Autores

Domingues, C.A.P. (COLEGIO OBJETIVO ARUJA) ; Bispo, F. (COLEGIO OBJETIVO ARUJA) ; Guerra, C. (COLEGIO OBJETIVO ARUJA) ; Filho, A. (COLEGIO OBJETIVO ARUJA) ; Nunes, L. (COLEGIO OBJETIVO ARUJA)

Resumo

O presente trabalho propõe a produção do reagente de Tollens a partir de material alternativo, estalinho de salão ou “biribinha” (que contem nitrato de prata), a fim de facilitar o acesso e possibilitar sua aplicação em aulas de química experimental tanto em nível médio quanto superior. Para tanto foram dissolvidos o conteúdo das caixas de estalinhos em solução amoniacal e realizados testes com glicose 10% (m/v). A partir de 5 caixas de biribinhas, notou-se uma mudança de coloração, no entanto sem formação de deposito metálico. A formação do espelho de prata se deu a partir de 40 caixas e, portanto, atingindo resultado similar ao método tradicional.

Palavras chaves

biribinha; espelho de prata; Tollens

Introdução

Quando falamos de química experimental, voltamos ao século XXI e analisando todo o percurso histórico da química, percebemos sua evolução e importância para humanidade. Ela está muito presente em nosso cotidiano das mais variadas formas e é parte importante dele. A Química explica diversos fenômenos da natureza e esse conhecimento pode ser utilizado em benefício do próprio ser humano, utilizando-a na área da saúde, na indústria, no comércio, nos estudos realizados para obter uma química experimental voltada a melhoria da vida. O estudo da química como ciência experimental no ensino médio permite ao aluno a construção do conhecimento científico e o trabalho prático em laboratório revela uma motivação para o mesmo na compreensão do uso dessa ciência no dia a dia. Trazer experimentos já fundamentados por outros químicos e cientistas para o laboratório da escola permite ao aluno pesquisar a utilização desses elementos químicos no dia a dia, conhecendo seus componentes e suas reações. Para trabalhar com tais reações, aplica-se a química experimental, que não apenas mostra a ocorrência de tais fatos como também atrai a atenção e o interesse do aluno, tornando mais simples a aprendizagem da química. Como exemplo destes experimentos existe o “espelho de prata” que explica o processo de reconhecimento de açucares redutores de forma interativa (JESUS, 2013). E embora seja uma forma viável de explicação, para a realização deste experimento é necessário a utilização do reativo de Tollens, tal reativo é um complexo de íons de prata (diamin prata – [Ag(NH3)2]OH) obtido através da mistura de nitrato de prata (AgNO3) e hidróxido de amônio (NH4OH) (PINTO et al., 2015). Esse que pelo fato de conter o nitrato de prata acaba tendo um alto custo, acarretando problemas para a sua aplicação. Assim sendo, promover a substituição do reativo de Tollens por uma solução de nitrato de prata extraída a partir do Estalinho de Salão, popularmente conhecido como “biribinha”, torna-se algo favorável tanto na questão econômica quanto na questão educacional levando o aluno a compreender o processo de experimentação e transformação desses elementos.

Material e métodos

MATERIAL: Solução de glicose 10% (m/v); amoníaco comercial FARMAX® (5,8%); solução de hidróxido de sódio 10% (m/v); estalos de salão FANTASMINHA® (biribinha); água destilada; tubo de ensaio; pipeta graduada (10 mL), balão volumétrico (500 mL). MÉTODO: Em um balão volumétrico, dissolvemos o conteúdo de 1 caixa de biribinha em 120 mL água destilada. Em seguida filtramos a mistura, recolhendo a fase aquosa (SOLUÇÃO 1). Preparamos a SOLUÇÃO PADRÃO pela adição de 5 mL de amoníaco, 3 gotas de hidróxido de sódio 10% e 5 mL de glicose 10%. TESTE 1 - Em um tubo de ensaio, retiramos 5 mL da solução 1, adicionamos à solução padrão. Com o auxílio de um bico de Bunsen, aquecemos a mistura até próximo a ebulição. Não foi observado nenhuma mudança. Afim de compararmos os resultados, também realizamos o aquecimento da solução padrão sem adicionar a solução 1 (BRANCO). Nenhuma mudança na coloração foi observada. Em seguida aumentamos a concentração da solução 1 pela dissolução de 4 caixas de biribinhas e repetimos o teste (TESTE 2). Uma mudança de coloração foi observada, o que indica a ocorrência de reação, porém sem formação do depósito de prata. Aumentando gradativamente a concentração da solução 1 pela dissolução de 5 em 5 caixas de biribinhas e repetindo o teste de aquecimento. Com 40 caixas dissolvidas, observamos a formação de uma coloração acinzentada e a formação de um depósito sobre o tubo (TESTE 3).

Resultado e discussão

Conforme esperado, não houve alteração na coloração da amostra “branco”. Isso se deve pela ausência do redutor (sais de prata). Também não foi observado nenhuma alteração de coloração no teste 1. Ainda que houvesse nitrato de prata, a quantidade era insuficiente, visto que a presença deste sal nos estalinhos é pequena. Por isso, optamos por aumentar a concentração através da dissolução de mais caixas na solução e repetir o teste até que se observasse alteração nos resultados. Com 5 caixas já se notou uma mudança na coloração, o que se interpreta como a ocorrência de uma reação (FIGURA 1). No entanto não formou o espelho. Isso se deve pela baixa quantidade de íons prata presente na solução. Por isso aumentamos a concentração pela dissolução de maior quantidade de estalinhos. Com a dissolução de 40 caixas obtivemos uma coloração, após aquecimento, acinzentada e um pequeno deposito de prata na parede do tubo (FIGURA 2). Isso indica que a reação de oxidação do carboidrato ocorreu, conforme descrito abaixo: R – CHO + 2 [Ag(NH3)2]OH → R – COONH4 + 2 Ag + 3 NH3 + H2O

Figura 1



figura 2



Conclusões

Os testes de diferenciação de carboidratos são importantes para a química e a bioquímica em qualquer nível. Desta forma, a realização de atividades experimentais que abordem esse assunto sempre estão presentes no ensino dessa ciência. Porém, a dificuldade de obtenção de reagentes específicos pode ser um entrave na execução desses procedimentos. Assim, o presente trabalho versa sobre uma alternativa a produção, lançando mão de um material de fácil acesso e (quase) sem restrição para a aquisição. Ainda que seja necessário utilizar uma quantidade significativa para obter o mesmo efeito – o que torna a realização do mesmo mais caro, podendo ser uma alternativa para locais onde o acesso a reagentes químicos seja deficitário. Visto a importância do teste de diferenciação de carboidratos proposto por Tollens.

Agradecimentos

Nós agradecemos ao Colégio Objetivo Arujá pela a disponibilidade do material e do laboratório. Agradecemos também à nossos professores pelo auxílio e apoio no desenvo

Referências

JESUS, Honeiro Countinho De, 1963- J58S. Show de química: aprendendo química de forma lúdica e experimental / Honeiro Countinho De Jesus.- 2.ed.- Vitória: GSA, 2013.
PINTO, G; MARTINS, M; HERNANDEZ, J.M; MARTIN, M.T. EL REACTIVO DE TOLLENS: de la identificación de aldehídos a su uso en nanotecnología. Aspectos históricos y aplicaciones didáctica. An Quím. 111 (3). 2015, 173-180. Disponível em: <http://analesdequimica.es/index.php/AnalesQuimica/article/viewFile/751/944>