Autores

Varela, L.K.S.L. (IFRN) ; Oliveira, J.B.S. (IFRN) ; Azevedo, F.F.C. (IFRN) ; Lemos, P.H.M. (IFRN) ; Bezerra, D.P. (IFRN)

Resumo

Pensar na formação do professor em um ambiente que se limite apenas a sala de aula é menosprezar as diversas possibilidades existentes em que esse profissional pode atuar. Desta maneira os cursos de licenciatura devem atentar para essas diversas possibilidades, permitindo que seus graduandos conheçam e aprendam sobre espaços diferenciados de formação. A organização de uma mostra científica por estudantes de licenciatura é uma possibilidade que esse futuro educador tem de se aproximar cada vez mais de sua futura prática profissional. Diante dessa discussão foi realizado esse trabalho no intuito de expor a contribuição que a organização de uma mostra científica pode ter no curso de formação de professores.

Palavras chaves

Mostra científica; Formação de professores; Espaços de formação

Introdução

O desenvolvimento do sujeito acontece em diferentes espaços de formação, como por exemplo, a sala de aula, que é equivocadamente vista, na maioria das vezes, como o único espaço onde o indivíduo aprende. Portanto, pensar na formação do professor em um ambiente que se limite apenas a sala de aula é menosprezar as diversas possibilidades existentes em que esse profissional pode atuar. Desta maneira os cursos de licenciatura devem atentar para essas diversas possibilidades, permitindo que seus graduandos conheçam e aprendam sobre espaços diferenciados de formação. Geralmente, ao se pensar em uma aproximação do licenciando a realidade escolar a primeira coisa que se vem a cabeça é o estágio, que na maioria das vezes se limita a sala de aula. Daí, mais uma vez a dificuldade de inserir o licenciando em outros espaços tais como, aulas de campo, aulas experimentais, espaços informais, feiras e mostras científicas. Desta maneira, Dornfeld e Maltoni (2011, p. 44) ressaltam em seus trabalhos que tem-se procurado nos cursos de licenciaturas é proporcionar um contato mais cedo dos futuros professores com as atividades de sala de aula, bem como aguçar sua criatividade na elaboração e na proposição de práticas diferenciadas”. Pensando nisso, a organização de uma mostra científica por esse estudante de licenciatura é uma possibilidade que esse futuro professor tem de se aproximar cada vez mais de sua futura prática profissional.

Material e métodos

A mostra científica aconteceu no IFRN - Campus Ipanguaçu em Agosto de 2017, com a proposta de apresentação de trabalhos científicos na área de Ciências da Natureza por alunos do 1º, 2º e 3º ano do ensino médio da rede pública estadual da região do Vale do Açu. A organização do evento foi realizada por alunos do curso de Licenciatura em Química e divididos em duas equipes: uma para divulgar o evento e orientar os alunos das escolas a escreverem os trabalhos e outra para avaliar esses trabalhos após a submissão. A mostra foi divulgada nas escolas da região do Vale do Açú através de cartazes e comunicação oral nas salas de aula, por redes sociais e através do site do evento (http://eventos.ifrn.edu.br/mostracientificaip2017/). Neste site continha um edital que explicava todas as informações necessárias, tais como se daria a submissão dos trabalhos, quais critérios eram exigidos para o trabalho ser aprovado, quantos autores poderiam estar no trabalho, que o mesmo seria apresentado em forma de banner, e ainda seria avaliado no momento da apresentação, pois havia premiação para a primeira, segunda e terceira colocação. Após a submissão dos trabalhos, os mesmos foram avaliados pela equipe organizadora do evento. Em seguida, após as avaliações, o resultado dos trabalhos selecionados para apresentação foi divulgado no site do evento. No dia da apresentação os alunos foram avaliados com critérios como coerência, criatividade e adequação ao tema do evento (o Homem e o Ambiente). Os dois primeiros colocados receberam credenciais para participar de outra mostra científica a ser realizada no mesmo ano, mas no IFRN – Campus Zona Norte (localizado na cidade de Natal/RN) e o terceiro lugar recebeu uma coleção de livros de Química.

Resultado e discussão

A mostra realizada demonstrou ter sido um sucesso para os alunos da rede pública estadual (RN) que participaram apresentando trabalhos como também para os discentes que organizaram (licenciandos em Química). O fato de ter sido pensado e organizado por discentes em formação tornou-se uma proposta nova, auxiliando nas futuras atuações profissionais. O tipo de evento, também demonstrou e despertou a importância do uso de metodologias científicas para um melhor ensino, motivando o gosto pela pesquisa nos discentes. Estar em contato com a orientação de projetos e a organização do evento, ainda na posição de discente em formação, propicia uma melhor entrada nessa área que é o de ensinar, por meio da vivência de alguns desafios e também vitórias da carreira docente. A responsabilidade da orientação dos projetos, de estar em contato com os discentes participando das dúvidas e dá busca por respostas como mediação docente, também trouxe a relevância da colaboração entre professor e aluno, enunciando que sem essa aproximação, não é possível aprender e nem ensinar de maneira significativa para ambas as partes. Procurou-se em todo o evento familiarizar os discentes das escolas públicas com o ambiente de feiras científicas. Os trabalhos foram expostos em formato de banner no centro de vivência da instituição, proporcionando um envolvimento com os discentes do instituto. Os avaliadores, se deslocavam ouvindo as apresentação dos projetos. Ao longo do evento, também houve apresentação cultural e ao final a premiação dos melhores trabalhos científicos.

Apresentação dos projetos da Mostra Científica

Figura 1: Apresentação dos projetos da Mostra Científica (Fonte: Próprio Autor)

Conclusões

Na formação de licenciados em Química não é somente a teoria que contribui com o seu desenvolvimento, é necessário uma participação mais próxima no ambiente escolar e seus desafios. A mostra científica proporcionou aos discentes do curso, uma interação maior com o público escolar, trazendo a necessidade da busca por meios pedagógicos que possam contribuir com a aprendizagem e interação de sujeitos. É na prática do cotidiano escolar, que o discente em desenvolvimento, se reconhece e se constrói.

Agradecimentos

Os autores deste estudo agradecem à Pro-Reitoria de Pesquisa e Inovação do IFRN pela bolsa concedida.

Referências

DORNFELD, C. B.; MALTONI, K. L. A Feira de Ciências como auxílio para a formação inicial de professores de ciências e biologia. Revista Eletrônica de Educação. São Carlos, SP: UFSCar, v. 5, no. 2, p.42-58, 2011.
GAUTERIO, P. C.; GUIDOTTI, L. S.; ARAÚJO, R. R. Educação em espaços não-formais e divulgação científica 1 Feira de Ciências: Espaço de interação e investigação na formação continuada de professores. XI Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências – XI ENPEC Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, 2017.
NOBRE, C. J. S. et al. OFICINAS E FEIRA DE CIÊNCIAS: PRÁTICAS SIGNIFICATIVAS PARA O PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM NA PERCEPÇÃO DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO EM PATOS-PB. Revista Ensino & Pesquisa, v.13 n.01 p.1-10, 2015.
SANTOS, A. B.; NASCIMENTO, S. S. FEIRAS DE CIÊNCIA: O CASO DA MOSTRA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ITUIUTABA (MOCTI), Uberlândia, v. 13, n. 2, p. 95-102, 2014.