Autores

Cláudia Silva Nascimento, E. (UFAM) ; Maia Correa, G. (UFAM) ; Carmo, D. (UFAM)

Resumo

O desenvolvimento no ensino de ciências proporcionou motivações para transformação na educação e incentivou inúmeros movimentos na reforma de ensino. Os materiais didáticos são ferramentas fundamentais para os processos de ensino e aprendizagem, e o jogo didático caracteriza-se como uma importante alternativa para auxiliar em tais processos por favorecer a construção do conhecimento ao aluno. Nesse sentido,considerando a viabilidade da utilização dos jogos didáticos no ensino de ciências, o presente trabalho, analisou a relevância da utilização de jogos didáticos na compreensão e aprendizagem dos conteúdos da Tabela Periódica sendo possível inferir que esses recursos didáticos contribuem significativamente no processo de ensino e aprendizagem de Química.

Palavras chaves

Tabela periódica; Ensino de ciências; Jogos de química

Introdução

O ensino de química quando não utilizado de outras ferramentas pode tornar as aulas exaustivas para os educandos, pois muitas vezes estes precisam decorar símbolos e fórmulas que são abordados no decurso dessa ciência. Para Azevedo (2015) o ensino de química deve ser relevante para os alunos. Para isso, o professor deve acrescentar metodologias facilitadoras para o processo da aprendizagem. É de grande relevância também apresentar as aplicações dessa ciência aos alunos. De acordo com a literatura consultada (SOARES, et al., 2003;ARAUJO et al., 2015; BORGES e OLIVEIRA, 1999; VYGOTSKY, 1989; KISHIMOTO, 1994), a utilização do lúdico na escola caracteriza-se como um recurso pedagógico de muito valor, uma vez que oportunizam a interlocução com as aulas expositivas, teóricas e práticas no processo de ensino-aprendizagem. Para Ronca (1989), o movimento lúdico, torna-se fonte prazerosa de conhecimento, pois o indivíduo constrói classificações, elabora sequências lógicas, desenvolve a psicomotricidade, a afetividade e amplia conceitos científicos. É importante lembrar que o jogo didático exige confronto, negociações, trocas, proporcionando conquistas cognitivas, emocionais e sociais. Entretanto, conforme mencionado por Lopes (2001), não se pode esquecer que os jogos são apenas um complemento e devem ser utilizados como um recurso pedagógico. Nesse contexto, este trabalho tem como objetivo a utilização de recursos didáticos educacionais que proporcionem uma maior aprendizagem e tornem o ensino de Química mais dinâmico. Os jogos pedagógicos propostos abordaram o conteúdo Tabela periódica e foram desenvolvidos e aplicados em uma turma do 9º ano do ensino fundamental regular em uma Escola pública localizada no município de Itacoatiara - Amazonas.

Material e métodos

Nessa pesquisa adotou-se a abordagem qualitativa utilizando-se métodos exploratórios, experimentais. Os dados obtidos foram explorados a partir de observações, descrições e respostas dos alunos, com o objetivo de comprovar o lúdico como motivador do processo de aprendizagem e não para avaliar estatisticamente a evolução dos alunos com dados numéricos. Os sujeitos desta pesquisa, totalizando 17 educandos, foram os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental do turno vespertino, com idade média entre 14 e 18 anos, sendo estes todos regularmente matriculados, moradores da zona rural e urbana do município de Itacoatiara – Amazonas. Os jogos didáticos (Jogo da Memória e Jogo da Trilha da tabela periódica) foram planejados, confeccionados e testados. Os questionários foram aplicados para o público alvo.O trabalho foi desenvolvido em três etapas: 1. Aulas de revisão sobre o assunto tabela periódica e aplicação de questionário prévio ao jogo; 2. Aplicação do jogo e do questionário pós-jogo; 3. Aplicação do questionário avaliativo pós-jogo.

Resultado e discussão

A contribuição pedagógica dos dois jogos educacionais apresentados foi analisada basicamente por meio de questionários. A análise das respostas do questionário prévio demonstrou que os alunos já apresentavam algum conhecimento do assunto, visto que já tinham estudado o conteúdo em aulas anteriores à aplicação dos jogos. Um dos parâmetros avaliados foi identificar em quais questões os alunos tiveram maior dificuldade. Para isso,inicialmente agruparam-se os alunos individualmente para responderem ao questionário, e posteriormente em grupos. Em seguida, verificou-se a quantidade de acerto por aluno em cada questão e o percentual. Após a aplicação do questionário II pós-jogos, pode-se perceber uma melhora no desempenho dos alunos, tendo em vista que antes dos jogos os alunos acertaram em média de 70% das questões e após intervenção com os jogos houve uma melhora em média de 87% de acertos.Essas análises mostram que a aplicação dos jogos didáticos melhorou o desempenho dos participantes. Através do questionário III, de acordo com as respostas apresentadas, conclui- se que a maioria dos alunos tem consciência da utilidade que os jogos didáticos quando unidos ao aspecto lúdico contribui como um aliado ao processo de ensino-aprendizagem. Os dados mostram que 98% dos alunos consideraram o jogo da memória como "bom" e 100% classificaram o jogo da trilha como "bom".Pedroso (2009) e Fialho (2007) acreditam que as atividades lúdicas são uma tendência motivante e uma técnica facilitadora na elaboração de conceitos, além de promover a sociabilidade entre os colegas, estimulando o espírito competitivo e cooperativo.

Conclusões

A partir dos resultados obtidos podemos inferir que a introdução de jogos no cotidiano escolar é muito importante, devido à influência que os mesmos exercem frente aos alunos, pois quando eles estão envolvidos emocionalmente na ação, torna-se mais fácil e dinâmico o processo de ensino e aprendizagem. A função educativa do jogo foi facilmente observada durante sua aplicação com os alunos da escola, verificando-se que ela favorece a apreensão de conhecimentos, em clima de alegria e prazer.

Agradecimentos

A Universidade Federal do Amazonas pelo apoio na elaboração de trabalho de conclusão de curso.

Referências

ARAUJO, A. F. V.; LIMA, N. S.; SANTOS, V. L.; VENÂNCIO, C. R. R. Jogos didáticos em química: proposta de um novo jogo para o ensino de química orgânica. Revista Brasileira de Ensino de Ciências Naturais, v. 1, n. 1, p. 13-21, 2015.
AZEVEDO, ISREELE JUSSARA G. Percepção de Professores e Alunos Sobre o Uso de Jogos Didáticos para o Ensino De Biologia. Trabalho De Conclusão De Curso – Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia, Licenciatura em Ciências: Química E Biologia, 2015.
BORGES, M.A.F.; OLIVEIRA, S.P. Learning biologywith gene. Proceedings of the PED’99 Conferece, Exeter, England, 1999. Disponível em: <http://www.dcc.unicamp .br/maborges/PEG99Gene. htm>. Acesso em Setembro de 2017.
FIALHO, Neusa. Os jogos pedagógicos como ferramentas de ensino, 2007. Disponível em: <http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2008/anais/pdf/293_ 114.pdf Acesso em 22/11/2017>.
KISHIMOTO, TizukoMorchida. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira, 1994.
LOPES, M. da G. Jogos na Educação: criar, fazer e jogar. 4º Edição revista, São Paulo:Cortez, 2001.
PEDROSO, C.V. Jogos didáticos no ensino de biologia: uma proposta metodológica baseada em módulo didático. Anais do IX Congresso Nacional de Educação. Santa Maria, 2009. Disponível em: http://www.isad.br/eventos/educere/educere2009/anais/ pdf/2944_1408.pdf Acesso em 18/11/2017.
RONCA, P.A.C. A aula operatória e a construção do conhecimento. São Paulo : Edisplan, 1989.
SOARES, M.H.F.B.; OKUMURA, F.; CAVALHEIRO, E.T.G. Um jogo didático para ensinar o conceito de equilíbrio químico. Revista Química Nova na Escola, n. 18, p. 13-17, 2003.
VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.