Autores

Braga, E.M. (INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ) ; Figueira, A.C. (INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ) ; Gomes, J.E.H. (INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ) ; Lacerda, S.R. (INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ) ; Miranda, P.C. (INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ)

Resumo

No ensino de funções inorgânicas há uma função, às vezes considerada difícil de ser compreendida, porém muito importante chamada óxido. Assim, este trabalho tem como objetivo discutir, socializar e refletir a contribuição e importância da abordagem teórica e experimental simples para a compreensão da função óxido. A pesquisa foi realizada por acadêmicos do curso de Licenciatura em Química, por meio de um experimento de diferenciação de óxidos e um questionário misto aplicado em uma oficina durante o I Encontro Estadual do PIBID/AP. O ensino de forma mais aplicada facilitou o aprendizado e possibilitou ao público um interesse pela experimentação. Notou-se que o processo de ensino da química torna-se mais dinâmico conforme os alunos passam a entender e atribuir significados ao tema abordado.

Palavras chaves

Ensino de óxidos; Função inorgânica; Oficina de química

Introdução

No que diz respeito ao ensino de química no ensino médio, uns dos conteúdos abordados são as funções inorgânicas. Nesse assunto, há uma função, às vezes pouco conhecida e considera difícil de ser compreendida, porém muito importante chamada óxido. Óxidos são compostos binários, ou seja, formados por dois elementos distintos, sendo que o mais eletronegativo é o oxigênio. Essa função é de fundamental compreensão e bastante presente no dia a dia do ser humano. (SANTOS; MÓL, 2013) Os óxidos possuem classificações, uma delas é quanto as suas propriedades químicas ou propriedade ácido-base, que são: óxidos ácidos, básico, neutros e anfóteros. Para Feltre (2004), os óxidos ácidos são aqueles que quando dissolvidos em água, formam ácidos e os óxidos básicos, são aqueles que quando dissolvidos em água, formam bases. Sobre as dificuldades no ensino dessa função, várias propostas são pensadas visando facilitar o aprendizado dos alunos, uma proposta pertinente é a contextualização e apresentação do assunto por meio de exposição teórica e experimental. No ensino de química especificamente, a experimentação deve contribuir para a compreensão de conceitos químicos, podendo distinguir duas atividades: a prática e a teoria (ALVES, 2007). Assim, diante das dificuldades na compreensão desse tema, algumas questões nortearam este trabalho: A função óxido é verdadeiramente difícil de ser compreendida? As pessoas já possuem um conhecimento prévio desse tema? O uso de um experimento ajuda na compreensão do assunto abordado? Este tem como objetivo discutir, socializar e refletir a contribuição da abordagem teórica e experimental simples para a compreensão do ensino da função inorgânica óxido com base na oficina aplicada no I Encontro Estadual do Programa de Iniciação a Docência (PIBID) – AP

Material e métodos

A pesquisa foi realizada por acadêmicos do curso de Licenciatura em Química do Instituto Federal do Amapá e executada na oficina Química Show durante o I Encontro Estadual do PIBID – AP. Na execução da Oficina Química Show, trinta e cinco pessoas compareceram, tendo como público alunos do 1º ano do ensino médio integrado do IFAP, acadêmicos e professores da Universidade Do Estado do Amapá e de outras instituições. A prática sobre óxidos foi montada em uma mesa, onde o público se aproximava aos ministrantes e recebiam um roteiro e uma explicação breve e contextualizada sobre óxido e, experimentalmente, faziam identificação e diferenciação entre óxidos básicos e óxidos ácidos. A atividade prática proposta foi: diferenciação de óxidos básicos de óxidos ácidos. Tendo como objetivo diferenciar óxidos básicos de óxidos ácidos com o uso do indicador fenolftaleína. Utilizaram-se os seguintes materiais: dois recipientes de vidro com tampa; Indicador Fenolftaleína (indicador ácido-base, em meio básico sua coloração fica rosada e em meio ácido não ocorre mudança); Água Comum; Água com gás; CaO (óxido de cálcio). Cada participante teve a oportunidade de realizar o experimento (Figura 1), em que como primeiro passo, colocou 50 ml água comum em um recipiente e em outro colocou 50 ml de água com gás, inseriu alguns gramas de CaO em cada recipiente tampando-os rapidamente, em seguida pingou algumas gotas do indicador fenolftaleína em cada recipiente. Após cada participante executar o experimento, tirar suas dúvidas e receber a explicação sobre as reações ocorridas, cada um recebeu um questionário com perguntas mistas com intuito de registrar suas opiniões sobre a prática, bem como responder questões simples para comprovação da fixação do conteúdo.

Resultado e discussão

O experimento escolhido baseou-se na ideia de que os óxidos com sua propriedade ácido-base podem ser distinguidos em soluções aquosas. Nesse caso, a explicação da prática dá-se pelo fato do óxido de cálcio (CaO) ser um óxido básico, então quando entra em contato com a água comum, produz uma base, que é o hidróxido de cálcio. (SBQ, 2010) A solução com água com gás e óxido de cálcio passou a possuir características ácidas e em contato com o indicador ácido-base fenolftaleína, não teve sua coloração modificada. Já a solução com água comum e óxido de cálcio, mudou de coloração, ficando rosada, pois identificou que o meio básico (Figura 2). Com os dados obtidos mediante aplicação do questionário aplicado, verificou-se que 60% dos participantes não conheciam a função óxido, porém a breve explicação e a realização do experimento serviram de forma significativa para a compreensão dos alunos, pois o número de acertos obtidos nas questões de fixação foi superior aos erros. De acordo com Cavalcanti et al (2010), uma das maneiras mais coerentes de interligar os conteúdos de aprendizagem é desenvolver atividades que abordem temas que permitam a contextualização e a interconexão entre diferentes saberes. Assim, o ensino da função óxido de forma mais aplicada facilitou o aprendizado e possibilitou ao público um despertar de interesse pela experimentação. Após toda a explanação teórica-experimental, ao serem questionados sobre a os tipos óxidos, 80% souberam explicar claramente a diferença e a forma possível de distinguir um do outro. Assim, vê-se que mesmo fora de sala de aula os estudantes podem adquirir conhecimento cientifico, dá-se então a devida importância a esses eventos científicos que as instituições de ensino realizam, bem como outro tipo de intervenção experimental.

Figura 1

Participantes realizando o experimento proposto. Fonte: Próprio Autor.

Figura 2

Recipientes contendo as duas soluções contendo o indicador fenolftaleína. Fonte: Próprio Autor.

Conclusões

Notou-se que processo de ensino dos conteúdos de química, torna-se mais eficiente e dinâmico conforme os alunos passam a entender e atribuir significados, bem como visualizarem experimentalmente as aplicações do tema abordado. Além disso, viu-se que é significativa e importante a influência de intervenções diferenciadas, pois a oficina dentro de um evento aberto deixou os participantes mais a vontade fazendo uma interação direta com o tema e o experimento. Portanto, ao se valorizar o contato mais próximo aos alunos, facilita-se a interação com o conteúdo e a construção de conclusões próprias.

Agradecimentos

Esse trabalho é financiado pela CAPES através do Projeto PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à docência)

Referências

CAVALCANTI. J. A.; FREITAS, J. C. R.; MELO, A. C. N.; FREITAS, J. R. Agrotóxicos: 259 Uma Temática para o ensino de Química. Química Nova na Escola. Vol.32. Fevereiro, 2010.

FELTRE, R. Química. vol 1. 6 ed. São Paulo: Moderna, 2004.

SANTOS, W. L. P.; MÓL, G. S. Química Cidadã. Vol. 1. 2ed. São Paulo: AJS, 2013.

SBQ. A química perto de você: experimentos de baixo custo para a sala de aula do ensino fundamental e médio. Sociedade Brasileira de Química. São Paulo: Sociedade Brasileira de Química, 2010.