Autores

Chagas, P. (IFRJ) ; Nunes, C. (IFRJ) ; Carvalhais, D. (IFRJ) ; Magalhaes, E. (IFRJ) ; Maia, K. (IFRJ) ; Ricardino, L. (IFRJ) ; Menezes, Y. (IFRJ)

Resumo

O presente trabalho aborda a utilização da história do Meteorito Bendegó para o aprendizado de História e Química. Envolver alunos com parte da História do Império e com a química implica em novas descobertas. Assim, o objetivo desse trabalho é trazer uma parte da história, escondida ou ignorada da maioria dos alunos e incentivá-los a ver as disciplinas holisticamente e não como estanques.

Palavras chaves

Meterorito.Bendengó; Química; História

Introdução

A Química sempre é vista, na maioria das vezes, como uma disciplina árida, sem relação com as demais disciplinas do Ensino Médio. Por possuir uma linguagem científica própria, o seu aprendizado acaba sendo mecânico e pouco atraente ao alunado, em geral. Dessa forma, a pesquisa sobre questões históricas (masque envolvam a Química) é uma ferramenta pedagógica, uma vez que a aprendizagem de conteúdos contextualiza e aproxima o aluno da realidade, fora de uma linguagem hermética, facilitando a compreensão do aluno acerca desses conteúdos. Quadros et.al (2010, p.135) aponta um caminho seguir, a sedução intelectual: Professores em geral têm se mostrado poucos motivados a ensinar. Provavelmente isso ocorre por vários motivos, que vão da questão salarial ao pouco resultado, em termos de aprendizagem, que estudantes têm apresentado nos diversos instrumentos de avaliação oficiais (vestibular, ENEM e outros). Como professor não podemos ter o objetivo de obrigar o estudante a aprender. Entretanto, precisamos nos preocupar em apresentar uma química que seduza os jovens ao estudo, que os faça perceber que uma disciplina escolar pode levá-los a entender o mundo e receber compensações pela aprendizagem- não premiações, mas compensações da vida, de saber, de cidadania.

Material e métodos

O procedimento utilizado neste trabalho corresponde a uma pesquisa exploratória, tendo o objetivo de investigar a história do Meteorito Bendegó e seus aspectos históricos e químicos. Para tanto, foram feitas visitas ao Museu Nacional (local aonde se encontra o Meteorito Bendegó), pesquisas bibliográficas em livros didáticos e acadêmicos, além de consulta a sítios eletrônicos correlatos, tais como: Decifrando Meteoritos (Maria Elizabeth Zucolloto); Guia dos Meteroritos Brasileiros (Higor Martinez, Clube dos Autores); Revista Brasileira de Geociências; http://revistacarbono.com/artigos/05fotomicrografias-meteoritos/; http://sites.ulbra.br/mineralogia/conceito_meteoritos.htm; http://astro.if.ufrgs.br/solar/meteor.htm; meteoritos.com.br. Essas investigações foram divididas em três segmentos iniciais: a questão histórica, a questão politica e a questão química. Os alunos envolvidos nesse trabalho de pesquisa fizeram levantamento de dados dos respectivos segmentos e apresentaram seus trabalhos, após análise crítica e interpretação do apurado, de duas maneiras: a) internamente, em forma de seminários, para o grupo de pesquisa; b) externamente, durante Semana Acadêmica do IFRJ. Após a apresentação dos trabalhos, o debate que se seguiu apontou, pelos próprios alunos participantes do projeto, de um conhecimento mais abrangente e menos mecânico. Na Química, pesquisas em todo mundo apontam que o seu ensino é pouco frutífero e dicotomizado da realidade de alunos e professores. A compreensão de situações simples acaba se tornando tediosa, uma vez que a falta de percepção de seus fundamentos teóricos é sistemática, gerando não um aprendizado, mas apenas um ‘adestramento’ de seu uso.

Resultado e discussão

Após os levantamentos e das pesquisas bibliográficas, as apresentações foram feitas, com debates sobre questões que envolviam questões históricas e geográficas (por exemplo, a quase impossibilidade de se transportar um meteorito de quase 4 toneladas pelo interior do país no final do século XVII e no início do século XIX) questões políticas (cada governador chamava a si o feito da descoberta) e questões químicas (composição, origem, classificação) (CARVALHO, 2011). Os resultados levaram à discussão sobre classificação de meteoros e meteoritos, da composição química do Bendengó e de outros corpos celestes e a investigação do uso de ligas metálicas similares à do composição do Bendegó. Além disso, a preocupação de entender como funcionavam as ciências na época imperial e quais eram seus principais fomentadores foram discussões importantes. As ciências, no Brasil, sempre foram relegadas à posições secundárias desde sua independência. As políticas públicas de ciência e tecnologia precisam, cada vez mais, passar por fortalecimento social e econômico.

Conclusões

Diante dos resultados obtidos na realização do trabalho e com referência a contextualização com conteúdos de química, podemos concluir que a pesquisa histórica e química possibilitou a compreensão da relação História e Química, além de demonstrar que a mesma pode ser desenvolvida de forma crítica para que os alunos entendam a sua utilização, facilitando a aprendizagem e demonstrando que o ensino pode ser dinâmico, atrativo e promovendo aprendizagem tanto para o professor quanto para o aluno, principalmente, utilizando assuntos, aparentemente, tão díspares.

Agradecimentos

Agradecemos à nossa instituição, IFRJ, pelo recursos disponibilizados, tanto materiais quanto intelectuais.

Referências

Carvalho et al., Wilton Pinto; O Meteorito Bendegó: história, mineralogia e classificação química; Revista Brasileira de Geociências. 41(1): 141-156, março de 2011

Quadros, A, L et al. A aprendizagem e a competição: A Olimpíada Mineira de Química na visão dos professores do Ensino Médio. Revista de Pesquisa em Educação em Ciências, n. 3, 2010. p. 125-136.