Autores

Assis Jr, P.C. (CESP/UEA) ; Freitas, O.B. (SEDUC/AM) ; Cris de Souza Pereira, N. (CESP/UEA) ; Augusta Siva Gama, D. (CESP/UEA) ; Gonçalves Lucas, N. (CESP/UEA)

Resumo

O projeto se propõe em apresentar a prévia de um assunto a ser desenvolvido no próximo semestre na disciplina Química, com os alunos do 1º ano do Ensino Médio, tendo como o objetivo principal a utilização do crajirú como indicador natural de ácido-base. Para melhor compreensão do assunto serão feitas demonstrações utilizando o extrato de crajirú adicionado aos produtos como cosméticos, materiais de limpeza, sucos naturais e produtos de higiene pessoal, identificando o pH e as cores que cada um apresentar.

Palavras chaves

Crajirú; Indicador natural; Ensino de Química

Introdução

O ensino de Química é, muitas vezes, considerado algo complicado na qual os alunos ainda apresentam certas dificuldades de aprendizagem. Nesse contexto, surgem alternativas de buscar maneiras simples para facilitar a compreensão do conteúdo abordado. Tendo como finalidade a utilização de experimentação como forma de promover e gerar a aprendizagem significativa, onde o aluno possa tornar-se um indivíduo ativo nesse processo e sua participação ser considerada fundamental para o desenvolvimento das aulas, melhorando o relacionamento entre professor e aluno. (Costa et all, 2002) Um dos conteúdos abordados no 1º ano do Ensino Médio, que costuma ser relacionado com o dia a dia do aluno, é a identificação de ácidos e bases. É um conteúdo simples, mas com a falta de contextualização ou a falta de métodos que possam ser utilizadas para o fácil aprendizado, os alunos acabam relacionando o conteúdo como algo sem sentido e com isso vão perdendo interesse pelas aulas. Surge assim novas ideias para despertar o interesse dos alunos, a utilização do Crajirú (Arrabidea chica (H.B.K) Verlot, Bignoniaceae) como indicador natural de ácido-base é uma delas, principalmente por ser uma planta conhecida por muitos. O crajirú é uma planta medicinal encontrada na floresta amazônica, que tem várias utilidades como: anti-inflamatório, fortificante, expectorante, tratamento contra conjuntivite aguda, etc. Suas folhas quando submetidas a processo de fermentação e manipulação com anileiras apresentam um corante vermelho escuro o qual é utilizado até hoje pelos indígenas para pintura de seus corpos e utensílios. Assim sendo, este trabalho tem como objetivo maior mostrar um método alternativo para o ensino de Química.

Material e métodos

- Folhas de crajirú - Água - Amoníaco - Água sanitária - Limão - Detergente - 7 béquer de 150 ml - Fogão - 1 béquer de 250 ml - Conta-gotas de 3 ml - Fitas medidoras de pH - Espátula Foi triturado 25 folhas de crajirú (Arrabidea chica (H.B.K) Verlot, Bignoniaceae) (10 gramas) em um béquer de 250 ml e fervido a temperatura de 100° C até atingir ponto de ebulição, com 300 ml de água, assim obtivemos uma solução vermelho escuro. Em seguida colocamos 30 ml de cada produto a serem analisados em béqueres de 150 ml e com auxilio do conta-gotas foi adicionado à solução do indicador natural nos mesmos e observamos a mudança de cor de cada um dos materiais testados.

Resultado e discussão

Na obtenção do indicador utilizou-se 300 ml de água e 10 g de folha de crajirú, o resultado final apresentou uma solução de cor vermelho escuro. Essa solução apresentou resultados positivos como podem ser observados a seguir: Análises dos produtos: • Béquer 1 contendo amoníaco: foram necessárias 2,5 ml do indicador para que houvesse mudança na coloração devido a alteração do pH. Apresentou a cor marrom claro. • Béquer 2 contendo suco de limão: foram necessárias 2,0 ml do indicador para que houvesse mudança na coloração devido a alteração do pH. Apresentou a cor amarelo. • Béquer 3 contendo detergente: foram necessárias 2,5 ml do indicador para que houvesse mudança na coloração devido a alteração do pH. Apresentou a cor alaranjada. • Béquer 4 contendo vinagre: foram necessárias 2,0 ml do indicador para que houvesse mudança na coloração devido a alteração do pH. Apresentou a cor amarelo. • Béquer 5 contendo água sanitária: foram necessárias 4,5 ml do indicador para que houvesse mudança na coloração devido a alteração do pH. Incolor. • Béquer 6 contendo bicarbonato de sódio: foram necessárias 5,0 ml do indicador para que houvesse mudança na coloração devido a alteração do pH. Apresentou a cor vermelho claro. • Béquer 7 contendo soda cáustica: foram necessárias 2,5 ml do indicador para que houvesse mudança na coloração devido a alteração do pH. Apresentou a cor amarelo claro.

Figura 1

Produtos antes e depois da alteração do pH, sem a presença e depois da adição do indicador natural, respectivamente. Fonte: Arquivo pessoal.

Conclusões

Diante dos resultados obtidos, e de acordo com a literatura que versa sobre o assunto, podemos afirmar que a solução do crajirú pode ser utilizada como indicador natural e pode substituir os indicadores artificiais, que na maioria das vezes os alunos não têm conhecimento. Os educadores podem utilizá-los como alternativas para ajudar no processo ensino-aprendizagem no qual podem relacionar o conteúdo de ácido e base com o cotidiano dos aprendizes.

Agradecimentos

Ao Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID); À Esc. Est. de Tempo Integral Dep. Gláucio Gonçalves (SEDUC - PIN/AM), sob a Gestão da professora Fran

Referências

BRASIL. Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Parâmetros Curriculares Nacionais - Ensino Médio: Orientações Curriculares para o ensino médio. V.2. Brasília: MEC/SEB, 2006.
COSTA, Márcia P. da. et all. Dois novos indicadores naturais como alternativas para o ensino de ácido e base. Disponível em: www.abq.org.br. Acesso em: 18 de junho de 2016.
Ervas Medicinais: Crajiru. Março, 2016. Disponível em: www.ervasespeciarias.com.br. Acesso em: 18 de junho de 2016.
LEMOS, R.G.; PENAFORTE, G.S. Um Novo Indicador Natural ácido-base como Alternativa no Ensino de Química. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO QUÍMICA, 8., 2010. Natal. Resumo. Rio de Janeiro: Associação Brasileira de Química, 2010. p.2.
MARCONI E LAKATOS. Fundamentos de Metodologia Científica, 5ª Edição. Editora Atlas S/A. São Paulo: 2003.
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS (ENSINO MÉDIO). Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ciencian.pdf. Acesso em: 18 de junho de 2016.