Autores

Walter, J.B. (INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ - CAMPUS PALMAS) ; Tonholi, F. (INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ - CAMPUS PALMAS) ; Cortese, D. (INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ - CAMPUS PALMAS) ; Angnes, S.I.A. (INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ - CAMPUS PALMAS) ; Giusti, E.D. (INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ - CAMPUS PALMAS) ; Pereira, D.E.S. (INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ - CAMPUS PALMAS)

Resumo

A gradativa demanda de eletroeletrônicos no Brasil faz com que o emprego de pilhas e baterias seja proporcional ao consumo de aparelhos que as exigem para poderem funcionar. A carência de possibilidades e a falta de informação da população fazem com que pilhas e baterias sejam destinadas em locais incorretos, acarretando em sérios danos ambientais. Neste sentido, o presente trabalho teve como objetivo relacionar o estudo de pilhas e baterias com os problemas causados pelo descarte incorreto, onde fez-se um trabalho de conscientização e se implementou uma coleta seletiva de pilhas e baterias na Escola Pública do município a partir da instalação de caixas de coleta em pontos estratégicos, para posterior entrega aos setores responsáveis por estas coletas na cidade de Palmas, Paraná.

Palavras chaves

Ensino; Pilhas; Meio Ambiente

Introdução

As pilhas e baterias utilizadas por todos trazem muitos benefícios, porém também podem causar grandes malefícios se descartados incorretamente. As primeiras preocupações acerca do perigo oferecido pelo descarte inadequado de pilhas e baterias começaram no final da década de 70, já que algumas delas eram fabricadas com metais perigosos em grandes quantidades (REIDLER; GÜNTHER, 2002). De acordo com Espinosa e Tenório (2004), o primeiro país da América Latina a ter uma legislação para regular o rejeite de pilhas e baterias foi o Brasil, com a Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) 451/2008. A partir dessa resolução, a preocupação com o descarte de resíduos passou a ser tratada com mais importância, tendo em vista a precisão de regular o descarte desse tipo de resíduo, dado o perigo que ele representa para a população e ao ambiente (ESPINOSA; TENÓRIO, 2004). O descarte de pilhas no lixo doméstico é um fato extremamente grave. Com o passar do tempo, ocorre inevitavelmente a contaminação de plantas, solos e lençóis freáticos, devido a corrosão da blindagem da pilha disposta em aterros e lixões, com isso os metais pesados presentes liberados no ambiente tem a propriedade de bioacumulação por meio da cadeia alimentar gerando efeitos tóxicos no organismo humano e de outros seres vivos. Por isso há a necessidade de uma destinação especial para este material (AFONSO et al, 2003). Uma das soluções para esta problemática seria a reciclagem das pilhas, porém isto se torna extremamente difícil devido à natureza dos multicomponentes das mesmas. Os tratamentos propostos são, na sua grande maioria, consumidores de energia e apresentam elevada corrosividade tornando este processo não viável economicamente (LAUFFER, 2000).

Material e métodos

Este trabalho, que foi desenvolvido pelos bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) do Instituto Federal do Paraná, com estudantes do segundo ano do Ensino Médio, apresenta uma proposta para o ensino de pilhas e baterias, seu funcionamento e importância da coleta seletiva. O principal objetivo da ação foi conscientizar os estudantes sobre os problemas ambientais que o descarte incorreto das pilhas e baterias causa ao ambiente, para que se apropriassem do tema e difundissem este aprendizado na comunidade. As atividades foram divididas em: 1) AULAS TEÓRICAS SOBRE PILHAS - As aulas teóricas foram conduzidas da seguinte forma: a) pilhas e baterias; b) reação química das pilhas e baterias c) pilha de Daniell; d) baterias de ácido chumbo; e) questões relacionadas à reciclagem das pilhas e baterias tendo como foco a preocupação com o meio ambiente e a saúde (AFONSO, et al. 2003); 2) AULA EXPERIMENTAL – neste momento, foi reproduzido experimentalmente a pilha de Daniell com a utilização eletrodos de cobre e zinco. Na sequência foram-lhes apresentado materiais eletrônicos que funcionam com a utilização de pilhas e baterias e que fazem parte do cotidiano da maioria dos alunos, para orientá-los sobre os perigos que podem causar; 3) PESQUISA SOBRE OS IMPACTOS CAUSADOS PELO DESCARTE INAPROPRIADO DE PILHAS E BATERIAS - para isso os estudantes foram provocados a desenvolver uma pesquisa sobre o tema para posterior socialização entre todos; 4) COLETA SELETIVA DE PILHAS E BATERIAS - por fim, implementou-se a coleta seletiva de pilhas e baterias em uma Escola Pública do município de Palmas Paraná em pontos estratégicos, para posterior entrega aos setores responsáveis por estas coletas na cidade.

Resultado e discussão

A seguir, apresentamos um relato dos resultados observados neste trabalho:1) apropriação dos fenômenos químicos de oxirredução, que explicam a capacidade da energia química transformar-se em energia elétrica; 2) revisão dos conceitos de oxidação e redução, reações, cátodo e ânodo e montagem da pilha de Daniell com medição da passagem de corrente elétrica. Ao final desta prática notou-se a importância das revisões e relações conceituais com a experimentação para apropriação do tema em estudo; 3) Os estudantes compreenderam que não se pode simplesmente descartar qualquer coisa no lixo comum, principalmente quando existe na composição algum material tóxico e poluente, pois nem sempre este passa pelo processo de triagem pelos agentes da prefeitura, indo muitas vezes para lixões de céu aberto ou aterros sanitários. Pilhas comuns e recarregáveis, têm cádmio, chumbo e mercúrio, substâncias não biodegradáveis que em hipótese alguma devem chegar ao solo ou à água. Vale lembrar que muitas pilhas vendidas são falsas, contrabandeadas e colocadas no mercado sem seguirem as normas impostas pelo CONAMA e se liberados na natureza, fazem mal à vida, causando desde enfraquecimento ósseo até perda de olfato, visão e audição (NOGUEIRA et al.,2011). No ano de 2000, entrou em vigor uma norma do CONAMA que atribui aos fabricantes ou a distribuidora do produto no Brasil, caso o mesmo seja importado a responsabilidade sobre o material tóxico que produzem, que recomenda o recolhimento e encaminhamento adequado de pilhas e baterias (CONAMA, 1999); 4) os bolsistas Pibid procederam com lembretes nas salas de aula semanalmente por um período de um ano sobre a coleta das pilhas e baterias, que foram encaminhadas para o Departamento de Serviços Municipais que procedeu para o destino final.

Conclusões

Considera-se que este trabalho desenvolvido na forma de projeto pelos bolsistas do Pibid tratou de um tema extremamente importante para a formação humanística, social, ambiental e científica do estudante da educação básica. Além disso, contribuiu principalmente para o fortalecimento da formação inicial dos bolsistas Pibid e para a formação continuada dos professores em atuação na educação básica, dando-lhes a oportunidade de vivenciar uma metodologia de ensino contextualizada e aplicada ao cotidiano do aluno.

Agradecimentos

Agradecimentos ao IFPR por apoiar o PIBID. Assistência Estudantil do IFPR.

Referências

AFONSO, J. C. et al. Processamento da Pasta Eletrônica de Pilhas Usadas - Química Nova – Nota Técnica. Química Nova. 2003 Vol. 26, N°. 4, pp. 573-577.

CONAMA – Concelho Nacional do Meio ambiente – Resolução N°. 257, de 30 de Junho de 1999 – Lei N°. 6.938, de 31 de agosto de 1981 pelo Decreto N° 99.274, de 6 de Junho de 1990, disposto em seu Regimento Interno, Considerando os impactos negativos causados ao meio ambiente pelo descarte inadequado de pilhas e bateias usadas. Disponível em : < http://www.meioambiente.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=56>. Acesso em: 14 de maio de 2018.

ESPINOSA, D. C. R.; TENÓRIO, J. A. S. Reciclagem: Reciclagem de baterias: análise da situação atual no Brasil. Revista Brasileira de Ciências Ambientais, São Paulo, v. 2, p.14-20, dez. 2004. Disponível em: < http://www.ictr.org.br/ictr/images/online/revista2_arq79.pdf#page=16>. Acesso em: 12 maio de 2018.

LAUFFER, L. G. Reciclagem de Resíduos Industriais, Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. São Paulo, Brasil, 2000.

NOGUEIRA, et al. Pilhas e baterias descarte correto e reciclagem. 2011. <http://unifia.edu.br/revista_eletronica/revistas/gestao_foco/artigos/ano2011/gestao_foco_Pilhas.pdf>. Acesso em: 13 maio de 2018.

REIDLER, N. M.V. L.; GÜNTHER, W. M. R. Gerenciamento de resíduos constituídos por pilhas e baterias usadas. XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental, 2002.

STANZANI E. L.; BROIETTI F. C. D.; PASSOS, M. M. As Contribuições do PIBID ao Processo de Formação Inicial. Química nova na Escola. Vol. 34, N° 4, p. 210-219, Novembro, 2012. Disponível em: <http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc34_4/07-PIBID-68-12.pdf>. Acesso em: 13 maio de 2018.