Autores

Barros, E.S.S. (UFAL) ; Oliveira, B.N. (UFAL) ; Malta, V.R.S. (UFAL)

Resumo

Visando a falta de recursos em um âmbito escolar, os jogos didáticos funcionam como um agente facilitador da aprendizagem, podendo ser desenvolvidos a partir de materiais de baixo custo. Diante do exposto, o presente trabalho tem como objetivo desenvolver uma metodologia alternativa a fim de facilitar a compreensão dos assuntos de Química. Dessa forma, foi elaborado o kit “Brincando com Química” com o intuito de proporcionar o aluno uma visão mais ampla do conteúdo através dos meios lúdicos. Os jogos foram aplicados com os alunos do 1º ano do Ensino Médio de um colégio da cidade de Maceió-AL. Após a aplicação dos jogos realizou-se um questionário para avaliar tal metodologia e notou-se uma aprovação sobre método utilizado, além do aumento de interações aluno-aluno e aluno-professor.

Palavras chaves

Jogos Didáticos;; Metodologia de Ensino;; Ensino de Química.

Introdução

A química é uma área do conhecimento que está constantemente presente em nossa sociedade, seja em medicamentos, na alimentação, nos combustíveis, na geração de energia, na tecnologia, no meio ambiente e assim por diante. Portanto, exige-se que o cidadão tenha o mínimo de conhecimento químico para poder participar na sociedade tecnológica atual. (FIALHO, 2007). Em uma visão geral, sabe-se que uma das maiores dificuldades no aprendizado da química se dá pelo fato de ser uma disciplina considerada complexa. Na atualidade, estudar essa matéria está sendo uma atividade exaustiva para a maioria dos alunos. Por envolver cálculos muitas vezes o ensino é administrado de forma que o discente saiba inúmeras fórmulas, decore reações e propriedades, mas sem relacioná-las com o nosso cotidiano. A comunidade necessita de que as escolas adequem-se aos novos métodos educacionais para que prendam a atenção dos alunos de forma mais dinâmica, instigante e acessível. (ANTUNES, 1998). De acordo com Macedo (1995), por intermédio de tanta imposição utilizando métodos educacionais, é preciso desenvolver maneiras de aplicar práticas mais próximas possível da realidade, como por exemplo, integrar jogos didáticos com materiais de baixo custo, reciclados ou o mesmo pode ser manipulado na lousa. Desse modo, foi produzido um kit contendo dois jogos, Quidama e Quitrilha. Utilizando desses jogos, à medida que, os assuntos forem abordados na sala de aula, o professor pode desenvolver uma atividade que dinamize suas aulas, estimulando aos alunos a serem mais participativos permitindo uma maior interação entre docente e discente. Inicialmente, os assuntos testados nos jogos foram Propriedade da Matéria, Separação de Mistura, Modelos Atômicos, Tabela Periódica e Ligações Químicas.

Material e métodos

O Kit “Brincando com Química” é composto por dois jogos, a Quidama e a Quitrilha, desenvolvidos em madeira medindo 25 cm x 25 cm, dispondo no primeiro lado um tabuleiro de dama e no outro lado a trilha com 35 casas, com um custo aproximado de R$ 12,00, que pode ter o valor reduzido utilizando materiais de fácil acesso, como o papelão. Na Quidama, as peças trazem o símbolo, nome e número atômico de um elemento, fazendo uma alusão à química. O conjunto escolhido por cada equipe possui características semelhantes, sendo mais fácil para os alunos familiarizarem-se com os períodos, famílias e classificação dos elementos. Na Quitrilha, a turma é dividida em 4 grupos e a cada rodada o grupo responde uma pergunta e caso acertar joga o dado para avançar um número determinado de casas. A equipe ainda pode parar em uma casa com uma imagem e deve representar a fórmula molecular ou tipo de ligação. Além disso, o jogo possui casas representando perigo que quando sorteado pode favorecer ou desfavorecer a equipe ou indicar a realização de um experimento.

Resultado e discussão

Existem muitas técnicas e metodologias interessantes que poderiam ser desenvolvidas e aplicadas pelo professor, de modo que possibilitaria fazer do espaço, onde a aula é ministrada (sala ou laboratório), um ambiente descontraído, estimulador e desafiador, melhorando assim a aprendizagem do aluno (LIMA, 2012, p. 98). Deste modo, os jogos lúdicos são considerados ferramentas motivacional e significativa para a aprendizagem, visto que estimula o interesse do discente e promove melhorias no processo de aprendizagem (ROCHA et al, p.17. 2011). Quando discutido sobre as competências adquiridas com a aplicação dos jogos, 64% dos alunos atestou que houve o aprimorado dos conhecimentos sobre propriedade da matéria, separação de mistura, modelos atômicos, tabela periódica e ligações químicas após a realização das atividades. Ainda, 30% dos discentes afirmaram que foram trabalhadas outras habilidades durante a execução, como: trabalho em equipe e fatores que auxiliam na construção de um bom relacionamento interpessoal. Além disso, a opinião dos alunos sobre o nível das perguntas citadas no kit, diante disso verificou-se que 34% acharam as perguntas fáceis, e 63% dos alunos durante a aplicação dos jogos possuíam dificuldades em alguns tópicos trabalhados, entretanto as mesmas foram sanadas. Levando- se em consideração os aspectos apresentados nas discussões e no entusiasmo dos alunos na aplicação do kit, percebe-se que os estudantes aprovaram os jogos e a metodologia aplicada.

Conclusões

Como visto anteriormente os jogos didáticos são atividades interativas, estimulantes e construtivas na formação de indivíduos, aumentando a capacidade de levantar hipóteses e relacionar o aprendizado com os problemas do cotidiano. Dessa maneira, o kit foi aprovado pelos alunos como um fator auxiliador no processo de aprendizagem, possibilitando um aumento no seu rendimento escolar, além de estimular o seu raciocínio lógico e pensamento estratégico. É importante salientar que a aplicação ajudou para uma maior interação entre o conhecimento disciplinar de forma lúdica.

Agradecimentos

Aos professores orientadores Ana Carolina Coutinho, Ernandes Santos e Valéria Malta pelo apoio e dedicação ao nosso projeto.

Referências

ANTUNES, Celso. Jogos para a Estimulação das Múltiplas Inteligências. Rio de
Janeiro: Vozes, 1998.
FIALHO, N.N. Jogos no ensino de Química e Biologia. Curitiba: Editora IBPEX,
2007
LIMA, J. O. G. Perspectivas de novas metodologias no Ensino de Química. Revista espaço acadêmico, [S.i..s.n], n. 136, 2012. Disponível em:
<http://periodicos.uem.br>. Acesso em: 01 de abr. de 2018.

ROCHA, F, M; LIMA, C,I; VICTOR, C, M; SANTANA, S, I; SILVA, P, L. Formação de Professores: Interação Universidade – Escola no PIBID/UFRN ( JOGOS DIDÁTICOS NO ENSINO DE QUÍMICA). NATAL : EDUFRN, 2011

MACEDO, L. Os Jogos e sua Importância na Escola. Cadernos de Pesquisa
da Fundação Carlos Chagas, n. 93,p.5-10,1995.