Autores

Costa, I.S. (UEA) ; Bó, C.M. (UEA) ; Mesquita, G.A.S. (UEA) ; Siqueira, D.S. (UEA) ; Silva, A.S. (SEDUC-AM) ; Eleutério, C.M.S. (UEA)

Resumo

Esta experiência foi desenvolvida na Escola Estadual Tomaszinho Meirelles e envolveu acadêmicos, professores supervisores, coordenadores vinculados ao Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) e alunos do 3º anos do Ensino Médio da referida escola. A experiência tinha o intuito de produzir um biscoito do tipo cookies enriquecido com farinha de tomate (Lycopersicon esculentum Mill) para introduzir o tema “alimentos funcionais” nas aulas de Química durante a abordagem do conteúdo disciplinar “biomoléculas”. A prática experimental foi fundamentada na abordagem Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) que segundo Pinheiro, Silveira e Bazzo (2007); Santos e Mortimer (2000) contribui com o desenvolvimento da alfabetização científica e tecnológica na sociedade contemporânea.

Palavras chaves

Biscoitos COOKIES; Alimentos funcionais; Educação Química

Introdução

Esta experiência foi desenvolvida na Escola Estadual Tomaszinho Meirelles por acadêmicos e professores do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID. Nas últimas décadas as indústrias alimentícias vêm acrescentando aos alimentos vitaminas, fibras, minerais e outras substâncias artificiais com o intuito de aumentar o seu poder nutritivo, garantir saúde e qualidade de vida à população. Com base nessa informação, acadêmicos da iniciação à docência e os professores de química produziram um biscoito do tipo cookies enriquecido com farinha de tomate (Lycopersicon esculentum Mill) com o intuito de estimular bons hábitos alimentares tomando como ponto de partida o estudo sobre “alimentos funcionais”. A Proposta Curricular da Secretaria de Estado da Educação e Qualidade de Ensino – SEDUC-AM desenhada para o Ensino Médio orienta que os conteúdos disciplinares sejam integrados a diferentes eixos temáticos. Portanto, a introdução ao estudo de alimentos funcionais está vinculada ao eixo temático “Funções Orgânicas: características e propriedades” e ao conteúdo disciplinar “biomoléculas” (proteínas, carboidratos, lipídios, vitaminas e minerais). A opção pelo tomate se deu em função de ser bastante usado na culinária e por ser um fruto rico em vitaminas A, B e C, em sais minerais como o fósforo, potássio, cálcio e magnésio e por auxiliar na proteção do sistema imunológico, entre muitos outros benefícios. A prática experimental que envolveu a produção dos biscoitos tipo cookies foi fundamentada na abordagem Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) que segundo Pinheiro, Silveira e Bazzo (2007); Santos e Mortimer (2000) contribui com o desenvolvimento da alfabetização científica e tecnológica na sociedade contemporânea.

Material e métodos

Os frutos de tomate (Lycopersicon Esculentum Mill) foram coletados, selecionados, lavados e imersos em solução aquosa de hipoclorito de sódio a 2,5% (agente sanitizante) por 30 minutos. As sementes foram retiradas, os tomates cortados em cubos, lavados novamente e colocados para escorrer a água. Em seguida foram acomodados em bandejas inoxidáveis e colocados em uma estufa para serem desidratados em temperatura de 60ºC. Depois desse processo, a amostra foi triturada em um liquidificador até se obter uma fina farinha. Os cookies foram preparados utilizando 200 g de manteiga, 2 ovos, 1 lata de leite condensado, 1 xícara (chá) de farinha de tomate, 1 xícara e meia (chá) de farinha de trigo, 1 pitada de sal, 1 pitada de bicarbonato de sódio e meio tablete de chocolate. As gemas e o leite foram batidos separadamente até se obter um creme levemente esbranquiçado. Os demais ingredientes foram misturados e homogeneizados em uma batedeira elétrica até apresentar uma massa uniforme. O creme foi adicionado à mistura e homogeneizado novamente. Depois disso a massa estava pronta para ser modelada. Pequenas porções de massa, levemente amassadas com um garfo foram utilizadas na confecção dos cookies. Uma assadeira de alumínio foi untada com manteiga e farinha de trigo para receber os biscoitos que foram distribuídos com uma distância aproximada de 5cm entre eles e colocados num forno pré-aquecido por aproximadamente 40 minutos. Os biscoitos depois de prontos e frios foram guardados em um recipiente de vidro com tampa para ficarem isento de contaminação e umidade. Foram realizados testes de aceitação onde foram envolvidas 15 pessoas que provaram os biscoitos e emitiram um conceito obedecendo a escala: excelente, ótimo, bom e ruim para o sabor e a textura dos biscoitos.

Resultado e discussão

Os resultados da experiência mostraram-se satisfatórios e atenderam aos objetivos propostos: estimular bons hábitos alimentares tomando como ponto de partida o estudo sobre “alimentos funcionais”. Com esta experiência os acadêmicos de iniciação à docência e os alunos do 3º ano do Ensino médio compreenderam que todos os alimentos são funcionais, uma vez que proporcionam sabor, aroma e valor nutritivo. Entretanto, nos últimos anos, o termo funcional vem sendo aplicado a alimentos com particularidade diferente, proporciona um benefício fisiológico suplementar, além das qualidades nutricionais básicas encontradas. Tais alimentos também são vistos como promotores de saúde e podem estar associados à redução ao risco a certas doenças (VIEIRA; et al, 2007). Na perspectiva de Basho e Bin (2010) incluir alimentos funcionais de baixo custo para o consumo são medidas que podem ser adotadas também por pessoas de baixa renda. Muitas vezes, as pessoas deixam de consumir esses produtos, por desinformação ou por acreditarem que são de custo elevado. Uma vez que o custo de alimentos processados é mais elevado, pode-se adotar o consumo de frutas e hortaliças, abundantes em nosso país e que proporcionam muitos benefícios. A experiência realizada foi proveitosa e significativa e os resultados em relação ao sabor e a textura dos cookies são demonstrados nos gráficos 1 e 2. Esperamos que o cookies enriquecido com farinha de tomate se constitua um alimento funcional considerando os inúmeros benefícios que o tomate proporciona para a vida das pessoas (ajuda a manter as células jovens e a retardar o envelhecimento, preveni a cegueira noturna, melhora a circulação do sangue, ajuda a eliminar toxinas e evitar a retenção de líquidos).

Figura 1:Teste de aceitabilidade - Sabor



Figura 2: Teste de aceitabilidade - Textura



Conclusões

Esta experiência mostrou quanto o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID tem contribuído com a formação dos futuros professores e quanto tem estimulado professores em exercício a mudarem sua prática pedagógica que muitas vezes ainda se sustenta nos paradigmas da racionalidade técnica. Isso também é fruto da ação dos professores formadores que durante o processo de formação inicial tentam, de alguma forma, promover o ensino, a pesquisa e a extensão como princípio articulador da prática docente.

Agradecimentos

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES; À Gestora e alunos da Escola Estadual Tomaszinho Meirelles.

Referências

BASHO, S. M.; BIN, M. C.. Propriedades dos alimentos funcionais e seu papel na prevenção e controle da hipertensão e diabetes. Interbio, v.4, n.1, 2010.
PINHEIRO, N. A M.; SILVEIRA, R. F.; BAZZO, W. A. Ciência, Tecnologia e Sociedade: a relevância do enfoque CTS para o contexto do Ensino Médio. In: Ciência e Educação, v. 13, 2007.
SANTOS, W. L. P.; MORTIMER, E. F. Uma análise de pressupostos teóricos da abordagem C-T-S (Ciência-Tecnologia-Sociedade) no contexto da educação brasileira. In: Ensaio - Pesquisa em Educação em Ciências. Belo Horizonte, v. 2, n. 2, p. 133-162, 2000.
VIEIRA. A. C. P., et al. Alimentos funcionais: aspectos relevantes para o consumidor, jul. 2007.