esta situação é pouco citado e raramente pesquisado por educadores: “o tratamento de conceitos e fenômenos químicos no âmbito do ensino fundamental e a influência deste tratamento no desempenho dos estudantes na disciplina Química nos níveis posteriores”. Mesmo que apenas as principais noções de Química sejam trabalhadas de modo superficial, uma grande parte dos alunos do nono ano do Nível Fundamental encontra muitas dificuldades em compreender e dominar os seus conteúdos. Esta realidade constitui um dos temas mais discutidos nas pesquisas sobre o Ensino das Ciências da Natureza. No entanto, apesar de existir quem atribua o fracasso escolar exclusivamente à falta de interesse do aluno, há um consenso geral de que são vários os fatores que contribuem para o insucesso dos alunos nos estudos dessa disciplina. A estrutura escolar e o desempenho do professor são alguns dos pontos fundamentais para o desenvolvimento dos estudantes (LIMA; BARBOSA, 2015, p. 34). Talvez esse problema, associado ao professor, seja ainda anterior aquele dos docentes das séries finais do ensino fundamental, pois várias “dificuldades enfrentadas pelos professores dos anos iniciais do ensino fundamental para ensinar ciências têm origem nos cursos de Pedagogia” (RICHETTI, 2018, p. 298). A autora menciona que as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia contemplam uma formação docente generalista, que, para o ensino de ciências, se constitui como um obstáculo à atuação docente. Gatti e Nunes (2009) comentam que os aspectos práticos são relegados, na formação inicial de docentes e como consequência quando se tornam professores não realizam a associação dos conteúdos disciplinares aos contextos escolares e da sociedade. Richetti (2018, p. 298) citando Gatti (2014, p. 39) concorda que no contexto das ciências da natureza, a formação realizada nos cursos de Pedagogia é insuficiente, pois é “apenas um verniz superficial de formação pedagógica e de seus fundamentos que não pode ser considerado realmente uma formação de profissionais para atuar em escolas atualmente”. Por outro lado, a formação dos professores de ciências parece ainda distantes de proporcionar aos futuros docentes uma capacitação que possa romper com as dificuldades aqui expostas no sentido, principalmente, de propiciar aos estudantes da educação básica um ensino de ciências, e nesse particular de Química, mais contextualizado e mais significativo para esses estudantes. Diante do exposto, o objetivo deste trabalho é o de verificar como são tratados conceitos e fenômenos químicos no âmbito do ensino fundamental e como esse tratamento pode influenciar no desempenho dos estudantes na disciplina Química no ensino médio, na visão de estagiários de Licenciatura em Química e Licenciatura em Ciências Naturais.

Material e métodos

Esta pesquisa qualitativa utilizou como instrumento de coleta de dados os registros no memorial de estágio de 54 alunos de Licenciatura em Química e 62 alunos de Licenciatura em Ciências Naturais que concluíram o curso entre os anos de 2015 e 2016 na Universidade Federal do Pará. O 1º estágio de Licenciatura em Química e o último (4º) estágio de Licenciatura em Ciências Naturais, coincidentemente, são realizados no último ano do ensino fundamental (9º ano). No memorial de estágio devem-se inserir comentários sobre como decorreram os estágios (análise crítica) e também os reflexos na carreira profissional docente. Os alunos registram livremente as experiências educacionais vivenciadas às quais atribuem significados, entre os quais, o tratamento dedicado ao ensino de Química no nível fundamental. Do quantitativo de memoriais, após análise inicial, foram selecionados 52 memoriais (40 de licenciandos em Química e 12 de Ciências Naturais) que continham informações a respeito deste tratamento. É importante ressaltar a abrangência desse material empírico, pois os estudantes da graduação estagiavam nas mais diversas instituições de ensino privada e pública (federal, estadual e municipal) tanto na capital como no interior do estado do Pará. Os sujeitos da pesquisa foram identificados por En, onde E representa estagiário e n significa o número atribuído para sua identificação. Como ferramenta metodológica de análise foi utilizada a Analise Textual Discursiva (ATD), apoiada em Moraes e Galiazi (2013). Esses autores nomeiam os seguintes passos metodológicos da ferramenta: (a) Desmontagem dos textos: também denominado de processo de unitarização, implica examinar os materiais em seus detalhes; (b) Estabelecimento de relações: implicando em construir relações entre as unidades de base; e (c) Captando o novo emergente: possibilita a emergência de uma compreensão do material empírico. Nesse sentido foram estabelecidas categorias de respostas que serão apresentadas na seção de resultados desse artigo.

Resultado e discussão

No sentido da pergunta investigativa: que tratamento é dedicado a conceitos e fenômenos químicos no âmbito do ensino fundamental e como podem influenciar no desempenho dos estudantes na disciplina Química no ensino médio? Foi possível estabelecer categorias de respostas apontadas pelos estagiários: a) O tratamento disciplinar Essa categoria ressalta que na visão dos estagiários o tratamento dos conceitos tinha caráter disciplinar. No sentido de exemplificar essa categoria de resposta, trazemos os excertos do que registraram no seu memorial E1 e E7, expressando que: E1: “Alguns professores têm dificuldade em reconhecer fenômenos químicos em atividades de Biologia e/ou de Física ignorando a interdisciplinaridade dos anos iniciais.” E7: “Até hoje não consigo entender o motivo de no 9º ano alguns fenômenos receberem tratamentos disciplinares”. De acordo com Milaré e Alves Filho (2010, p. 101), na disciplina “Ciências” desenvolvida no último ano do ensino fundamental “a Química é tratada disciplinarmente, contrapondo-se à interdisciplinaridade e à contextualização necessárias nesta fase do ensino”. o programa escolar do nono ano do ensino fundamental, em geral, é constituído por conteúdos de Química e Física que são divididos entre os semestres do ano letivo. Tais conteúdos são desenvolvidos como se fossem disciplinas separadas e desconexas, apesar de serem ministradas pelo mesmo professor – a maioria formada em Ciências Biológicas – e se tratar da disciplina anual de Ciências. Trata-se de uma antecipação da abordagem disciplinar das Ciências que deveria ocorrer apenas em fases posteriores do ensino (MILARÉ; ALVES FILHO, 2010, p. 101-102). Mundim e Santos (2012) afirmam que o ensino de ciências nas séries finais do ensino fundamental prioriza o tratamento disciplinar herdado do antigo ginásio, que foi estabelecido na reforma do ensino secundário de 1942 e pela primeira Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1961, contrariando a perspectiva de ensino para formação geral do estudante estabelecida pela atual LDB de 1996. Reinke e Sangiogo (2017) comentam que o ensino de Ciências da Natureza implica na aprendizagem de conhecimentos de Biologia, Física e Química e que, portanto, exigem linguagens e práticas específicas para tais campos de conhecimentos. b) Ausência de contextualização Essa categoria ressalta que na visão dos estagiários o tratamento dos conceitos não era contextualizado, mas ensinados de forma canônica. O exemplo dessa categoria de resposta pode ser vista na visão do estagiário E2 ao dizer que: E2: “Quando algum conteúdo de Química é apresentado, muitas vezes é de modo abstrato, o que leva os alunos a considerarem a Química como uma disciplina muito difícil e sem utilidade na nossa vida, o que talvez acabe por influenciar negativamente o seu rendimento escolar nesta disciplina no futuro”. Sobre esta situação Moreira et al. (2013) abordam o fato de que a carência de contextualização no ensino de química no ensino fundamental é refletida no ensino médio, uma vez que como os aluno não percebem o significado ou a validade do que estudam tornam os conhecimentos desta ciência sem interesse para o aprendiz. c) Pouco interesse pelos fenômenos químicos por parte dos professores Nessa categoria os estagiários ressaltaram o pouco interesse dos professores de abordar os fenômenos químicos como em um processo de fuga a respeito dos assuntos associados a esses fenômenos. Essas evidencias ficam claras na visão do estagiário E3 E3: “[...] apesar de ser uma disciplina interdisciplinar, nas aulas de ciências do 6º ao 8º ano os professores raramente mencionam conceitos fenômenos de Química. Eles citam mais os conteúdos de outras disciplinas, principalmente Biologia”. Ao encontro deste resultado Nunes et al. (2010, p. 25) verificou, em uma pesquisa, que alguns professores de Ciências quando perguntados sobre se trabalham conteúdos de química e física em suas aulas afirmaram não estar confortáveis em ensinar ciências no geral, e principalmente nos conteúdos de química e física trabalhados no nono ano do ensino fundamental. d) Entendimento errôneo de que o domínio dos fenômenos químicos é exclusividade do nível médio Essa categoria explicita que os estagiários perceberam que os professores procuram transferir para o ensino médio a explicações dos fenômenos químicos para o ensino médio. Nesse particular o estagiário E4 em sua visão ilustra bem essa categoria: E4: “Várias vezes presenciei uma explicação simplista e superficial sobre um fenômeno envolvendo conceitos de Química e de que no nível médio os alunos iriam entender melhor aquele fenômeno”. Brito (2014, p. 34) conclui que o ensino de Química deve ser aplicado em situações cotidianas e que não deve ser apresentada ao aluno somente nos anos finais do ensino fundamental. A autora observou poucas abordagens de conceitos químicos nos anos iniciais deste nível de ensino. Além de uma abordagem muito simplificada dificultando o entendimento dos estudantes quando esses conteúdos apresentarem maior complexidade em um contexto mais avançado. e) Inadequação dos livros didáticos para o entendimento dos conhecimentos de Química com toda a sua importância e complexidade A categoria de resposta oferecida pelos estagiários evidencia que há diferença acentuada das abordagens das temáticas nos livros didáticos do ensino fundamental para o ensino médio. É o que ressalta E5: E5: “penso que existe uma distância muito grande entre a linguagem adotada nos livros de Ciências do nível fundamental e os livros de Química do ensino médio, muitas vezes sem uma explicação adequada e necessária para o aluno entender o que está lendo (estudando) no livro.” Tiedemann (1998) analisou alguns livros de ciências para a 8a série (9º ano) constatou a existência de alguns equívocos, tanto no que se refere a impropriedades de conteúdo, devido à faixa etária dos alunos, como a impropriedades conceituais. Em relação ao ensino de química o autor apontou termos, definições e classificações que “não são familiares nem mesmo para um químico profissional”, além de analogias desnecessárias e modelos abstratos, impróprios para alunos do nono ano ou até mesmo do ensino médio. Como, neste nível, não é apresentado ao aluno a “beleza da química”, e a sua importância para a sociedade, “não é surpreendente que ele comece a odiar a matéria”. f) Formação / Qualificação dos professores A categoria de resposta ressalta a necessidade de formação adequada de professores para atuar na série final do ensino fundamental para abordagem dos conceitos relacionados ao ensino de química, como pode ser exemplificado pelo estagiário E6 E6: “A carência de professores qualificados para a regência de aulas de ciências e Química no nível fundamental pode contribuir para este contexto de baixa aprendizagem de Química”. Zanon e Palharini (1995, p. 15) afirmam que “não são recentes as preocupações em relação à ineficiência da formação em química ao longo do ensino fundamental. Em geral, os professores de ciências têm formação deficiente em química”. Para Messeder e Oliveira (2017, p. 122) embora exista consenso acerca da importância da inclusão do ensino de ciências no ensino fundamental, na realidade isto ainda não foi bem consolidada pelos professores e como consequência o interesse dos discentes pela área diminui. Os autores afirmam que “é importante que o contato com novas tecnologias educativas e estratégias de ensino seja desde a formação inicial, e que também percorra toda a atividade docente”.

Conclusões

Apesar de vários conteúdos ao longo de todo o ensino fundamental necessitarem de uma abordagem relacionada ao ensino de Química, apenas no nono ano deste nível de ensino se tem oficialmente o primeiro contato sistematizado com esta área de conhecimento. Ainda assim, em algumas escolas esta abordagem que deveria ser interdisciplinar, pois trata de fenômenos naturais interdisciplinares, torna-se disciplinar com dois professores, um de Química e outro de Física, cada um ministrando a sua especificidade perdendo, os alunos, a oportunidade de aprender conteúdos científicos dentro de um contexto real. São diversos os motivos das dificuldades associadas ao ensino de Ciências, envolvendo conceitos de Química, como, a formação inadequada de professores para esta ciência, uso incorreto de conteúdos, dificuldade associada à natureza abstrata dos conceitos, complexidade de alguns conteúdos, mas principalmente o caráter disciplinar dedicado a uma ciência por natureza interdisciplinar. Conclui-se, portanto, que o ensino de Química no ensino fundamental recebe um tratamento inadequado para os objetivos da educação atual. Mesmo no nono ano o que se observa é um tratamento conceitual fortemente teórico sem relação com fenômenos observados diariamente prevalecendo um alto quantitativo de conteúdos memorialísticos, em detrimento da aplicação desta disciplina na vida dos alunos e da sociedade e como consequência não apresentando significados para vida dos estudantes, o que por certo prejudica o desenvolvimento intelectual.

Agradecimentos

Aos alunos/estagiários de Licenciatura em Química e Licenciatura em Ciências Naturais da Universidade Federal do Pará que por meio do memorial do estágio forneceram dados

Referências

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