Autores

Oliveira, R.S.O.(. (UERR) ; Cruz, J.R.(. (UERR) ; Santos, E.S.(. (UERR) ; Carvalho-oliveira, J.C.(. (UERR) ; Oliveira, A.C.(. (UERR)

Resumo

Trabalhou-se com trinta estudantes do quinto ao nono ano da educação básica da E. E. Fagundes Varela na Vila de Martins Pereira, município de Rorainópolis/RR, na semana do meio ambiente no início de junho de 2016, com o objetivo de demonstrar algumas análises dos parâmetros de qualidade da água e trabalhar com as questões ambientais. Para isso, adquiriu-se um kit de medidas. As amostras de água foram doadas pelo Instituto Federal do Campus Novo Paraíso/RR. A abordagem do tema chamou a atenção dos estudantes que comentaram já terem presenciado os fatores físico-químicos no cotidiano, entretanto, não haviam associado aos conhecimentos obtidos na escola. Os resultados foram satisfatórios quanto a despertar o interesse pelo assunto, sensibilização ambiental e contextualização.

Palavras chaves

Contextualização; Educação Ambiental; Ensino de Ciências

Introdução

A água é um recurso natural indispensável à sobrevivência do Homem e dos ecossistemas no planeta. Os conhecimentos da Química são aliados na manutenção da qualidade da água, historicamente constituídos por julgamentos do mundo real, da vida cotidiana, de utilidade e intencionalidade baseadas na aplicação de produtos tecnológicos e suas implicações ambientais, sociais, e econômicas (RORAIMA, 2012). A quantidade de informações na forma de símbolos, equações e reações, nos livros de química deixa os alunos assustados. O professor precisa transformar essa impressão instigando no aluno a curiosidade e a vontade de buscar o conhecimento através da leitura e da pesquisa, utilizando as vantagens do mundo globalizado. Segundo o RORAIMA (2012) os alunos precisam aprender a estabelecer relações entre fenômenos químicos e suas possíveis causas no cotidiano. Nesse sentido é importante conhecer a qualidade da água, pois os defensivos agrícolas, resíduos industriais e esgoto, a tornam imprópria (GUIMARÃES, 2012). Utilizar os conteúdos teóricos como pH, temperatura e elementos químicos presentes na água de maneira a desenvolver competências e habilidades, com foco na formação do aluno cidadão, preparando-o para o mundo do trabalho, constitui-se numa tarefa desafiadora (RORAIMA, 2012). Assim, o trabalho com projeto implica em pesquisa e o aluno se transforma em sujeito atuante na totalidade do projeto (INFORSATO & ROBSON, 2011). Este trabalho pretende contribuir para a aprendizagem dos alunos da educação básica. Estes, ainda não possuem conhecimento específico sobre os parâmetros físico-químicos da água, entretanto com a abordagem e os instrumentos apropriados, esse assunto pode ser compreendido, mostrando de forma didática a importância da qualidade da água.

Material e métodos

Adquiriu-se o Ecokit II de qualidade da água e educação ambiental da empresa Alfa Kit (http://www.alfakit.ind.br/). Pode ser usado a partir da quinta série ou comunidades. Optou-se por levar as amostras de água para a sala de aula, intencionalmente dentro de um aquário com uma espécie de tambaqui e três espécies de tilápia. Elaborou-se um cartaz informativo com a tabela das faixas de pH, temperatura e oxigênio dissolvido para o desenvolvimento de tambaqui e da tilápia. Os alunos foram questionados para aumentar a curiosidade: você acredita que os peixes sentem variação de temperatura? Os seres humanos respiram o gás oxigênio, e os peixes? Como o gás oxigênio está presente na água? Você sabe o que é pH? Quais as ações humanas podem interferir na temperatura da água? A seguir mediu-se a temperatura com o termômetro. Para o pH coletou-se uma amostra de água no frasco coletor e inseriu-se uma gota do reagente, agitou- se por alguns segundos e observou-se a cor. A solução foi comparada com tabela de cores que indicava o pH da água. A análise para indicar a quantidade de oxigênio dissolvido na água utilizou três reagentes. Primeiramente foi realizada a coleta da água do aquário no frasco coletor, adicionou uma gota do reagente I e agitou-se, adicionou duas gotas do reagente II e agitou-se, adicionou-se uma ponta de espátula do reagente III, agitou-se e esperou-se alguns segundos. Em seguida a solução foi realizada a análise na tabela de cor do oxigênio dissolvido. Os estudantes observavam os valores obtidos nas demonstrações com valores considerados ideais para o desenvolvimento das espécies de peixes presentes no aquário e faziam uma discussão entre si para entrar num consenso de qual valor estava mais adequado.

Resultado e discussão

Os estudantes gostaram dos experimentos e refletiram sobre as perguntas. Somente 20 % dos alunos sabiam que os peixes são ectotérmicos, sua temperatura varia de acordo com a temperatura da água, entretanto, 80 % conheciam as possíveis causas de desequilíbrio na natureza, dessa forma aprenderam a associar o fator físico temperatura com o bem-estar da vida aquática. Todos concordaram que as ações dos seres humanos podem causar mudanças na temperatura da água, entre elas: poluição dos rios, desmatamento, queimadas. No diz respeito às queimadas os alunos abordaram oralmente sobre alguns incêndios que aconteceram no primeiro trimestre do ano que causou um grande estrago na biodiversidade nativa da região, inclusive da mata ciliar. A variável que todos os alunos desconheciam foi o pH. Foi explicado didaticamente para os estudantes que um ácido é azedo como um limão e que uma base é adstringente como banana verde. Assim, que os alunos realizaram a demonstração todos nos grupos puderam observar na tabela o possível valor de pH presente na água. Com a tabela faziam a comparação por cores. Os alunos gostaram de discutir quais os tons indicavam o pH e depois de alguns minutos entravam em um consenso da faixa ótima dos peixes no aquário, e chegaram à conclusão de que o pH estava no limite aceitável de 7,0 na água. O que mais chamou a atenção dos alunos e dividiu a opinião nos grupos foi o que os peixes respiram, 15 % dos alunos sabiam que os peixes respiram oxigênio, porém todos não sabiam que o gás estava dissolvido na água.

Conclusões

Experimentos indicativos da qualidade da água foram realizados para estudantes da educação básica. Contextualizou-se a teoria envolvendo química e ciências biológicas. Esse método também permitiu trabalhar a sensibilização e a educação ambiental a partir das análises físico-químicas da água. Os estudantes obtiveram conhecimentos em relação ao conteúdo e, a partir das demonstrações, associaram o conhecimento teórico com a qualidade da água. O debate em grupo se mostrou eficiente quanto ao aprendizado, à participação e interesse dos estudantes envolvidos.

Agradecimentos

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES pela bolsa do Programa PIBID. Aos gestores, professora supervisora e estudantes da E. E. Fagunde

Referências

GUIMARÃES, A. F. Criação de peixe. Ilhéus. Ceplac. Ilhéus, Ceplac. 28 p. 2012. Disponível em http://www.ceplac.gov.br/restrito/publicacoes/cartilhas/CT_03.pdf> Acesso em: 19 maio 2016.

INFORSATO, E. C.; ROBSON, A. S. A preparação das aulas. In: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. Prograd. Caderno de Formação: formação de professores didática geral. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2011, p. 86-99, v. 9. Disponível em < http://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/585/1/01d15t06.pdf> Acesso em: 20 maio 2016

RORAIMA. Referencial curricular da rede pública estadual para ensino o ensino médio: Química. Boa Vista: SEED, 2012.